Em 4 anos, Pix gerou ganhos de mercado para bancos digitais, avalia BBI

Publicado em: 05/09/2024

O avanço do Pix nos quase quatro anos desde sua entrada no ar levou a inovações e a ganhos de mercado por parte de bancos digitais, de acordo com análise do Bradesco BBI. O banco de investimentos afirma que o sistema fez com que novas marcas ganhassem espaço em especial entre clientes de baixa renda e em bolsões do crédito, e também obrigou as credenciadoras a transformar seus modelos de negócio.

Com base em dados do Banco Central e de associações do setor, a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden afirma que os bancos tradicionais perderam mercado em produtos como o crédito pessoal, cartões de crédito e consignado. Essa contração aconteceu em um período em que a participação de clientes com renda de até dois salários mínimos mensais nestes produtos aumentou.

Na visão dos profissionais, isso mostra o avanço dos novos agentes, e o crescimento do Pix foi peça-chave nestes movimentos. “A inclusão financeira levou à expansão do crédito para pessoas que tinham acesso limitado ou não tinham acesso a produtos financeiros mais estruturados”, afirmam.

No crédito pessoal, por exemplo, a fatia dos maiores bancos do País caiu de 65,1% em 2019 para 45,2% no primeiro trimestre deste ano, enquanto nos cartões de crédito, recuou de 75,6% para 59,2% no mesmo período. Os maiores bancos digitais se beneficiaram essa mudança de mercado, bem como outros agentes.

O BBI compara os dados ainda às receitas do Itaú Unibanco (ITUB4), do Banco do Brasil (BBAS3) e do Santander Brasil (SANB11), os três maiores bancos de varejo de sua cobertura, com contas correntes e com outros tipos de serviço. Desde 2019, as quedas anuais na receita de conta corrente variaram de 3,1% (Itaú) a 4,3% (BB), em um reflexo da maior concorrência.

“Como as instituições financeiras digitais continuam a ganhar espaço em segmentos de menor renda, esperamos que as tradicionais continuem investindo para manter suas bases de clientes e sua competitividade”, afirmam os analistas.

Novos negócios

Pelo lado positivo para os bancos, o BBI destaca que o Pix criou novos produtos e consequentemente, novas fontes de receita em potencial. Dois exemplos são o financiamento de Pix, ou seja, empréstimos para liquidar as transferências quando o cliente não tem saldo, além de seguros atrelados ao Pix.

Para as empresas de maquininhas, o processamento de pagamentos feitos via Pix também se tornou um potencial negócio, na visão do banco. A partir de diferentes bases de dados, o BBI calcula que o pagamento via Pix para o comércio respondeu por 30,8% do consumo das famílias no primeiro trimestre deste ano, contra 54,8% dos cartões.

O parcelamento de Pix e novas funcionalidades do sistema devem fazer com que o Pix continue tomando espaço dos cartões, como por exemplo o Pix por aproximação e o Pix Automático, ambos com lançamento programado para 2025. “De todo modo, a potencial canibalização deve ficar limitada a compras de menor valor, uma vez que a ferramenta [Pix parcelado] atualmente cobra juros.”

Os analistas afirmam que o Pix deve continuar pressionando os cartões de débito, que pararam de crescer diante da concorrência com o sistema. “O potencial impacto sobre os cartões de crédito provavelmente dependerá de o Pix parcelado poder ou não ser integrado ao sistema”, dizem.

Fonte: E-Investidor

BB lança novas ferramentas em portal que cria soluções para empresas

Publicado em: 22/07/2022


O Banco do Brasil lançou em junho três novas soluções no Portal do Desenvolvedor, um site da instituição que permite, no âmbito do Open Finance, a criação por empresas e governos de ferramentas para auxiliar suas atividades.

Conforme antecipou o BB ao Broadcast, as novidades são as APIs (interfaces de comunicação) de Validação de Contas, BB Pay e Login BB. No âmbito do Open Finance, as APIs são os veículos que permitem a transferência de dados dos clientes entre as instituições. No portal do BB, os desenvolvedores de softwares e aplicativos podem usar as APIs para criar ferramentas e funcionalidades que se integrem ao ecossistema financeiro via Open Finance.

Em relação às novidades, a API de Validação de Contas permite verificar se determinada conta corrente do BB está ativa e se o CPF/CNPJ informado pertence ao titular da conta. “Assim, uma empresa pode validar os dados bancários de um fornecedor, por exemplo, antes de realizar um pagamento ou transferência”, exemplifica o banco.

Já a API BB Pay é uma solução que permite o recebimento de valores por meio de diversos meios de pagamento, simplificando a conciliação dos recursos para o recebedor. Por exemplo, uma loja que vende online pode usar a API para criar um ambiente seguro de pagamento para seus clientes, com a integração de formas de pagamento. No momento, há opção de pagar com Pix, mas o BB afirma que em breve serão disponibilizadas as opções de boleto e cartão de crédito.

Segundo o banco, podem empregar esta categoria de recebimento negócios representados por uma pessoa jurídica, seja indústria, comércio, prestação de serviço ou agronegócio, seja governo. Já a API Login BB possibilita que clientes do banco acessem serviços em sites e aplicativos de parceiros utilizando as credenciais do BB (agência, conta e senha).

Com as novidades, o portal conta agora com oito APIs. Já estavam disponíveis as soluções de cobrança, Pix, arrecadação integrada ao Pix, autorização de débito automático e pagamentos em lote.

Em junho, o Portal do Desenvolvedor tinha 10.597 clientes integrados, entre empresas e entes públicos, um aumento de mais de 4.600% ante dezembro de 2020 (223), quando passou por uma reformulação.

Fonte: EInvestidor Estadão

Bancos tradicionais perdem quase metade do mercado em quatro anos

Publicado em: 01/10/2021


Dos pagamentos realizados pela plataforma de automação de pagamentos da Transfeera em abril de 2017, 100% eram direcionados para os cinco maiores bancos brasileiros, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander. Em agosto deste ano, essa proporção caiu para 45% em quatro anos, considerando transações de pessoas físicas e jurídicas.

O levantamento da fintech, com mais de 6 milhões de transações bancárias realizadas pela plataforma entre abril de 2017 e agosto deste ano, reforça a gradativa e crescente perda de espaço das grandes instituições financeiras dentro da indústria de meios de pagamentos.

Quando consideradas apenas as transações feitas para pessoas físicas, os grandes bancos representavam 100% das transações da Transfeera em abril de 2017 e passaram para 56% em agosto deste ano.

Entre os grandes que estão perdendo parcela do mercado, a Caixa Econômica Federal lidera esse recuo. A instituição financeira, que representava 40% das movimentações da fintech em abril de 2017, viu esse número cair para 14% em agosto deste ano. Em segundo lugar aparece o Santander, que reduziu sua presença de 30% para 11% no mesmo período. Em contrapartida, o Nubank ganhou escala, com 19,5% das transações somente em agosto ante 10,5% um ano antes.

No caso de pessoas jurídicas, o estudo aponta para uma perda de 33%. O Itaú representava 60% e caiu para 10% — perdendo 50 pontos percentuais de participação de mercado. A Caixa Econômica também viu um declínio, reduzindo de 27% para 4%.

Pix

Dados da Comscore mostram que o Brasil lidera a digitalização bancária da América Latina e, segundo a Global Fintechs Ranking de 2021, o país se consolidou como um dos grandes ecossistemas de fintechs, ocupando a 14ª posição no mundo.

Com a digitalização dos bancos acelerada pelo Pix e a chegada do open finance, o impacto e a força dos novos participantes deste mercado já podem ser vistos no levantamento, mostrando uma mudança no comportamento de pessoas físicas e empresas quando o assunto são as opções de pagamento.

Nos recebimentos de transações por pessoas físicas por banco, o Nubank é destaque, com 25% do total, seguido por Itaú (9,8%) e Bradesco (9,4%), respectivamente.

Segundo Carlos Augusto de Oliveira, presidente da CertDox e Fintech Board Member da VC BossaNova Investimentos, os bancos tradicionais estão acompanhando as mudanças, mas tendem a se mover mais lentamente em função das suas próprias estruturas.

“Mesmo quando tecnicamente prontos, existe uma evidente cautela dos bancos na migração para os serviços digitais porque muita coisa está em jogo, especialmente o risco de perda significativa de receita de tarifas de serviços provocado pelo Pix”, explica.

Fonte: Valor Investe

Bancos podem perder 15% de receita de pagamentos até 2025, diz Accenture

Publicado em: 03/10/2019


A Accenture divulgou recentemente os resultados do seu estudo “Banking Pulse Survey: Two Ways To Win”. De acordo com o relatório, o crescimento dos pagamentos digitais e a concorrência de instituições não bancárias deverão ser responsáveis pela perda de até 15% da receita global de pagamentos dos bancos, o que representa US$ 280 bilhões.

Apesar da perda de espaço dos bancos, o relatório mostra que a receita global de pagamentos crescerá a uma taxa anual de 5,5%, saltando de US$ 1,5 trilhão em 2019 para mais de US$ 2 trilhões até 2025. Dessa forma, para se manterem competitivas, as instituições bancárias precisarão transformar seus atuais modelos de negócios, investindo em soluções tecnológicas e em serviços que agreguem valor aos clientes.

“Em vez de estar na vanguarda da nova onda do crescente mercado de pagamentos, os bancos estão sentindo a pressão da nova concorrência e vendo suas margens apertarem”, observa Gareth Wilson, líder global de pagamentos da Accenture. “Enfrentamos um mundo em que os modelos de pagamentos instantâneos, virtuais e gratuitos são inexoráveis, o que gera desafios para os bancos que não querem perder espaço nesse mercado. Mas também apresenta oportunidades de explorar um novo modelo de negócios baseado nesse avanço do digital.”

Para os próximos seis anos, a previsão é de que os bancos enfrentarão ainda mais pressão. No entanto, a pesquisa afirma que as instituições estão cientes dos riscos por conta da popularização dos novos modelos de pagamentos.

“O boom digital significará que os bancos precisam mudar fundamentalmente a maneira de pensar sobre a composição de receita”, explica Alan McIntyre, que lidera globalmente a prática bancária da Accenture. “Canais por meio dos quais os bancos outrora faturaram bilhões de dólares deixarão de existir. Para ter sucesso no futuro, os bancos precisarão desenvolver novos modelos de negócios digitais em escala, com pagamentos em um clique como nova norma e focados em oferecer experiências seguras, convenientes e práticas para o cliente”.

Para lidar com os desafios, 18% dos participantes do levantamento afirmam que a prioridade do banco atualmente é aumentar a segurança nas transações de pagamento de varejo. Além disso, 22% consideram que centros de inteligência artificial, robótica, machine learning e inovações em pagamentos são os principais recursos necessários para adaptar os seus sistemas.

Fonte: Computer World

BB apresenta inovações em meios de pagamentos no 12º CMEP

Publicado em: 16/03/2018


O Banco do Brasil apresenta novidades na 12ª edição do Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP), que acontece nos dias 13 e 14 de março, em São Paulo.

A principal é a solução que permite que os clientes do BB realizem suas transações bancárias diretamente pelo Messenger do Facebook, sem precisar acessar o internet banking ou o app no mobile. O atendimento é feito por meio de chatbot, com troca de informações criptografadas da ponta a ponta.

O projeto, lançado em fevereiro, segue em piloto com cerca de 1 mil clientes e o público presente no evento pode se cadastrar para começar a usufruir da novidade. A maioria das transações são voltadas para demandas de cartões Ourocard, como consulta de fatura, solicitação de 2ª via do cartão e liberação para uso do plástico. Além disso, é possível utilizar o assistente virtual para esclarecer dúvidas e consultar extrato de conta corrente.

Segundo o diretor de tecnologia do BB, Gustavo Fosse, “a solução amplia ainda mais as possibilidades para que o cliente realize as transações pelo meio de sua preferência, da forma que achar mais rápida e prática”.

O BB é o primeiro grande banco de varejo do país a utilizar as funcionalidades do Messenger em conjunto com a inteligência artificial do Watson, da IBM. O objetivo é que o cliente tenha um atendimento digital completo, cada vez mais simples, ágil e seguro.

“Temos buscado as tecnologias mais modernas e atuado em conjunto com diversos parceiros, para desenvolver soluções digitais que permitam oferecer aos clientes uma experiência cada vez melhor na interação com o Banco, em todos os seus momentos de vida”, afirma Marco Mastroeni, diretor de negócios digitais no BB.

App Ourocard PJ

Outra novidade é ampliação das funcionalidades do app Ourocard também para portadores dos cartões Ourocard Empresarial PJ. Lançado em 2017, o app Ourocard foi criado para dar solução ágil ao atendimento de clientes PF. Agora, agrega também o atendimento a pessoas jurídicas.

A solução para PJ permite que empresas e portadores tenham acesso a um aplicativo mobile para liberação de cartão, visualização do limite do cartão, contestação de compras, visualização de cartões, pedido de 2ª via e bloqueio temporário de cartão. São facilidades que dão mais agilidade para o gerenciamento dos cartões da empresa.

Para Rogério Panca, diretor de meios de pagamento do BB e um dos palestrantes do 12º CMEP, é preciso estar presente nos ambientes por onde os clientes transitam e com soluções inovadoras. “Entendemos que isso nos aproxima e abre um leque de oportunidades para atrair mais clientes e mostrar as vantagens que o Ourocard oferece as seus portadores, a exemplo das promoções e benefícios em shows internacionais, além de eventos culturais e esportivos”.

NFC

O Banco do Brasil também continua investindo no aprimoramento das soluções de pagamento por aproximação já desenvolvidas com uso da tecnologia NFC, como é o caso da Pulseira Ourocard e o pagamento por aproximação por meio do app Ourocard. Essas soluções permitem a realização de compras a crédito ou débito sem precisar do cartão de plástico, proporcionando mais praticidade e velocidade a clientes e lojistas.

Promoção Ourocard Visa Torcida Brasil

Além disso, o estande do BB apresentará as ações Ourocard Visa na Copa do Mundo da FIFA, que englobam promoções para clientes e o lançamento do cartão Ourocard Visa temático da Copa do Mundo da FIFA Rússia 2018. A promoção Ourocard Visa Torcida Brasil vai sortear 25 pacotes de viagem para assistir a um jogo do Brasil na Rússia, com direito a acompanhante.

Mais informações em www.promocaotorcidabrasil.com.br.

Fonte: Banco do Brasil

Acordo entre a União e Estado prevê redução de vencimentos e jornada de trabalho de servidores

Publicado em: 12/01/2017


O acordo que a equipe econômica do governo federal negocia com o Rio para socorrer as finanças estaduais inclui redução tanto da jornada de trabalho, quanto dos salários dos servidores públicos. A medida foi proposta pelo governador Luiz Fernando Pezão, como forma de aliviar as contas fluminenses, e tem a simpatia do Tesouro Nacional. Também estão sobre a mesa a venda da Cedae num prazo de até dois anos, a extinção de outras empresas estatais e cortes de gastos (com a suspensão de reajustes e de concursos públicos).

Segundo integrantes da equipe econômica, o acordo deve ser fechado até esta quinta-feira, quando será levado ao presidente Michel Temer e, depois, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para homologação. O plano será apreciado pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. Caso ela aceite seus termos, será levado adiante, mas, no caso específico da redução da jornada e dos salários, o tema ainda precisará ser analisado pelo plenário do STF.
O acordo prevê ainda a suspensão do pagamento das dívidas do Rio com a União por um prazo de três anos, bem como a possibilidade de o Tesouro Nacional dar garantias a empréstimos para o governo estadual destinados a objetivos específicos, como a realização de um programa de demissão voluntária. Como contrapartida, além do corte de despesas e da venda ou do fechamento de estatais, teriam que ser adotadas medidas que haviam sido propostas pelo governo federal no projeto de renegociação das dívidas dos estados com a União enviado ao Congresso Nacional, mas que acabaram retiradas do texto aprovado pelos parlamentares, em 20 de dezembro passado. Entre as exigências derrubadas, estava, por exemplo, o aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%.

ALERJ TEM QUE APROVAR PLANO EM ATÉ 120 DIAS

As contrapartidas terão que ser aprovadas pela Alerj num prazo de até 120 dias. No entanto, segundo integrantes do governo, quando o acordo for homologado pelo STF, a suspensão dos pagamentos das dívidas pelo estado já poderá entrar em vigor.

— Existe uma postura de cooperação. Estão sendo negociadas medidas como cortes de despesas e redução do número de estatais. O acordo tem que dar uma solução para o estado, a fim de resolver o problema por tempo suficiente para a economia se recuperar — disse um integrante da equipe econômica.

Nesta terça-feira, o procurador-geral do estado, Leonardo Espíndola, se reuniu com a equipe do Tesouro Nacional para acertar os termos do acordo. Pezão embarcou para Brasília em seguida, para acertar os últimos detalhes com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Pezão está preocupado porque a redução da jornada de trabalho e dos salários ainda não foi julgada pelo STF. Uma liminar, concedida em ação direta de inconstitucionalidade, suspendeu o artigo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que autoriza essas duas medidas, no caso de o governo gastar com pessoal acima do limite permitido. A ministra Cármen Lúcia já teria se comprometido a incluir o tema na pauta do plenário assim que terminar o recesso forense, em fevereiro. Se o Supremo aprovar as medidas, seria uma forma de garantir a legalidade desse ponto do acordo.

A decisão de buscar a homologação pelo STF é inédita. Qualquer medida prevendo mudanças na forma de pagamento das dívidas de estados com a União requer uma alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal — portanto, precisa necessariamente passar pelo Congresso. No entanto, técnicos do governo avaliam que o quadro é urgente e que não se pode esperar tanto tempo. Eles afirmam que cabe ao Supremo decidir se há base jurídica para o acordo.
Pezão já manifestou a assessores próximos preocupação com o fato de várias propostas que devem constar do plano esbarrarem na LRF. Mas uma chancela da presidente do STF evitaria que o acordo fosse alvo de questionamentos jurídicos e evitaria novos conflitos. Esse tipo de aval não é comum, nem está previsto no ordenamento jurídico. Segundo interlocutores do governador, a inovação será necessária por causa do momento de crise financeira aguda. Cármen Lúcia concorda.

Para os demais estados em crise, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, o caminho aberto por um acordo com o Rio também seria favorável, avaliam técnicos do governo.

Nos primeiros dias do ano, a ministra concedeu duas liminares para evitar o bloqueio de R$ 374 milhões das contas do Rio. Os recursos seriam confiscados pela União para garantir o cumprimento de contrapartidas previstas em acordos com o estado. Na segunda-feira, a ministra concedeu liminar para paralisar o andamento do processo sobre o bloqueio dos recursos, mas manteve a validade das liminares. Com a paralisação do processo, o STF fica impedido de tomar novas decisões no caso. A decisão serve como um recado de que o Supremo vai aguardar um acordo entre estado e União, para não aumentar ainda mais o conflito.

CONTRAPARTIDAS RETIRADAS DE PROJETO

No fim do ano passado, o Congresso aprovou um projeto que previa a renegociação das dívidas de estados com a União e que trazia um programa de recuperação fiscal para aqueles em pior situação. A ideia era que eles ficassem três anos sem pagar suas dívidas com o governo federal, em troca de duras contrapartidas, como cortes de gastos com pessoal e a criação de um programa de desestatização. Os parlamentares, no entanto, retiraram as contrapartidas exigidas, o que levou o presidente Michel Temer a vetar essa parte do texto. Um novo projeto será enviado ao Legislativo.

Nesta terça-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal negou uma liminar ao governo de Minas Gerais para impedir o bloqueio de R$ 1,5 bilhão das contas do estado. Com a decisão, o Banco do Brasil poderá obter o dinheiro para recompor o fundo de reserva dos depósitos judiciais, que o governo teria gasto além do permitido. Embora a administração de Fernando Pimentel (PT) tenha decretado a calamidade financeira, Cármen Lúcia não se sensibilizou com a situação.

Em outubro de 2015, o STF suspendeu uma lei estadual que permitia a transferência de depósitos judiciais para o governo. Para o Supremo, há incompatibilidade com a norma federal que prevê o uso de depósitos apenas das ações nas quais o estado seja parte. Esse uso estaria limitado a 70% do valor total, com a necessidade de deixar 30% como saldo de reserva.

Em dezembro, o Banco do Brasil notificou o governo mineiro sobre a insuficiência de saldo no fundo de reserva, solicitando sua recomposição. O dinheiro seria necessário para garantir o pagamento dos valores dos resgates de depósitos judiciais relativos às decisões da Justiça de Minas Gerais referentes aos recursos já repassados. O governo mineiro alegou que o banco fez um “artifício contábil” para calcular a dívida do estado com o fundo.
Na decisão, a presidente do STF explicou que as informações prestadas pelo Banco do Brasil e pelo governo de Minas Gerais eram divergentes. Enquanto a instituição afirmou que não tem saldo suficiente no fundo de reserva dos depósitos judiciais, o estado insiste que o dinheiro está disponível. Seria necessário apurar melhor o caso.

ESTADO RESISTE A VENDER CEDAE

O governador Pezão sempre disse ser contra a venda ou a concessão da Cedae. No ano passado, no entanto, o estado acenou com um projeto para entregar à iniciativa privada o serviço de esgoto de 11 dos 64 municípios atendidos pela empresa. Hoje a Cedae executa um programa de ampliação e melhora no abastecimento de água da Região Metropolitana, com crédito contratado de R$ 3,4 bilhões junto à Caixa Econômica Federal, o que permitiria dobrar a receita em cinco anos. Esse é um dos motivos pelos quais o governo não abre mão de manter a distribuição de água sob controle da estatal. Mais de 80% do faturamento da Cedae vem da cidade do Rio.