BB aponta a Paraíba como a maior projeção do PIB entre os Estados

Publicado em: 02/06/2024

O Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba deverá registrar uma expansão de 4,7% em sua economia em 2024, o maior crescimento entre todas as unidades da Federação do País. A taxa de expansão da economia paraibana será mais que o dobro do País neste ano (2,2%) e também sobre a Região Nordeste (2,1%). Os dados e projeções são do estudo publicado pelo Banco do Brasil, neste mês de maio, via “Resenha Regional de Assessoramento Econômico”.

No ranking das projeções com os maiores crescimentos econômicos para o ano de 2024 estão, além da Paraíba (4,7%), os Estados de Tocantins (4,1%), Amapá (3,9%), Maranhão (3,7%) e o Distrito Federal (3,6%). Já o Mato Grosso é o único Estado com previsão de queda no PIB (-0,9%).

PIBs DOS SETORES DA PARAÍBA – Nos três setores analisados pelo Banco do Brasil, que serviram de base no estudo para projeção do crescimento em 2024, a Paraíba apresentou taxas superiores às médias do Brasil e da Região Nordeste. Por exemplo, no PIB de Serviços, que concentra a maior força da economia, que inclui comércio e administração pública, a Paraíba terá um crescimento de 4,5% este ano, enquanto a média do Brasil será de 2,4% e a do Nordeste de 2,6%, conforme o estudo.

No PIB da indústria, a Paraíba com expansão de 5,9%, também terá uma média maior que a do Brasil e a do Nordeste, que estarão empatados com 3,2%. No PIB agropecuário, o setor paraibano terá a maior taxa de crescimento (7,6%), enquanto o Brasil (-2,3%) e o Nordeste (-2,9%) estão com projeções de queda.

“ESTAMOS NO CAMINHO CERTO” – Para o secretário de Estado da Fazenda, Marialvo Laureano, o estudo técnico do Banco do Brasil, que projeta a expansão da economia paraibana em 2024, “evidencia que a gestão do governador João Azevêdo está no caminho certo e que essa projeção não surpreendeu o nosso governo, diante da gestão fiscal e financeira, avaliadas por instituições nacionais e internacionais independentes, e das pesquisas publicadas pelo IBGE e pelo Caged dos setores como comércio, serviço e emprego”.

Ele lembrou que, “por três anos consecutivos, a gestão fiscal e financeira do Governo da Paraíba tem recebido da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a chamada CAPAG A (Capacidade de Pagamento A), e da Standard & Poor’s Financial Services (S&P Global Rating), umas das maiores agências de classificação de risco do mundo, notas máximas em suas avaliações de capacidade de pagamento, poupança corrente e liquidez. Em 2024, por exemplo, a nota da S&P Global Rating ratificou pelo quarto ano consecutivo a eficiência da gestão fiscal do Estado, concedendo a nota de triplo AAA+, a maior nota para um ente subnacional. Ou seja, o Governo da Paraíba não está apenas fazendo o dever de casa nesta gestão, mas potencializando indicadores que garantem, com o nosso esforço e empenho, a ampliação da implementação de políticas públicas para a população, mas também nos investimentos, com recursos próprios, nas áreas estruturantes do Estado como, por exemplo: estradas, segurança hídrica e no porto”.

INDICADORES POSITIVOS DA ECONOMIA – Marialvo Laureano citou números atualizados de indicadores importantes da economia paraibana. “Para se ter uma ideia, já geramos um saldo de 85 mil empregos, nos últimos anos, só com carteira assinada em cinco setores da economia, alcançando 487 mil no estoque total, além de reduzirmos a taxa de desocupação para 9,9%, no 1° trimestre deste ano, a menor da nossa série histórica dos últimos 8 anos. Registramos a maior taxa de crescimento do comércio do País em fevereiro deste ano com alta de 19,6% e a terceira maior em março (10%). O potencial de consumo das famílias paraibanas, que chegou a R$ 88,980 bilhões em 2023, apresentou uma taxa de crescimento de 3,52%, que representou o dobro do País (1,52%)”, detalhou.

O MELHOR ESTÁ POR VIR – Segundo o secretário da Sefaz-PB, “o equilíbrio fiscal alcançado pelo Estado da Paraíba, que garante maior capacidade de investimento com recursos próprios, além de nosso baixo endividamento, tem atraído também mais investimentos e negócios privados, que deverão crescer ainda mais nos próximos anos. Podemos citar a área de turismo como a do Polo Turístico Cabo Branco, que ganhará vários resorts, sendo 5 em construção e um parque temático, bem como outros investimentos como novas fábricas sistemistas da Jeep, a ampliação do Porto de Cabedelo, além de equipamentos públicos importantes do Estado, que serão concedidos à iniciativa privada nos próximos anos via parceria público-privada. Enfim, a política fiscal e os novos investimentos públicos e privados deverão garantir um crescimento sustentado ao Estado não apenas em 2024, mas nos próximos anos. Por isso, tenho certeza que o melhor ainda está por vir em nosso Estado”, apontou

Para a secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, “a Paraíba tem se destacado positivamente e vivenciado um crescimento sólido em diversos setores essenciais que refletem diretamente no nosso PIB. O turismo desempenha um papel importante nessa conquista e os investimentos na infraestrutura turística têm atraído visitantes não só do Brasil, mas também do exterior, gerando empregos e renda para o nosso Estado”, comentou.

Fonte: Governo do Estado da Paraíba

Fortuna de cinco bancos soma R$ 7,4 trilhões e supera PIB do Brasil

Publicado em: 04/06/2020

O patrimônio de apenas cinco bancos –Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa– supera o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Esse fato mostra a dimensão da brutal concentração da riqueza no País, agravada durante a pandemia de coronavírus.

Nunca é demais recordar que o governo Jair Bolsonaro, controlado pelo banqueiro Paulo Guedes, injetou R$ 1,2 trilhão de liquidez em medidas do Banco Central para apoiar o sistema financeiro no enfrentamento da covid-19. Entretanto, nesse período, os bancos preferiram especular com esse montante de dinheiro público ficou “empoçado” no próprio sistema financeiro.

Traduzindo em bom português: o dinheiro não chegou ao destino, ficou “empossado” nos bancos que especulam com recurso alheio.

De acordo com especialistas do mercado financeiro, o dinheiro disponibilizado pelo governo “morreu” nos bancos, que preferem investir em títulos públicos.

“Os bancos não querem dar dinheiro novo, nem querem alongar. Querem comprar só títulos públicos”, afirma Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele defende uma forma de “punição” do BC aos bancos que não emprestarem e alongarem os prazos.

Os cinco maiores bancos brasileiros têm em mãos recursos equivalentes à toda a economia brasileira. Turbinado pelo aumento de crédito para suprir a demanda maior durante a pandemia de coronavírus, o volume de ativos totais das instituições financeiras atingiu R$ 7,36 trilhões ao fim de março, superando, pela primeira vez, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que foi de R$ 7,3 trilhões em 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados em março.

O resultado ocorreu em meio à expansão do crédito, enquanto a economia brasileira tenta ganhar tração. Do fim de 2017 para cá, a correlação crédito/PIB subiu de 47,1% para 48,9%, segundo o Banco Central. Se for considerado apenas o crédito livre, com o qual os grandes bancos atuam, o avanço foi ainda maior: subiu de 23,6% para 28,8%.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o aumento na proporção entre ativos dos bancos e o PIB tem correlação direta com a expansão do crédito nos últimos anos frente ao desempenho econômico. “O aumento na relação crédito/PIB não é sinônimo de maior rentabilidade ou lucro.”

Além disso, em momentos de crise os bancos atraem maior volume de depósitos, uma vez que o investidor busca mais segurança, segundo Claudio Gallina, diretor sênior de instituições financeiras da Fitch Ratings para América Latina. “Assim, a liquidez do sistema (que já vinha muito boa e robusta) aumenta mais”, disse. “Isso indica que os bancos teriam até mesmo mais dinheiro para emprestar.”

Com a crise, o crédito ganhou impulso adicional com a explosão da demanda nos grandes bancos. O saldo conjunto dos empréstimos nas cinco maiores instituições cresceu quase R$ 176 bilhões no primeiro trimestre em relação ao fim de dezembro, totalizando R$ 3,31 trilhões. Em um ano, o aumento foi de quase R$ 348 bilhões.

O salto nas carteiras foi capitaneado, principalmente, por empréstimos a grandes empresas. O movimento foi acompanhado por uma enxurrada de críticas aos grandes bancos, por restringirem o crédito e elevarem juros em meio à turbulência, a despeito da injeção de R$ 1,2 trilhão de liquidez em medidas do Banco Central para apoiar o sistema financeiro no enfrentamento da covid-19.

Os bancos anunciaram uma série de medidas de apoio financeiro, mas admitem que, diante da piora do risco na economia, é natural maior rigor no crédito.

O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou semana passada não ser possível o crédito crescer no mesmo ritmo da demanda, que deve se reduzir daqui para frente. “O crescimento do crédito será muito mais baixo, se é que haverá crescimento em 2020”, disse, em transmissão ao vivo.

Renegociações

Os bancos já concederam mais de R$ 540 bilhões em créditos na pandemia, segundo balanço da Febraban, considerando novos empréstimos, renovações e postergações de parcelas. Para os próximos meses, a expectativa é de que o crédito novo ceda espaço a uma onda de renegociações e reestruturações de dívidas de empresas que viram seu faturamento despencar.

No segmento de pessoa física, a demanda por crédito caiu no primeiro trimestre, mudando a dinâmica vista até então. Esse movimento deve continuar, com o aumento do desemprego e a perda de renda.

A queda, principalmente no financiamento imobiliário, obrigou a Caixa a rever suas projeções. “De fato, a crise muda toda a dinâmica. A demanda de crédito vem sendo totalmente diferente. Estamos avaliando”, afirmou Pedro Guimarães, presidente do banco público, durante a publicação do balanço do primeiro trimestre.

Em uma perspectiva de médio e longo prazo, o presidente e fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, vê maior pressão por parte das fintechs na disputa por recursos com os grandes bancos, que foi comprometido na crise. Os próprios pesos pesados do setor admitem que a trégua é temporária. “Com os reflexos do juro mais baixo, mais decente, e uma maior concorrência vinda das fintechs, o Brasil está se tornando mais normal, mas a crise atrapalhou.”

Provisões

A pandemia também fez os bancos ampliarem os recursos reservados para compensar perdas, com temor quanto ao impacto futuro na inadimplência. A leitura, ao menos até aqui, é de que a crise será bem mais severa que as anteriores, incluindo a desencadeada pela Operação Lava Jato e ainda a turbulência financeira de 2009.

O reforço nas provisões custou mais os bancos. No primeiro trimestre, as despesas com provisões para devedores duvidosos passaram dos R$ 30 bilhões, um salto de cerca de 45% em relação aos três meses anteriores.

Dos cinco grandes bancos, somente Santander e Caixa não fizeram o movimento de criar colchões para perdas adicionais por conta da crise. “O balanço da Caixa é, continua e continuará extremamente sólido”, afirmou Pedro Guimarães, presidente da instituição.

Como consequência de uma postura mais conservadora dos bancos, o lucro líquido combinado de Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa encolheu 25,6% no primeiro trimestre, para menos de R$ 18 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2019, quando foi de mais de R$ 24 bilhões.

“Mesmo mantendo níveis confortáveis de solidez, liquidez e capitalização, a atual crise também atingiu o setor bancário”, disse Isaac Sidney, presidente da Febraban. Com informações do jornal O Estado de S. Paulo. (Fonte: Blog do Esmael)

Fonte: Federação dos Bancários do Estado do Paraná

Previsão do BB é crescimento de 2,8% do PIB em 2018

Publicado em: 02/03/2018


O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse hoje (22) que a previsão da instituição é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,8% em 2018. “Com relação a questão macroeconômica, nossa expectativa é de que a economia vai seguir o processo de retomada iniciada em 2017 e a previsão do Banco do Brasil para o PIB é que deverá crescer em torno de 2,8% em 2018”, disse, após anunciar o lucro líquido ajustado do banco, de R$ 11,1 bilhões em 2017.

Durante a entrevista coletiva para apresentar o relatório do quarto trimestre de 2017 da instituição, o presidente afirmou que o consumo será fundamental para a retomada da economia. “O consumo será mais uma vez protagonista nesta retomada, assim como a agricultura. Também contaremos com a contribuição positiva dos investimentos, que devem crescer após anos de quedas consecutivas”.

De acordo com o relatório, o financiamento ao agronegócio encerrou dezembro de 2017 com saldo de R$182 bilhões na carteira ampliada. O saldo da carteira de crédito rural ampliada alcançou R$159,7 bilhões, o que representa crescimento de 6,1% em relação ao mesmo período de 2016.

Para 2018, a estimativa do Banco do Brasil é que o lucro líquido fique entre R$ 11,5 e 14 bilhões. “Acredito que apesar de algumas incertezas no mercado externo, a ampla liquidez e a baixa pressão ao risco favorecerão o fluxo de recurso para economias emergentes e o Brasil, com inflação e política monetária equilibradas, certamente se beneficiarão dessas recursos. Temos grandes projetos na área de infraestrutura que deverão atrair capital estrangeiro”, avaliou Caffarelli.

O presidente da instituição ainda destacou que este ano será marcado por investimentos, operações do mercado de capital e melhoria do relacionamento com os clientes. “O nome do jogo, para nós do Banco do Brasil em 2018 será mercado de capitais e conveniência dos nossos clientes”.

Fonte: Jornal A Tarde

BB diz que desembolsos cresceram 25% para pessoa física

Publicado em: 01/06/2017


SÃO PAULO – Os desembolsos de crédito do Banco do Brasil (BB) para pessoa física aumentaram 25% neste ano, até agora, em relação a 2016, afirmou o presidente da instituição, Paulo Caffarelli. No caso das operações com pessoa jurídica, o crescimento foi de 20%, segundo ele.

Caffarelli observou que a recuperação tem sido mais lenta que a observada em outras ocasiões. Ele lembrou que a crise atual já dura 20 trimestres, enquanto as passadas foram superadas não demoraram mais do que cinco trimestres.

“Estamos vivendo o momento oposto. A retomada é bastante consistente, mas levará mais tempo”, afirmou o executivo em painel com banqueiros no Brasil Investment Forum, que acontece hoje e amanhã em São Paulo.

Caffarelli disse que o Brasil é um “país de oportunidades”, principalmente em infraestrutura — área na qual, segundo ele, há R$ 1,4 trilhão em investimentos a ser feitos.

O presidente do BB observou que o modelo anterior concentrava os investimentos em infraestrutura no dinheiro público, mas, agora, quem vai financiar os projetos é o mercado de capitais.

“Na medida em que [os projetos] têm competitividade, podem muito bem se acomodar nas taxas de mercado”, afirmo, acrescentando que em pouco tempo as taxas de curto e longo prazos estarão próximas.

Demanda

Caffarelli afirmou que o agravamento da crise política não teve impacto na demanda por crédito de clientes do varejo ou do atacado.

Segundo o executivo, a instabilidade teve reflexo na tesouraria. Porém, ele não revelou se o impacto foi positivo ou negativo e afirmou que não seria possível quantificá-lo. “Nossa posição em tesouraria é sempre conservadora”, disse Caffarelli.

Ao ser questionado sobre declarações de outros banqueiros sobre o reflexo da crise, Caffarelli disse que o BB tem uma atuação nacional, enquanto os demais estão mais concentrados nos grandes centros.

O presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, disse no evento que varejistas têm apontado forte queda nas vendas desde que vieram à tona notícias implicando o presidente Michel Temer na delação premiada dos controladores da JBS. Para o presidente do J.P. Morgan no país, José Berenguer, a incerteza política deve ter impacto no Produto Interno Bruto (PIB).

(Vinícius Pinheiro | Valor)

Banco Mundial prevê alta de 0,5% para o PIB brasileiro em 2017

Publicado em: 12/01/2017


O Banco Mundial (Bird) previu nesta terça-feira (10) que a economia brasileira vai crescer 0,5% em 2017, mesma projeção feita por economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central nesta segunda-feira (9). Em novembro, o governo estimou que o PIB do país crescerá 1% este ano.

Para 2018, o Bird projeta crescimento de 1,8% para a economia brasileira, e avanço de 2,2% em 2019. A alta esperada de 0,5% para o Brasil em 2017 ajudará a puxar o crescimento de 1,2% da América Latina após dois anos de recessão, prevê o órgão.

Economia mundial

Para o PIB global, o órgão projeta um crescimento de 2,7% em 2017, graças à recuperação de grandes mercados emergentes como Brasil e Rússia, e devido ao maior estímulo fiscal esperado em economias avançadas como os Estados Unidos.

Este número deixa para trás os 2,3% de expansão global registrados em 2016, o menor desde a crise financeira de 2008, segundo a organização. “Após anos de um crescimento global desalentador, estamos encorajados por vermos projeções econômicas mais fortes no horizonte”, disse Jim Yong Kim, presidente do BM, em um comunicado de imprensa.
O boletim semestral “Perspectivas Econômicas Globais”, do BM, projetou um panorama de riscos complexo, com uma possível alta do crescimento caso se concretizem os planos de estímulo fiscal nos Estados Unidos no novo governo do presidente eleito Donald Trump e crescentes dúvidas geradas pela queda nos investimentos nos mercados emergentes.

Expansão nos EUA

Para os EUA, maior economia global, o BM prevê uma expansão de 2,2% em 2017, após a de 1,6% do ano passado. Trump prometeu notáveis cortes de impostos nos EUA e um multimilionário plano de investimentos em infraestrutura, assim como a aplicação de políticas comerciais protecionistas.

“Devido ao enorme papel que os Estados Unidos possuem na economia global, as mudanças em seu rumo político podem ter efeitos de contágio. Uma maior política fiscal expansiva pode gerar mais crescimento tanto dentro como fora do país a longo prazo, mas as mudanças em política comercial podem equilibrar estes benefícios”, afirmou Ayhan Kose, diretor do relatório.

O México deve crescer 1,8%, abaixo do esperado para este ano, como consequência da diminuição nos investimentos em meio à incerteza política nos EUA. A economia Argentina deve avançar 2,7%, diz o Bird.
Na Ásia, os dois grandes motores China e Índia mantêm sólidas tendências. A primeira, imersa em processo de reequilíbrio do modelo econômico, crescerá 6,5% neste ano, e a segunda continuará com taxas superiores a 7,5% nos próximos dois anos.

Por sua vez, a Rússia também deve retornar ao caminho positivo após dois anos de retração, com ganho de 1,5%, segundo o Banco Mundial.

* Com informações da Efe

Quais são as apostas dos grandes bancos para o Brasil durante o “difícil” ano de 2017?

Publicado em: 06/01/2017


O ano de 2017 mal começou, mas o otimismo comum no início do ano parece não ter lugar no Brasil: a euforia pós-impeachment de Dilma Rousseff, que trouxe perspectivas de políticas mais pró-mercado e menos intervencionistas, vem dando lugar para projeções cada vez piores para o crescimento do PIB brasileiro em 2017, conforme apontam o Boletim Focus do Banco Central semana após semana. Como a Bolsa “antecipou” boa parte dessa retomada, deixou de ser um consenso entre os analistas a crença de continuidade do rali do Ibovespa, que subiu 38,94% no ano passado – seu melhor desempenho desde 2009. Cabe destacar que ele fechou dezembro em 60.227 mil pontos, patamar 5.064 pontos abaixo da sua máxima do ano (65.291 pontos), alcançada em 1º de novembro.

Coloque na conta também a imprevisível política a ser adotada por Donald Trump e a imponderável Lava Jato e temos em 2017 um combo de grandes incertezas dentro de um cenário econômico recessivo (não, não estamos falando de 2016). Um alento diante disso tudo: o Copom deve acelerar o ciclo de cortes da taxa de juro brasileira e as privatizações devem finalmente sair do papel. Por outro lado, é mais do que provável que o Federal Reserve suba ainda mais os juros nos EUA por conta da política fiscalmente expansionista de Trump – e quanto maior os juros lá fora, menos interessante fica correr o risco de ficar no Brasil.

GBM: o que melhorou, já está precificado
O grupo mexicano GBM (que espera uma leve variação positiva de 0,1% do PIB no ano que vem), acredita que a forma mais segura de se expor ao Brasil e se beneficiar da devagar melhora econômica é focar em exportadoras e nomes defensivos, que foram muito menos impactados pela onda de otimismo que agora parece ter cessado. Apesar de ver avanços para o Brasil, o GBM tem perspectivas mornas para a Bolsa: “as coisas estão melhorando, mas não tanto quanto já está precificado”.

O GBM destaca cinco ações como as melhores opções de investimento em 2017: as ações favoritas da instituição são Braskem (BOV:BRKM5), Copel (BOV:CPLE6), Gerdau (BOV:GGBR4), JBS (BOV:JBSS3) e Vivo (BOV:VIVT4). Com relação à companhia elétrica, os analistas apontam o portfólio bem diversificado e uma das poucas que não tem todo o seu portfólio de geração contratado. Isso permitirá que a companhia tire vantagem de possíveis mudanças regulatórias.

Já sobre a Gerdau, os ganhos de lucratividade são apontados como mais positivos com volumes mais altos e custos diluídos, especialmente no Brasil e nos EUA. De acordo com os analistas do GBM, uma potencial mudança na economia brasileira pode guiar uma recuperação nos volumes, além das melhores expectativas principalmente por conta das promessas do presidente eleito dos EUA Donald Trump para investimento em infraestrutura, o que deve impulsionar a demanda. Além disso, uma série de desinvestimentos deve ser anunciada, removendo operações ineficientes. Enquanto isso, a Vivo é apontada como uma das mais valorosas empresas do setor de telecomunicações, sendo negociada com múltiplos abaixo de seus pares latino-americanos. A companhia apresenta um balanço sólido e está em um setor resiliente; além disso, o novo regime regulatório pode ser a “cereja do bolo” para a empresa.

Credit Suisse: Brasil abaixo da média
O Credit Suisse cortou em dezembro a recomendação para as ações do país de neutra para underweight (exposição abaixo da média) na América Latina, o que na prática significa: exponha-se no Brasil abaixo da média que você tem na região. O banco vê cautela com o cenário de curto prazo.

Apesar da recomendação, o banco projeta o Ibovespa em 68.000 pontos em 2017, o que representa um potencial de alta de 15% frente ao fechamento de 2016, mas faz um alerta: boa parte desse ganho virá no segundo semestre. Para os analistas Andrew Campbell e Otávio Tanganelli, do banco suíço, essa alta só virá com mais força no segundo semestre do ano que vem, por conta de uma ampla revisão de lucros e crescimento, maior certeza em relação à uma recuperação da macroeconômica, mais segurança com os avanços das reformas fiscais e uma confirmação de um cenário mais construtivo para os preços das commodities.

Desta forma, os analistas reforçam que as ações mais atreladas ao PIB devem sofrer mais, enquanto papéis com lucros resilientes devem performar melhor. As melhores posicionadas são AmBev (BOV:ABEV3), São Martinho (BOV:SMTO3), Raia Drogasil (BOV:RADL3), Fleury (BOV:FLRY3), Cielo (BOV:CIEL3), Telefônica, Smiles (BOV:SMLE3), BR Malls (BOV:BRML3), Iguatemi (BOV:IGTA3), Sabesp (BOV:SBSP3) e Engie (BOV:EGIE3), de acordo com o banco suíço.

Corroborando com a visão underweight para o Brasil, os estrategistas apontam 4 papéis do país dentre 6 do portfólio de 6 da América Latina para montar posição short (ou vendida, apostando na queda do papel). As ações são: Marcopolo (BOV:POMO4), Natura (BOV:NATU3), Odontoprev (BOV:ODPV3) e CSN (BOV:CSNA3).

Santander: otimista com bancos e Petrobras
Já para os grandes bancos brasileiros, o cenário para a Bolsa traz mais ânimo do que apreensão, com as equipes de investimento do Santander, Itaú BBA e BB Investimentos tendo perspectivas mais positivas para diversos segmentos. O cenário para 2017 mostra-se desafiador e de baixo crescimento, mas o Santander apontou em seu relatório de perspectivas que há motivos para ficar otimista com alguns setores, caso do financeiro.

“Temos sido otimistas a respeito dos bancos brasileiros desde o início de 2016”, ressalta o Santander. Ao analisar 2017, a expectativa positiva é mantida com possíveis revisões para cima nas projeções de resultados do mercado, devido a: (i) despesas de provisões abaixo do esperado, especialmente em 2018; (ii) margens de intermediação financeira líquida estáveis, graças a um ciclo persistente de reprecificação e queda nos custos de captação; e (iii) melhorias em despesas gerais e administrativas. O Banco do Brasil (BOV:BBAS3) é a principal recomendação de compra no setor para o Santander, com preço-alvo de R$ 37,00, destacando a melhoria no índice de qualidade de ativos, o aumento notável em spreads e os custos controlados.

Mas a grande aposta do Santander para 2017 é a ação da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4). De acordo com a equipe de análise, a política de preços de combustíveis anunciada recentemente tem diversas implicações positivas para a companhia no médio e longo prazo, como a maior visibilidade e previsibilidade da geração de fluxo de caixa da empresa; parceiros potenciais para suas refinarias, implicando em possíveis entradas de caixa e redução dos investimentos futuros; e entrada potencial de novas empresas no segmento de refino do Brasil, o que pode, segundo a Santander Corretora, ajudar a minimizar o risco de interferência futura pelo governo na implementação da nova política de preços da PBR. “O alinhamento cada vez maior de fatores macro e microeconômicos positivos impulsiona nossa classificação da Petrobras como nossa principal recomendação no Brasil”, afirmam os analistas. O preço-alvo para os ativos ON é de R$ 23,60.

Vale destacar que o banco também fez sua aposta para outros setores: em alimentos e bebidas, o destaque fica para a Minerva (BOV:BEEF3), com base na melhor visibilidade relativa de seus resultados e também considerando o valuation atrativo e a melhor visibilidade para a empresa. Já no setor de mineração e siderurgia, a Usiminas (BOV:USIM5) é apontada como a principal recomendação após a conclusão com sucesso da renegociação da dívida com seus principais credores ter resolvido questões de liquidez. Já a Vale (BOV:VALE3) (BOV:VALE5) segue com recomendação neutra uma vez que os analistas permanecem pessimistas em termos de fundamentos tendo em vista a sustentabilidade dos preços do minério de ferro.

BB Investimentos vê Ibovespa a 70 mil pontos
Também de olho nas medidas a serem perseguidas pelo governo Temer e apostando em uma recuperação gradual da economia no primeiro semestre, o BB Investimentos tem uma projeção do Ibovespa a 70 mil pontos no final de 2017, ou uma valorização de 16% em relação ao fechamento do ano passado. Essa projeção de alta ocorre porque, de acordo com os analistas do banco, a redução esperada no custo de capital médio não está totalmente refletido nas avaliações das empresas.

As top picks do banco são: São Martinho, Kroton (BOV:KROT3), Ser Educacional (BOV:SEER3), Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), Smiles (BOV:SMLE3), BRF (BOV:BRFS3), CCR (BOV:CCRO3), Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), Suzano (BOV:SUZB5), Klabin (BOV:KLBN11), MRV (BOV:MRVE3), Multiplan (BOV:MULT3), Pão de Açúcar (BOV:PCAR4), Usiminas (BOV:USIM5), Gerdau (BOV:GGBR4), Vale (BOV:VALE3) (BOV:VALE5) e Alupar (BOV:ALUP11).

Bolsa a 71 mil pontos?
O Bank of America Merrill Lynch também está positivo e mantém recomendação overweight para o Brasil dentro da América Latina, dado a liquidez, o valuation relativo e o potencial de crescimento de lucros. Os estrategistas do banco ressaltam que a economia está andando num ritmo mais lento do que o esperado, mas mostram confiança nas reformas fiscais. O BofA também aposta na desvalorização do real, prevendo a moeda a R$ 3,90 no final de 2017, o que tende a ser positivo para as empresas exportadoras; a expectativa é de que o Ibovespa encerre o ano a 71 mil pontos.

Sem citar ações específicas, o BofA destaca sua preferência pelo setor de consumo em meio à retomada [lenta] da confiança, para o setor de matéria-prima por conta da queda do real, além do setor de energia, que pode se beneficiar positivamente de um ambiente regulatório mais favorável no Brasil. O setor educacional também é visto positivamente, uma vez que as ações já refletiram o ambiente macroeconômico e regulatório mais desafiador. Para 2017, a consolidação do setor deve ser o catalisador para os papéis. O setor de petróleo e gás é visto com mais ressalvas pelo banco, que aponta um possível cenário de dificuldades em meio à perspectiva de desvalorização do real. Contudo, o ambiente a médio prazo é positivo.

Itaú BBA: cenário positivo
Para o Itaú BBA, o cenário para ações do Brasil segue positivo, mesmo após o MSCI Brazil ter gerado um retorno em dólar de 61% em 2016, ante 28% para o MSCI LatAm. Também de olho nas reformas a serem implementadas pelo governo, o banco destaca que as ações brasileiras continuam sendo uma das recomendações com alocação overweight (exposição acima da média), a despeito dos estrategistas considerarem que a próxima pernada de alta poderá levar algum tempo. Contudo, ausência de boas notícias no front das reformas e novas fases da Lava Jato podem limitar ganhos do mercado no início do ano.

As principais ideias compradas do Itaú BBA são diversas, de vários setores, como agrícola, bancário, farmacêutico, mineração, concessionárias e elétricas: Brasil Agro (BOV:AGRO3), SLC Agrícola (BOV:SLCE3), Bradesco (BOV:BBDC4), BB Seguridade (BOV:BBSE3), Randon (BOV:RAPT4), CVC (BOV:CVCB3), Hypermarcas (BOV:HYPE3), Smiles (BOV:SMLE3), Ambev (BOV:ABEV3), Minerva (BOV:BEEF3), Fleury (BOV:FLRY3), Raia Drogasil (BOV:RADL3), Petrobras (BOV:PETR4), Braskem (BOV:BRKM5), MRV (BOV:MRVE3), Multiplan (BOV:MULT3), Vale (BOV:VALE5), Vivo (BOV:VIVT4), Totvs (BOV:TOTS3), Ecorodovias (BOV:ECOR3), Embraer (BOV:EMBR3), Alupar (BOV:ALUP11), Copasa (BOV:CSMG3), Energias do Brasil (BOV:ENBR3) e Sabesp (BOV:SBSP3).

Já as principais ideias vendidas são: Ouro Fino (BOV:OFSA3), Santander Brasil (BOV:SANB11), Marcopolo (BOV:POMO4), Mills (BOV:MILS3), Natura (BOV:NATU3), M. Dias Branco (BOV:MDIA3), OdontoPrev (BOV:ODPV3), BR Properties (BOV:BRPR3), Even (BOV:EVEN3), CSN (BOV:CSNA3), Usiminas (BOV:USIM5), Gol (BOV:GOLL4), Engie (BOV:EGIE3) e AES Tietê (BOV:TIET11).

Desta forma, os bancos se alternam entre menor e maior otimismo sobre o que deve vir para a economia no ano que vem. Mas eles convergem em um ponto: nenhum deles está eufórico sobre a economia brasileira no ano que se inicia. Porém, os analistas destacam: independente do cenário, há sempre boas oportunidades para ganhar na Bolsa.

Fonte: Portal InfoMoney

Bancos indicam que reação do crédito deve ser comedida

Publicado em: 02/12/2016


O balanço consolidado dos nove primeiros meses do ano dos cinco maiores bancos é um bom retrato de onde o crédito empacou e por quais motivos. Ele sinaliza ainda que a retomada das concessões de recursos será comedida e lenta, confirmando a avaliação de que o crédito não será o motor da recuperação econômica, como foi em outros anos.

Os dados divulgados pelo Banco Central (BC) já indicavam a queda do crédito nos nove primeiros meses deste ano na comparação com igual período de 2015. No fim de setembro, a carteira consolidada de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3,1 trilhões, 1,7% abaixo do mesmo mês no ano passado, mais do que o dobro da queda de 0,6% em 12 meses acumulada em agosto. Neste século, nem mesmo durante a crise internacional de 2007, o crédito chegou a encolher em termos nominais. No ano passado, já em recessão, a carteira consolidada cresceu 6,6%, sendo 3,7% nas operações com recursos livres, sem influência das políticas expansionistas do governo.

Nos cinco maiores bancos, que concentram 87% do crédito total, a situação está pior do que a média aferida pelo BC. A carteira consolidada desse pelotão de elite somava R$ 2,7 trilhões em setembro, 6,9% abaixo dos R$ 2,9 trilhões de um ano antes. Do grupo, apenas a Caixa registrou aumento da carteira de crédito no período analisado, de módicos 5%. Nos demais bancos, a queda variou de 6,3% no Santander, 6,8% no Bradesco (sem o HSBC), 6,9% no Banco do Brasil até 11,5% no Itaú Unibanco (sem o Corpbanca). O Banco do Brasil já prevê que o ano vai fechar com um recuo que pode chegar a 9%, em contraste com a expectativa anterior que ia de um ligeiro aumento de 1% da carteira a uma contração de 2%.

A justificativa apresentada pelos bancos para o pé no freio do crédito foi uníssona: a inadimplência elevada e o recuo da demanda, consequências do cenário desfavorável. De fato, a inadimplência cresceu nesses bancos em linha com a média do sistema, que registrou aumento de 3,1% em setembro de 2015 nos atrasos acima de 90 dias, para 3,7% em setembro passado. Apenas o Bradesco extrapolou a média, chegando a 5,2%. As dificuldades foram registradas entre as grandes empresas e também as pessoas físicas.

Por precaução, os bancos estão se concentrando nas linhas mais seguras. O Bradesco foca o crédito consignado e o imobiliário, com garantias reais; o Itaú, no consignado e no cartão de crédito. Na Caixa, onde a inadimplência é baixa, predomina o financiamento imobiliário. Mais do que isso, porém, os bancos elevaram os spreads, mesmo com a expectativa de corte da taxa básica de juros. O levantamento do Banco Central mostra que a taxa média do crédito com recursos livres estava em 53,4% em setembro, com aumento de 7,2 pontos em 12 meses, período em que o spread subiu quase 5 pontos. Essa postura defensiva contribuiu para amortecer a queda dos lucros dos bancos, que ainda assim foi de significativos 27,1% na média dos cinco maiores bancos.

Há o sentimento de que o pior ficou para trás. Os atrasos entre 15 e 90 dias, considerados indicadores antecedentes da inadimplência, mostram, melhoria em algumas instituições. Mas nem todos estão otimistas. O Bradesco prevê que a inadimplência pode subir um pouco mais neste último trimestre do ano, para estabilizar ao longo de 2017. O Banco do Brasil espera o pico da inadimplência em 2017. O Itaú prevê o crescimento moderado do crédito em 2017, em consonância com uma redução do risco. O Bradesco arrisca a previsão de que o crédito vai crescer 5% no próximo ano, praticamente empatando com a inflação projetada para o período em 4,93% pela pesquisa Focus. Como disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, “estamos no fundo do poço, mas o pior já passou. Deixamos de piorar. Os indicadores de confiança sinalizam a retomada e certamente teremos um ambiente mais auspicioso para o setor bancário”.

No entanto, o próprio endividamento elevado de empresas e famílias emperra a retomada do crédito e a capacidade de recuperação da economia. Além disso, a capacidade ociosa das empresas reduz também a demanda por crédito. Números do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que a dívida do setor privado saltou de quase 41% do PIB em 2008 para 68,5% do PIB em 2015, levando em conta famílias e empresas não financeiras (Valor 9/11).

Fonte: http://www.valor.com.br/opiniao/4776975/bancos-indicam-que-reacao-do-credito-deve-ser-comedida