SindBancários quer reparação de prejuízos aos empregados do BB pelo Performa

Publicado em: 05/10/2023

Após negociação frustrada com o Banco do Brasil, o SindBancários Porto Alegre e Região decidiu recorrer à Justiça para solucionar os prejuízos causados pela implementação da parcela da Verba Transitória Vinculada à Função (VTVF) pelo programa Performa. A entidade entrará com ação coletiva na Justiça do Trabalho para pôr fim à referida ilegalidade, que, para alguns empregados, acarretou a redução da gratificação de função.

Segundo o diretor jurídico do Sindicato, Ronaldo Zeni, também empregado do Banco do Brasil, “em fevereiro de 2020, o BB alterou a remuneração fixa das funções de confiança/gratificadas (Valor de Referência). Em paralelo, o banco instituiu o pagamento da VTVF, apurada na razão da diferença entre o valor da remuneração até então percebida e o novo Valor de Referência do cargo fixado naquela oportunidade”.

Na sistemática adotada pelo Banco do Brasil, quaisquer acréscimos salariais experimentados nas parcelas de anuênio e adicional por mérito acarretam a diminuição da VTVF em face da compensação entre as parcelas. Assim, apesar da remuneração bruta dos trabalhadores não ter sofrido diminuição, houve redução nominal do valor pago pelo banco à título de gratificação de função (AF e complemento de AF), a partir de fevereiro de 2020.

Os empregados que mantiveram seus cargos e, no decorrer do tempo, passaram a receber valores maiores, por exemplo, à título de anuênio e adicional por mérito, tiveram reduzido o valor de VTVF. A diminuição da VTVF com a anterior redução da gratificação de função acaba por não permitir a correta evolução da remuneração do bancário, acarretando, assim, redução salarial ilícita.

Tratativas sobre o Performa ocorrem há três anos

A representação sindical está em negociação com o Banco do Brasil a respeito do programa Performa desde a sua implantação, em 2020. Na gestão anterior, o banco não se manifestava a respeito, sendo que na última mesa não houve negociação sobre isso. O BB foi então oficiado neste ano e duas mesas realizadas, mediadas pela Fenaban.

Na primeira negociação, em maio, representantes do banco disseram que precisavam de tempo para se apropriar do assunto e trazer elementos para o debate. Na mesa de julho, apresentaram dados genéricos, sem proposta, e informaram que o fariam até setembro, quando ocorreria a mesa com a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).

“Aconteceu a mesa no dia 13 de setembro, não houve nenhuma proposta e os representantes do banco falaram que ainda não tinham nada. Com isso, nós dissemos que cumprimos o rito da mediação com a Fenaban, não foi apresentada proposta, então agora vamos entrar com ação judicial”, informou a dirigente da Fetrafi-RS, Priscila Aguirres.

“Diante da postura do Banco do Brasil de não regularizar os prejuízos causados pela implementação da VTVF, não resta outra opção que não buscar o Judiciário, no intuito de defender os interesses e garantir os direitos dos trabalhadores do banco”, afirmou o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner.

Fonte: SindBancários

BB volta a usar GDP para descomissionar e cobrar metas abusivas de funcionários

Publicado em: 17/10/2018

Mais uma leva de descomissionamentos voltou a fazer parte da rotina dos trabalhadores do Banco do Brasil. O BB, como apurou o Sindicato dos Bancários, está usando o descomissionamento como uma ameaça para que os colegas cumpram metas abusivas.

Esse cenário faz parte desde a reestruturação de 2016. Muitos funcionários tiveram que mudar de agência, de local de trabalho e de função sem treinamento. Mas o pior é que estão sendo penalizados justamente por uma política que usa a GDP de forma distorcida.

A diretora do SindBancários e funcionária do Banco do Brasil, Bia Garbelini, diz que a equação de dificuldades a crise econômica pela qual o país passa dificulta a comercialização de produtos nas agências. “A GDP é um instrumento de avaliação que tem por objetivo ajudar o colega a saber onde tem que melhorar. O colega é avaliado a cada seis meses e tem três ciclos ou 18 meses para melhorar. O problema é que a avaliação deveria ser de 360 graus, olhando todos os aspectos do desempenho do trabalhador, mas está sendo usada como um instrumento de terror e descomissionamento”, explica a diretora.

Para Bia, o banco realiza uma distorção da GDP, instrumento de avaliação que a Campanha Nacional 2018 dos bancários conseguiu manter no Acordo Coletivo Aditivo do BB. “Além de usar a GDP como instrumento de terror, a diretoria cria regras para jogar um funcionário contra o outro. Eles estão fazendo uma disputa interna que não é boa para os trabalhadores nem para a saúde do banco. Concentram as carteiras de clientes com mais recursos e punem os colegas que pegam carteiras sem nenhuma rentabilidade”, acrescentou Bia Garbelini.

Fonte: Imprensa SindBancários