Governo sobe tributo de bancos e instituições financeiras para bancar Refis

Publicado em: 01/05/2022

O governo aumentou a tributação dos bancos para liberar o Refis (programa de parcelamento de débitos tributários) para os microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas. Medida Provisória (MP) publicada nesta quinta-feira, 28, em edição extra do Diário Oficial da União elevou de 20% para 21% a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. A alíquota da CSLL para as instituições financeiras não bancárias sobe de 15% para 16%.

O aumento da tributação entrará em vigor a partir de agosto deste ano (primeiro dia do quarto mês subsequente ao da publicação da MP). O prazo é necessário porque o aumento da carga tributária precisa obedecer o princípio da noventena (90 dias) para começar a vale. A carga tributária mais alta valerá até 31 de dezembro de 2022.

No ano passado, o governo aumentou também a taxação dos bancos para desonerar o diesel e o gás de cozinha. Na época, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantira que o aumento seria temporário.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem alertado que a medida, se adotada, iria aumentar o custo do crédito num momento de alta de juros.

A elevação da alíquota foi feita para compensar a perda de arrecadação com a renúncia do Refis, como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O projeto do Refis foi aprovado pelo Congresso no final do ano passado, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o programa por não ter a compensação.

Como revelou o Estadão, o governo estima que até R$ 50 bilhões em débitos possam ser negociados no Refis do Simples. A adesão ao Refis está parada pela demora do governo em fazer essa compensação. Esse atraso na liberação do sistema e a falta de uma fonte de compensação fizeram o governo adiar o prazo de adesão para 31 de maio.

IPI zerado

O governo federal editou também decreto que altera as Tabelas de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) e reduz a zero a alíquota do IPI para preparações compostas para elaboração de bebidas não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados).

O produto estava taxado com IPI de 6% segundo decreto anterior, de 30 de dezembro de 2021. A nova alíquota já entra em vigor com a publicação do ato.

Fonte: Infomoney

País terá novo programa de crédito para microempresas

Publicado em: 26/12/2016

Em mais uma frente para tentar fazer a economia reagir, o governo lançará, em janeiro, um novo programa de Microcrédito Produtivo Orientado. Para amenizar a crise entre os pequenos empresários, o limite do faturamento das empresas que podem pegar esse dinheiro subirá de R$ 120 mil para R$ 360 mil. Os recursos serão repassados pelo Banco do Brasil e destinados a capital de giro. No entanto, o governo já espera que o empresariado faça esse tipo de operação para quitar dívidas mais caras e ter alívio no caixa durante a atual recessão.

Em agosto, O GLOBO revelou que bancos públicos e privados vinham se articulando para ampliar o escopo do microcrédito. Uma das demandas era, justamente, elevar para R$ 360 mil o teto de faturamento anual para empreendedores que podem ser beneficiados pelo empréstimo.

Em entrevista ao GLOBO, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, antecipou que acerta os últimos detalhes com o BB. Ele ressaltou que a prioridade é dar oxigênio às empresas sufocadas pela situação econômica.

– Há um grande clima de renegociação no país. O fornecedor prefere dar desconto a não receber. Assim como os bancos e até o governo – afirmou.

O BB já tem um programa como esse, lançado no governo Lula, mas é mais limitado. Esse tipo de empréstimo é custoso para a instituição por causa da consultoria. Um funcionário acompanha o negócio de perto e orienta o pequeno empreendedor. Para tirar esse custo da instituição, o Sebrae deve contratar como consultores ex-funcionários aposentados do Banco do Brasil para fazer esse acompanhamento.

– O cara que seguir a orientação da consultoria ainda fica com a garantia do fundo de aval do Sebrae – disse Afif.

Empresas financeiras no Simples
Ele explicou que o Sebrae tem um fundo que pode garantir até R$ 750 milhões em empréstimos. Segundo Afif, ele foi criado há 20 anos e só cresceu por causa da adimplência dos pequenos empresários.

O presidente do Sebrae disse ainda que pediu ao ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que aumente o direcionamento dos depósitos compulsórios para o microcrédito de 2% para 4% dos recursos sobre depósitos à vista. O pleito teria sido feito há mais de um ano, mas ainda não entrou na pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Outra iniciativa que deve ser ressuscitada é a ideia de uma empresa financeira no Simples. Segundo Afif, havia um acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que isso fosse incluído num pacote de microempresa já aprovado pelo Congresso. No entanto, a regra foi vetada pelo Palácio do Planalto após pedido do Banco Central (BC). Depois do desconforto com o BC, o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, teria chamado Afif para uma conversa e prometido nova legislação em seis meses. Assim, microempresas poderão emprestar capital próprio para outras microempresas.

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/pais-tera-novo-programa-de-credito-para-microempresas-20615011