Brasileiros depositam R$ 7,1 bilhões a mais do que retiram na poupança em junho

Publicado em: 07/07/2021

Em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus, os brasileiros depositaram R$ 7,1 bilhões na poupança em junho a mais do que o que foi retirado, informou o Banco Central na terça-feira, 6.

Foi o terceiro mês de captação positiva para a poupança após três meses de saques superiores a depósitos. O resultado ocorre na esteira da volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população.

Em junho, os aportes na poupança somaram R$ 296,4 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 289,3 bilhões. Esse movimento gerou o depósito líquido total de R$ 7,1 bilhões no mês. Considerando o rendimento de R$ 2,2 bilhões da caderneta em junho, o saldo total das contas chegou a R$ 1,030 trilhão.

Junho foi o terceiro mês de 2021 em que houve mais depósitos do que saques na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros haviam retirado recursos da caderneta.

No acumulado de janeiro a junho, a população retirou R$ 16,540 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, a poupança havia registrado dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).

No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, ela foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Esse movimento foi o que o próprio BC chamou de “poupança precaucional”.

Em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as tradicionais despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente ainda negativo para a economia. Nos primeiros meses do ano, o governo não pagou o auxílio, o que também afetou os saldos.

Tudo isso favoreceu os saques na poupança em janeiro, fevereiro e março, com muitos brasileiros precisando de recursos para fechar as contas.

Em abril, maio e junho, porém, o resultado positivo foi influenciado pela volta do pagamento do benefício para uma parcela da população. Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril.

A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 4,25% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 2,975% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação.

Essa regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

Fonte: Estadão

Bancos abrem mais uma etapa de adesão a acordo para pagar perdas da poupança

Publicado em: 16/01/2019

Os bancos abrirão mais uma etapa de adesão ao acordo de pagamento para os poupadores que sofreram perdas da poupança causadas pelos planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991). A partir desta quinta-feira, dia 17, os nascidos a partir de 1964 que entraram com ações na Justiça para reaver as diferenças poderão se cadastrar na plataforma on-line pagamentodapoupanca.com.br. Com isso, poderão receber as indenizações de forma administrativa, desistindo do processo judicial. Mas vão receber menos do que o previsto.

Para incentivar os poupadores a aderirem ao acordo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está lançando uma campanha nacional, com filmes para TV por assinatura, spots e boletins de rádio, anúncios em veículos impressos, links patrocinados e posts em redes sociais.

Na prática, a adesão está muito aquém do previsto. Segundo a Febraban, até a manhã desta quarta-feira-feira, dia 16, a plataforma de adesão on-line havia recebido mais de 117 mil pedidos de cadastramento. Até agora, afirmou a entidade, cerca de 17 mil pessoas fecharam acordo e já receberam ou estão recebendo os valores devidos.

A expectativa inicial, no entanto, era de que mais de um milhão de poupadores poderiam ser beneficiados com a adesão ao acordo e a consequente desistência de uma briga judicial que se arrastava há anos.

O que é o acordo

O acordo feito por bancos e entidades de defesa dos consumidores — que foi mediado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e teve o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) — prevê o ressarcimento a todos os poupadores que ingressaram na Justiça com ações individuais ou que executaram sentenças de ações civis públicas ou coletivas movidas por entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), dentro dos prazos legais.

Para ter direito à indenização, o poupador deverá ter reivindicado o ressarcimento judicialmente dentro dos prazos de prescrição. No caso das ações individuais, o prazo foi de até 20 anos após a edição de cada plano, ou seja, até 2007 para o Plano Bresser; até 2009 para o Plano Verão; e até 2011 para o Plano Collor 2.

De acordo com as regras, as execuções de ações coletivas devem ter sido ajuizadas até 31 de dezembro de 2016 ou em até cinco anos após a decisão definitiva da ação. Vale lembrar que quem não recorreu à Justiça não tem direito à indenização.

Como aderir

Para receber a indenização prevista no acordo, os poupadores devem aderir à plataforma eletrônica pagamentodapoupanca.com.br. No ato da inscrição, o interessado concorda com os critérios fixados para o cálculo do ressarcimento, que variam conforme o plano econômico. Mas o prazo para receber a quantia varia.

Todo o processo é digital. O primeiro passo é se cadastrar e concluir a adesão ao acordo no site, que informa que documentos a serem enviados. Este processo pode ser iniciado pelo poupador, mas deve ser concluído com a assinatura digital do advogado ou do defensor público responsável pelo processo.

A partir daí, o banco tem até 60 dias para analisar e validar a documentação.

Valores a receber

Após essa aprovação feita pela instituição financeira, para os poupadores que têm até R$ 5 mil a receber, o pagamento é feito à vista, em até 15 dias, conforme previsto no acordo. Os demais recebem em parcelas.

Para indenizações acima de R$ 5 mil, incidem descontos progressivos de 8% a 19%. Valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil são pagos uma parcela à vista e duas semestrais. A partir de R$ 10 mil, são pagos uma parcela à vista e quatro prestações semestrais.

Não é permitido que o poupador indique uma conta de terceiro para recebimento dos valores do acordo. O advogado que tiver uma procuração que autorize receber em nome do poupador poderá optar por essa forma de pagamento. Os valores dos honorários serão de 10% sobre o valor do acordo.

Adesão em lotes

A adesão ao acordo vem sendo sendo feito em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento do poupador.

Confira as datas:

1º (22/05/2018): Nascidos até 1928

2º (21/06/2018): Nascidos entre 1929 e 1933

3º (21/07/2018): Nascidos entre 1934 e 1938

4º (20/08/2018): Nascidos entre 1939 e 1943

5º (19/09/2018): Nascidos entre 1944 e 1948

6º (19/10/2018): Nascidos entre 1949 e 1953

7º (18/11/2018): Nascidos entre 1954 e 1958

8º (18/12/2018): Nascidos entre 1959 e 1963

9º (17/01/2019) Nascidos a partir de 1964

10º (16/02/2019): Sucessores ou inventariantes de poupadores já falecidos

Fonte: Jornal Extra

Bancos e Justiça farão mutirão para acelerar acordos das perdas da poupança

Publicado em: 04/10/2018

A adesão de poupadores ao acordo para restituir as perdas da poupança nos planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991) também poderá ser presencial. Problemas operacionais na plataforma online criada especialmente para essa etapa fizeram a Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com os bancos, sugerir a medida como uma alternativa aos poupadores.

A ideia é que sejam realizados mutirões em Tribunais de Justiça de todos os Estados. Em nota, a AGU informou que a logística dessa operação ainda será decidida. Uma reunião está marcada para a próxima terça-feira (9), quando detalhes devem ser divulgados. Mas a intenção é reforçar que a adesão presencial será um apoio à plataforma, que seguirá funcionando e sofrendo ajustes. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o primeiro mutirão será realizado em São Paulo, na segunda quinzena de outubro, com foco nos poupadores com documentação completa.

Em julho, GaúchaZH revelou que a burocracia vinha emperrando as adesões ao acordo pela internet. A Frente Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) relatou na ocasião que queixas chegavam de todo o Brasil indicando que muitos acordos não eram habilitados no sistema. A plataforma exigia, por exemplo, a digitalização de documentos que já estão nos processos, o que impedia advogados de concluírem a adesão.

Atualmente, o processo de inclusão no acordo está em sua 5ª fase, para poupadores com idades entre 70 e 74 anos – nascidos entre 1944 e 1948. Essa etapa deve ficar aos cuidados, preferencialmente, dos advogados dos beneficiados, já que informações das ações judiciais são solicitadas. Tudo ainda é, exclusivamente, por meio do portal do acordo. Mais de 1 milhão de ações em várias instâncias podem ser encerradas. Por isso, para facilitar o processo, os bancos acordaram receber os pedidos dos poupadores em lotes – 11 no total – de acordo com o ano de nascimento, a começar pelos mais velhos.

Quem tem direito aos recursos

Terão direito a recuperar as perdas todas as pessoas que moveram ações coletivas ou individuais para cobrar dos bancos valores referentes às perdas com os planos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor II (1991). A expectativa é de que o acordo injete R$ 12 bilhões na economia.

No caso de ações coletivas, o acordo vale para poupadores que acionaram a Justiça até 31 de dezembro de 2016, dentro do prazo prescricional de cinco anos. No caso das ações individuais, vale para aquelas ajuizadas dentro do prazo de prescrição (20 anos da edição de cada plano). O pagamento será em 11 lotes, separados de acordo com o ano de nascimento do poupador.

Quando o poupador poderá aderir ao acordo?
1º lote – desde 22 de maio: nascidos até 1928
2º lote – desde 21 de junho: nascidos entre 1929 e 1933
3º lote – desde 21 de julho: nascidos entre 1934 e 1938
4º lote – desde 20 de agosto: nascidos entre 1939 e 1943
5º lote – desde 19 de setembro: nascidos entre 1944 e 1948
6º lote – a partir de 19/10/2018: nascidos entre 1949 e 1953
7º lote – a partir de 18/11/2018: nascidos entre 1954 e 1958
8º lote – a partir de 18/12/2018: nascidos entre 1959 e 1963
9º lote – a partir de 17/1/2019: nascidos a partir de 1964
10º lote – a partir de 16/2/2019: sucessores ou inventariantes de poupadores falecidos
11º lote – a partir de 18/3/2019: poupadores que tenham ingressado em juízo entre 1º/1/2016 e 31/12/2016
– Caso se perca o prazo do lote, será possível fazer a adesão nos lotes seguintes ou no prazo de 24 meses a partir do início das habilitações.

Fonte: Portal Gaúcha ZH

Até a poupança ganhou da Bolsa no primeiro semestre de 2018

Publicado em: 04/07/2018

A incerteza frente às eleições de outubro, os efeitos da greve dos caminhoneiros e a guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o resto do mundo fizeram a Bolsa perder todos os ganhos acumulados em abril para fechar o primeiro semestre de 2018 na lanterna das aplicações financeiras, atrás até da caderneta de poupança.

O índice com as principais ações negociadas na B3, o Ibovespa, chegou ao fim de junho com queda de 6,07%. Até abril, o índice acumulava alta de 12,71%. A poupança, vice-lanterna, registrou ganhos de 2,32%, também de janeiro a junho.

A aplicação campeã do período foi o dólar. A moeda americana teve valorização de 16,96%, mais de um ponto porcentual acima do ouro, segundo mais bem posicionado no ranking do semestre, com alta de 15,78%.

O coordenador do laboratório de finanças do Insper, Michael Viriato, explica que a valorização do ouro é consequência direta da alta do dólar, já que a commodity é negociada por meio da moeda americana. “O ouro em si teve desvalorização de quase 1% lá fora, mas, como é cotado em dólar, pegou carona no câmbio.”

Para o segundo semestre, Viriato acredita que a tendência é de melhora nos investimentos de mais risco, como os papéis de empresas, conforme os investidores se acomodem a um cenário político mais definido (o segundo turno das eleições acontece em 28 de outubro). “Tivemos três meses bons seguidos por três meses ruins. Vejo essa relação se inverter no resto do ano”, afirma.

Segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo, que calculou o retorno das aplicações no período, pesou também para o resultado ruim das ações “a manutenção da taxa Selic em 6,5% ao ano”.

A decisão do Banco Central, em maio, de não diminuir a taxa básica de juros da economia quebrou a sequência de 12 cortes consecutivos, pegando de surpresa a maior parte do mercado. A decisão afetou os papéis, já que juros menores são, em geral, benéficos para o caixa das companhias, que gastam menos para financiar suas operações. As informações são do jornal

Fonte: O Estado de Minas

BB e Caixa têm 822 mil clientes aptos a aderir acordo da poupança

Publicado em: 25/05/2018

Caixa e Banco do Brasil calculam que 822 mil clientes poderão aderir ao acordo com os poupadores afetados pelos planos econômicos de 1980 e 1990. A Caixa informou que prevê pagar R$ 1,2 bilhão em indenizações aos poupadores. Já o Banco do Brasil tem R$ 4,53 bilhões provisionados, mas informou não ter previsão de quanto será efetivamente pago, uma vez que as adesões são voluntárias.

Ou seja, os bancos públicos poderão responder por quase a metade do pagamento total de indenizações previsto pelo governo (entre R$ 11 bilhões e R$ 12 bilhões).

Segundo a Caixa, mais da metade dos poupadores que estão sob o seu guarda-chuva deverão receber menos de R$ 5.000 e, por isso, teriam direito ao pagamento à vista, ou seja, ainda neste ano. Os demais valores serão pagos em até cinco vezes, em parcelas semestrais por dois anos.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), 65% dos poupadores têm a receber menos de R$ 5.000.
No setor privado, o Itaú Unibanco informou que tem 170 mil clientes que poderiam aderir ao acordo. O Santander e o Bradesco não quiseram informar o número de clientes que poderiam aderir ao acordo.

Itaú, Santander e Bradesco já comunicaram que pretendem fazer os pagamentos à vista, mas não informaram quanto isso representa. O Bradesco disse que está estudando a viabilidade de fazer os pagamentos à vista.

O governo espera que os recursos ajudem a impulsionar o consumo em um momento de letargia do crescimento econômico.

Fonte: Folha de S.Paulo

STJ decide a favor de poupadores e acordo sobre perdas na poupança deve destravar

Publicado em: 29/09/2017

Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nessa quarta-feira (27/09), de maneira favorável aos poupadores na discussão sobre quem tem direito a receber o ressarcimento por perdas na poupança com o Plano Verão, de janeiro de 1989. A decisão deve destravar as negociações do acordo que vem sendo discutido entre poupadores e bancos para o ressarcimento dos expurgos inflacionários (diferença entre a correção da poupança e o índice oficial de inflação) dos plano econômicos das décadas de 1980 e 1990.

Os ministros da Segunda Seção do STJ decidiram que os poupadores não precisavam estar filiados a uma associação no momento em que as ações coletivas cobrando o ressarcimento foram propostas à Justiça. O entendimento vale para a maior parte das ações coletivas.

Os bancos argumentavam que os poupadores precisariam ser filiados a entidades de defesa, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), na época em que as ações de ressarcimento foram propostas, para ter direito a eventuais pagamentos. As entidades, por sua vez, defendem que qualquer poupador que participa de ação tem direito, seja ele associado ou não.

— O resultado é muito bom para os poupadores. Esse resultado reabre as portas para o acordo — disse o advogado da Frente dos Poupadores, Luiz Fernando Casagrande Pereira, do escritório VG&P Advogados.

O julgamento do STJ deve destravar o acordo entre representantes de poupadores e bancos, sob mediação da Advocacia-Geral da União (AGU), em torno do direito a diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança em razão de alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2. As negociações em torno de uma acordo para a compensação das perdas nas cadernetas de poupança com os planos econômicos ocorrem há meses.

Um entendimento deve pôr fim a milhares de ações na Justiça e encerrar uma discussão que já dura décadas. Uma nova reunião foi marcada para a o dia 6 de outubro e há expectativa de que se chegue a um entendimento nas próximas semanas.

Os valores globais a serem pagos giram em torno de R$ 16 bilhões a R$ 18 bilhões, segundo fontes envolvidas nas negociações. O foco das negociações, agora, é definir o valor que será pago pelos bancos aos poupadores. Deve haver um desconto sobre juros acumulados no período, aos quais os poupadores teriam direito caso tivessem acesso aos recursos integralmente. A negociação caminha para que sejam aplicados descontos na faixa de 30% a 50% do total devido. Outro ponto que precisa ser acertado é a forma de parcelar o pagamento desses recursos, ou se o montante será pago à vista.

Processos no STF

A intenção é levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acordo assinado para ser homologado pelos ministros da Corte ainda neste mês. No STF, tramitam quatro recursos extraordinários com repercussão geral e uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Ou seja, a decisão que o Supremo tomar valerá para todas as ações ajuizadas pelo país que tratam da correção na poupança.

A maior parte das poupanças cobertas pelo acordo estava na Caixa Econômica e no Banco do Brasil. Uma solução negociada para o tema é defendida, também, pela área econômica do governo federal. Por isso, o Banco Central participa das negociações. O acordo, com descontos nos pagamentos por parte das instituições financeiras, deve proporcionar um alívio ao balanço dos bancos, que poderão colocar mais dinheiro na praça e demonstrar segurança jurídica para investidores.

A discussão sobre a correção das poupanças voltou a ganhar destaque após a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, confirmar que participará do julgamento e sinalizar que o assunto teria um desfecho na Corte. Inicialmente, ela havia declarado sua suspeição, porque seu pai era interessado no desfecho da causa. Além dela, declararam-se suspeitos os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

Sem os quatro ministros aptos a julgar os processos, o tribunal não alcançava o quórum mínimo. As ações, que são relatadas pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, contestam o direito a diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança em razão de alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos.

Fonte: Época Negócios 

Acordo de compensação por perdas na poupança com planos econômicos deve sair até agosto

Publicado em: 13/07/2017
Associações que representam consumidores e bancos públicos e privados devem fechar, até agosto, um acordo para a compensação das perdas nas cadernetas de poupança com os planos econômicos dos anos 1980 e 1990. O tema é alvo de milhares de ações na Justiça em todo o país, e os valores a serem pagos podem somar até R$ 11 bilhões.

O entendimento, que está sendo mediado pela Advocacia-Geral da União (AGU), valerá somente para ações coletivas, mas pode servir de parâmetro para outros processos. Participam das negociações a Febraban (que representa os bancos), o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Federação Brasileira dos Poupadores (Febrapo), que receberam autorização de outras associações para representá-las. A informação foi antecipada ontem pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

CAIXA E BB CONCENTRAM CONTAS
A intenção é levar ao Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto, o acordo assinado, para ser homologado pelos ministros da Corte. No STF, tramitam quatro recursos extraordinários com repercussão geral e uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Ou seja, a decisão que o Supremo tomar valerá para todas as ações ajuizadas pelo país que tratam da correção na poupança.
O foco das negociações, agora, é definir o valor que será pago pelos bancos aos poupadores. Deve haver um desconto sobre juros acumulados no período, aos quais os poupadores teriam direito caso tivessem acesso aos recursos integralmente. Além disso, está em discussão a forma de parcelar o pagamento desses recursos.
Todas as ações que serão beneficiadas pelo acordo e os cortes temporais para a recomposição financeira já foram fechados. Com isso, os valores da negociação vão de R$ 8 bilhões a R$ 11 bilhões. A maior parte das poupanças cobertas pelo acordo estava na Caixa Econômica e no Banco do Brasil.
Uma solução negociada para o tema é defendida, também, pela área econômica do governo federal. Por isso, o Banco Central participa das negociações. Afinal, o acordo, com descontos nos pagamentos por parte das instituições financeiras, deve proporcionar um alívio ao balanço dos bancos, que poderão colocar mais dinheiro na praça e demonstrar segurança jurídica para investidores. Com o acordo, o estoque de processos sobre o tema deve diminuir.
A discussão sobre a correção das poupanças voltou a ganhar destaque após a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, confirmar que participará do julgamento. Inicialmente, ela havia declarado sua suspeição, porque seu pai era interessado no desfecho da causa. Além dela, declararam-se suspeitos os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.
Sem quatro ministros aptos a julgar os processos, o tribunal não alcançava o quórum mínimo. As ações, que são relatadas pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, contestam o direito a diferenças de correção monetária de depósitos em caderneta de poupança em razão de alegados expurgos inflacionários decorrentes dos planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2.
IDEC: DIREITO DE TODOS OS POUPADORES
O Idec divulgou comunicado, ontem, defendendo que todos os poupadores têm direito à correção das perdas durante os planos econômicos dos anos 1980 e 1990. No texto, o instituto alega que a Febraban quer aplicar um grande calote ao insistir que somente poupadores filiados às associações que ajuizaram ações civis públicas contra os bancos devem ser contemplados.
“Se a Febraban tentar, novamente, limitar pagamentos apenas a afiliados (como está a ocorrer no Superior Tribunal de Justiça, no recurso especial 1.438.263/SP, de relatoria do ministro Raul Araújo), o Idec se manterá em intensa luta pelos consumidores”, diz a nota do instituto.
ENTENDA AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DOS PLANOS
PLANO BRESSER: Em junho de 1987, o plano previu a substituição das Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), de 26,06%, pela Letra do Banco Central (LBC), de 18,02%. Válida para cadernetas com aniversário de 1º a 15 de junho de 1987
PLANO VERÃO: Determinou, em janeiro de 1989, a substituição do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) pelas Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com perda de 20,36%. Válida para cadernetas com aniversário de 1º a 15 de fevereiro de 1989
PLANO COLLOR I: Em março de 1990, o plano previu a conversão do cruzado novo (NCz$) para cruzeiro (Cr$) e determinou o bloqueio das poupanças com valores superiores a NCz$ 50 mil
PLANO COLLOR II: Em janeiro de 1991, o plano substituiu o Bônus do Tesouro Nacional Fiscal (BTNF) pela Taxa Referencial Diária (TRD), com redução de 14,11%
Fonte: O Globo

Bancos usam sorteios e prêmios para estimular poupança

Publicado em: 02/12/2016

Investidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta.

Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano.

Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor.

Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio.

A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%.

Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta.

Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB.

A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente.

“O produto está ajudando na retenção da carteira”, diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%.

A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês.

HÁBITO

Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. “Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito”, afirma.

“Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem”, avalia o professor.

Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30.

O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo “troco” das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa.

Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar.

“Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?”, argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa.

“Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto.”

O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança.

A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção.

Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. “Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?”, questiona.

Fonte: Folha de S.Paulo