BB tem reserva de R$ 2 bi para o caso de perdas com a Odebrecht

Publicado em: 27/06/2019

O Banco do Brasil tem reservas suficientes para absorver perdas com empréstimos feitos à Odebrecht, em recuperação judicial, garantiu o presidente do banco, Rubem Novaes. Segundo Novaes, o banco tem empréstimos sem garantias no valor R$ 4 bilhões. Mas 50% desse valor está provisionado, ou seja, reservado para possibilidade de não pagamento.

“A exigência de provisão nesse caso é no mínimo 30%. Nós temos 50%. É uma situação extremamente tranquila”, disse ao deixar o Ministério da Economia, após reunião, na manhã de hoje (19), com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o indicado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.

De acordo com o presidente do BB, o lucro do banco só será afetado negativamente se o abatimento da dívida no processo de recuperação judicial for superior a 50% da dívida. Caso o desconto seja inferior a 50%, aumenta o lucro do banco porque o valor provisionado (R$ 2 bilhões) vai para o resultado do balanço da instituição.

Novaes lembrou que, no caso da Oi, que também passou por processo de recuperação judicial, o banco aumentou a rentabilidade porque estava mais provisionado do que o necessário.

Ontem (18), a Justiça de São Paulo aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Odebrecht. A holding controladora e mais 19 empresas do grupo deverão apresentar um plano de recuperação em até 60 dias. Serão renegociadas dívidas em um total de R$ 51 bilhões, excluindo dívidas entre as próprias empresas do grupo e que não podem ser negociadas dessa forma, como créditos trabalhistas. O montante total de dívidas chega a R$ 83,6 bilhões.

Tesouro

Questionado se o Banco do Brasil também vai devolver recursos ao Tesouro Nacional, como fez recentemente a Caixa Econômica Federal, Novaes disse que são situações diferentes.

“O Banco do Brasil tem situação totalmente diferente dos outros bancos. Primeiro, que temos acionistas minoritários. Agora, o mais importante é que os recursos entraram no banco vinculados a empréstimos rurais. [O banco] Só poderia devolver esses recursos na medida em que empréstimos rurais fossem vencendo. Tem toda uma cronologia que precisa ser respeitada”, disse.

Ele disse que o governo também pode escolher deixar esses recursos no banco, para reforçar empréstimos para agricultura. “Não tem nada definido”, disse.

Fonte: Infomoney

BB expressa preocupação com eventual recuperação judicial da Odebrecht

Publicado em: 06/06/2019

O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, reconheceu haver preocupação da instituição com um possível pedido de recuperação judicial da Odebrecht. Segundo Novaes, a dívida da companhia com o banco ultrapassa R$ 9 bilhões.

“Há preocupação, sim, lógico que há preocupação. Os bancos têm um crédito grande [com a Odebrecht], mas felizmente estão bens provisionados, em condições de enfrentar qualquer situação”, disse.

O presidente do BB falou aos jornalistas após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Também participaram da conversa o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Questionado sobre os pedidos periódicos de Guedes para “despedalar” os bancos públicos, Novaes afirma que isso está acontecendo aos poucos, na medida do possível. “Estamos agora na operação [venda das participações] do IRB e da Neoenergia, batendo a porta aí”, completou.

Após a reunião com Guedes, Levy disse que o BNDES pretende ajudar principalmente em investimentos de infraestrutura. “Está cheio de coisa para a gente fazer, no gás, no saneamento. É ótimo que o Congresso está acelerando a votação do [novo marco legal do] saneamento, trazer o capital privado e melhorar a vida de milhões de pessoas”.

Levy também foi questionado sobre se o BNDES devolverá mais dinheiro ao Tesouro, além do previsto em cronograma. O presidente do banco de fomento respondeu que devolverão “tudo o que puder”.

Fonte: Valor Econômico

Após quatro meses, bancos acertam acordo de R$ 2,6 bi com Odebrecht

Publicado em: 25/05/2018

Depois de quatro meses de intensas negociações, bancos e Odebrecht acertaram na segunda-feira, 21, à noite os termos de um acordo para liberar R$ 2,6 bilhões ao grupo. O novo empréstimo será concedido por Bradesco e Itaú, sendo que cada instituição vai conceder 50% do montante em duas parcelas: uma de R$ 1,7 bilhão e outra de R$ 900 milhões, com garantias de ações da Braskem.

O acordo, no entanto, tem pontos pendentes e ainda precisa ser formalizado no comitê de crédito de algumas instituições. Além disso, o grupo negocia uma parcela adicional de R$ 500 milhões.

Quase metade dos R$ 2,6 bilhões – que serão liberados por meio de emissão de debêntures – ficará com a construtora do grupo para pagar uma dívida de R$ 500 milhões vencida em abril e para capital de giro da empreiteira.

Apesar de o novo empréstimo ser concedido por Bradesco e Itaú, o acordo todo envolveu Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – credores da empresa.

Durante as negociações, os cinco bancos divergiram sobre as condições do acordo. O principal entrave era a prioridade no recebimento das garantias (das ações da Braskem) no eventual caso de a empresa quebrar. Bradesco e Itaú queriam ter a preferência das garantias, já que iam liberar recursos novos para o grupo.

O Banco do Brasil, porém, não concordou em abrir mão da prioridade e acabou travando as negociações, o que foi superado pela divisão do empréstimo em duas parcelas. Dessa forma, BB continuou com prioridade nas garantias na primeira tranche do empréstimo.

O acordo, no entanto, vai além da concessão do crédito novo. Nas negociações, o grupo conseguiu alongar cerca de R$ 7 bilhões em dívidas que venceriam nos próximos meses. A medida dá fôlego à empresa, que vive uma grave crise financeira desde que virou o centro da Operação Lava Jato – o maior escândalo de corrupção do País.

Para conseguir acertar o negócio, a Odebrecht teve de comprometer uma parte expressiva da fatia que detém na Braskem. Hoje sua participação na petroquímica equivale a R$ 14,7 bilhões, sendo que quase R$ 12 bilhões foram dados como garantia do negócio. Dos R$ 7 bilhões de dívidas que tiveram os prazos alongados pelo novo acordo, R$ 3 bilhões passaram a ter garantia dos papéis da Braskem.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, por ora, essa não é uma questão que preocupa os acionistas da empreiteira. Isso porque as ações da Braskem tiveram forte valorização nos últimos meses e têm potencial para novos aumentos. Em 2016, quando fechou a reestruturação da dívida da Agroindustrial, a participação da Odebrecht na petroquímica valia R$ 5 bilhões. Hoje está em R$ 14,7 bilhões e pode subir ainda mais por causa da atual valorização do dólar, segundo fontes ligadas à empresa.

As negociações vinham se arrastando, afirmam fontes próximas às negociações, especialmente por divergências com o BB, que só entrou – de fato – na conversa depois que a Odebrecht deixou de pagar, no fim do mês passado, R$ 500 milhões em títulos vendidos a investidores estrangeiros. Desde o início das negociações, foram muitas idas e vindas. A cada encontro, novas exigências faziam as equipes de reestruturação quebrar a cabeça para acomodar os pedidos das partes no acordo.

Diante dos impasses e do elevado grau de exigências, o processo provocou um racha dentro da Odebrecht. Uma ala da empresa chegou a defender que a melhor saída seria uma recuperação extrajudicial para renegociar a dívida diretamente com os credores. Mas as incertezas e o risco desse tipo de operação fizeram com que os acionistas mantivessem a conversa para o fechamento de um acordo.

No dia 11 de maio, no escritório da Estáter, assessoria que representa os Odebrecht, depois de sete horas de reunião à base de barrinha de cereais, os representantes da empresa e dos bancos chegaram a um grande acordo de renegociação das dívidas.

Os últimos dez dias foram de acomodação das exigências das partes, o que provocou novo embate. As maiores divergências foram acertadas na segunda-feira e alguns bancos têm reunião para assinatura final do contrato marcada para esta terça-feira. Procurados, BB, Bradesco, Itaú e Santander não comentam. BNDES não respondeu o pedido de entrevista.

Após todos pontos pendentes serem sanados e acordo referendado nos comitês dos bancos, a empresa poderá tratar de outras questões que ficaram praticamente paradas durante as negociações. Uma delas se refere ao futuro da Braskem, hoje o principal ativo da Odebrecht em parceria com a Petrobras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Jornal do Brasil

BB, Bradesco, Itaú e Santander rejeitam pedido de empréstimo da Odebrecht

Publicado em: 22/02/2018

A Odebrecht procurou Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander para negociar novo empréstimo de R$ 3,5 bilhões para pagar dívidas e tocar projetos no curto prazo. Mas a empresa tem enfrentado resistência dos bancos, que estão dispostos a liberar um valor menor, cerca de R$ 1 bilhão, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O montante em negociação foi antecipado pelo jornal Valor Econômico.

O avanço na negociação com os bancos, conforme uma fonte do mercado financeiro, dependerá da contrapartida que a Odebrecht vai oferecer para obter dinheiro novo.

Os credores, que ainda não bateram o martelo nem demonstraram apetite, defendem que é preciso limitar o endividamento do grupo e de suas empresas e verificar a real necessidade do recurso novo a despeito do esforço de reestruturação de dívidas e venda de ativos. “A Odebrecht ainda está estruturando as proposições”, afirma uma fonte próxima às conversas com os bancos, na condição de anonimato.

A Odebrecht teria oferecido aos bancos, de acordo com outra fonte, usar novamente as ações da Braskem, que tiveram forte valorização recentemente. Essa estrutura foi usada desde a reestruturação da dívida da Atvos (ex-Agroindustrial). Como os papéis da Braskem estão valorizados – em um ano subiram mais de 35% -, o objetivo da Odebrecht é obter mais dinheiro com a mesma garantia.

A liberação de novos recursos também dependerá de um consenso entre os bancos credores. Isso porque existe uma espécie de “pacto” das instituições financeiras em relação ao endividamento da Odebrecht.

Não há nada formal, mas, segundo uma fonte, há um “combinado” entre os bancos para que movimentações de crédito para a companhia só ocorrerão com o aval de todos.

O apetite limitado dos bancos credores não é à toa. Essas instituições aportaram volumes relevantes de recursos na companhia logo após a prisão de Marcelo Odebrecht, evitando que o grupo enfrentasse uma recuperação judicial.

Apesar de duros na negociação, os bancos não querem que a Odebrecht se torne mais um caso de inadimplência em seus balanços. Pesa, sobretudo, o fato de essas instituições financeiras estarem saindo da pior crise em termos de calotes e ainda lidarem com casos específicos no setor corporativo trimestre após trimestre. Por isso, devem buscar uma alternativa.

Dívidas

Um dos maiores gargalos de curto prazo está na dívida de R$ 500 milhões em bônus emitidos no exterior pelo braço financeiro do grupo e garantidos pela construtora, que está no foco da Odebrecht para evitar a insolvência. Esses papéis têm vencimento em abril. Os demais títulos de dívida (bônus) vencem a partir de 2020.

No momento, a holding estuda como pode, de acordo com uma fonte, apoiar eventual reestruturação no exterior dessa dívida, que não estaria considerada no crédito novo que o grupo pleiteia com credores locais. A capitalização da construtora é tida como a etapa final da reestruturação dos negócios do grupo. Procurados, Bradesco, BB, Itaú, Santander não comentaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Exame

Odebrecht pede R$ 3,5 bi a Bradesco, Itaú, BB e Santander, mas encontra resistência

Publicado em: 16/02/2018

Segundo fontes, credores, que ainda não bateram o martelo nem demonstram apetite, defendem que é preciso limitar o endividamento do grupo

A Odebrecht S.A. procurou Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander para negociar um novo empréstimo bilionário para fazer frente aos seus compromissos financeiros e também tocar projetos no curto prazo, conforme apurou o Broadcast. A conversa, embora ainda esteja no começo, já enfrenta resistência, uma vez que essas instituições estão dispostas a liberar um valor menor, de cerca de R$ 1 bilhão, do que a companhia estaria buscando, de R$ 3,5 bilhões.

O avanço na negociação com os bancos, conforme uma fonte, dependerá, contudo, da contrapartida que a Odebrecht vai oferecer para obter dinheiro novo. Os credores, que ainda não bateram o martelo nem demonstram apetite, defendem que é preciso limitar o endividamento do grupo e suas respectivas empresas e ainda verificar a real necessidade do recurso novo a despeito do esforço de reestruturação de dívidas e venda de ativos. “A Odebrecht ainda está estruturando as proposições”, afirma uma fonte próxima às conversas com os bancos, na condição de anonimato.
A Odebrecht teria ofertado aos bancos, de acordo com outra fonte, usar novamente as ações da Braskem que tiveram forte valorização recentemente. Essa estrutura foi usada desde a reestruturação da dívida da Atvos (ex-Agroindustrial). Como os papéis da Braskem estão valorizados – somente em um ano subiram mais de 35% –, o objetivo da Odebrecht é obter mais dinheiro com a mesma garantia.

No entanto, além do apetite de cada credor, a liberação de novos recursos também dependerá de um consenso entre os bancos credores. Isso porque existe uma espécie de “pacto” das instituições financeiras em relação ao endividamento da Odebrecht. Não há nada formal, mas, segundo uma fonte, um “combinado” entre os bancos, no qual consentiram que movimentações de crédito junto à companhia só ocorrerão com o aval de todos.

O apetite limitado dos bancos credores não é à toa. Essas instituições aportaram volumes relevantes de recursos na companhia logo após a prisão de Marcelo Odebrecht, evitando que o grupo enfrentasse uma recuperação judicial.

Apesar de duros na negociação, os bancos não querem, contudo, que a Odebrecht se torne mais um caso de inadimplência em seus balanços. Pesa, sobretudo, o fato de essas instituições financeiras estarem saindo da pior crise em termos de calotes e ainda lidarem com casos específicos no setor corporativo trimestre após trimestre. Por isso, devem buscar uma alternativa.

Uma das saídas é a Odebrecht se desfazer de ao menos um pedaço de sua fatia na Braskem, no âmbito da oferta subsequente(follow on), que já está sendo preparada pela Petrobras, que busca uma porta de saída da petroquímica. A venda de alguma fatia da Braskem pela Odebrecht está sendo discutida, o problema é que até aqui a empreiteira tem relutado em seguir esse caminho e quer manter o controle da empresa, que é responsável por uma parte relevante das receitas do grupo.

Essa decisão, conforme fontes, depende ainda do acordo de acionistas da Braskem, que vem sendo discutido entre Petrobras e Odebrecht. Somente a partir disso é que a própria Petrobras definirá o quanto irá vender no follow on, que quer que aconteça ainda neste ano. Na Braskem, a Odebrecht detém 50,1% das ações ordinárias.
Dívidas. Um dos maiores gargalos de curto prazo está na dívida de R$ 500 milhões em bônus emitidos no exterior pelo braço financeiro do grupo e garantidos pela construtora, que atualmente está no foco da Odebrecht para evitar a insolvência. Esses papéis têm vencimento em abril deste ano. Os demais títulos de dívida (bônus) vencem a partir de 2020.

Nesse momento, a holding estuda como pode, de acordo com uma fonte, apoiar uma eventual reestruturação no exterior da dívida que não estaria considerada no crédito novo que o grupo pleiteia junto a credores locais. A capitalização da construtora é tida como a etapa final da reestruturação dos negócios do grupo.

O principal problema da construtora é justamente o encolhimento de seu caixa, em consequência da paralisação de sua carteira de contratos (backlog), na esteira da Lava Jato. A saúde financeira da construtora depende também da liberação de uma linha de cerca de R$ 600 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de obras realizadas em Angola.

A Odebrecht S.A. compreende os diversos negócios do grupo. Além de ter metade da Braskem, atua nos setores de engenharia e Construção, indústria, imobiliário, infraestrutura e energia. Fundada pelo engenheiro pernambucano Norberto Odebrecht, no ano de 1944, em Salvador, foi uma das protagonistas da Operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história brasileira.

Procurados, Bradesco, BB, Itaú, Santander não comentaram. A Odebrecht também não se manifestou.

 

Fonte: Estadão

Odebrecht diz a Moro que Bendine já pedia propina na presidência do BB

Publicado em: 16/11/2017

O empreiteiro Marcelo Odebrecht afirmou, em interrogatório do juiz Sergio Moro, nesta quinta-feira ( 9), ter sofrido um “achaque” do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine. O ex-presidente da maior construtora do país havia afirmado, em delação premiada, ter repassado R$ 3 milhões a Bendine. Na audiência de hoje, em ação na qual é acusado de corrupção ativa, Odebrecht foi enfático ao reiterar a acusação ao ex-presidente da estatal.

Bendine é réu acusado de exigir R$ 17 milhões em propinas da Odebrecht. Segundo a investigação, ele acabou recebendo R$ 3 milhões em três parcelas de R$ 1 milhão, entre junho e julho de 2015, enquanto ocupava a Presidência da Petrobras. Em troca teria agido em defesa dos interesses da empreiteira.

Os dois estão presos. Odebrecht desde junho de 2015, alvo da Operação Erga Omnes, 7.ª etapa da Lava Jato. Bendine, desde 27 de julho passado, alvo da Operação Cobra, 42.ª fase.

O executivo esteve à frente do Banco do Brasil entre 17 de abril de 2009 e 6 de fevereiro de 2015, e foi presidente da Petrobras entre 6 de fevereiro de 2015 e 30 de maio de 2016. Assumiu o comando da estatal petrolífera com a missão de acabar com a corrupção nas diretorias.

A delação da Odebrecht embasou as primeiras suspeitas contra o ex-presidente do BB e da Petrobras e provocou a deflagração da Operação Cobra.

Nesta quinta, Odebrecht narrou ao juiz Moro que as primeiras solicitações de propinas de Bendine vieram de André Gustavo Vieira da Silva, apontado como operador das propinas, à época em que o empresário estava ainda no banco estatal.

Fonte: Gazeta do Povo

BB faz auditoria sobre crédito para a Odebrecht

Publicado em: 03/08/2017

Apesar da informação, dada em delação por Marcelo Odebrecht, de que não atendeu a um pedido de propina de Aldemir Bendine quando ele ocupava a presidência do Banco do Brasil, a Odebrecht Agroindustrial obteve crédito de R$ 1,7 bilhão com o banco estatal após o pedido de comissão do executivo. Um segundo pedido de empréstimo de R$ 1,2 bilhão, porém, foi negado meses depois. Atualmente, o BB conclui auditoria interna sobre todos os créditos concedidos à empresa e entregará ao Ministério Público Federal o resultado dessa investigação.

Uma fonte que acompanha o tema no BB informou ao Estadão/Broadcast que o empréstimo de R$ 1,7 bilhão foi aprovado para a subsidiária da Odebrecht quase um ano após o pedido feito pela empresa do setor agroindustrial. Com a decisão, foi renovado o crédito mais antigo que estava próximo do vencimento – operação conhecida como “rolagem” do financiamento. Segundo a fonte, o novo empréstimo teve aumento das garantias e juro mais elevado. A subsidária está pagando em dia as parcelas do crédito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Portal Revista Isto É

O achaque do ex-presidente do BB sobre a Odebrecht, segundo o delator

Publicado em: 20/04/2017

— O Dida está puto porque o Marcelo trata tudo com o Guido e ele nunca leva nada.

A frase acima foi dita no início de 2014 por André Gustavo Vieira da Silva, enviado de Aldemir Bendine, o Dida, então presidente do Banco do Brasil, para uma conversa nada republicana com o delator da Odebrecht Fernando Reis.

Assim, direta e desavergonhada, a reclamação consta da delação do ex-presidente da Odebrecht Ambiental. De acordo com o relato de Reis, Vieira da Silva era o representante de Bendine para achaques.

Nem é preciso dizer que o Marcelo e o Guido citados possuem os sobrenomes Odebrecht e Mantega, respectivamente.

Segundo a delação, Vieira da Silva procurou Reis em nome de Bendine no início de 2014. Sua missão era cobrar 1% de uma operação de reestruturação da dívida da Odebrecht Agroindustrial, que estava sendo negociada com o Banco do Brasil.

Iniciou a conversa dizendo a Reis que Bendine estava irritado. Motivo: a Odebrecht resolvia seus assuntos direto com Mantega. Bendine sentia-se atropelado pelo ministro da Fazenda, que dava ordens ao BB sem levá-lo em conta.

E mencionou sem rodeios o alongamento de um crédito de R$ 2,9 bilhões negociado pela Odebrecht Agro com o BB. Direto ao ponto, quis saber de Reis quanto Bendine receberia para aprovar o alongamento.

Reis conta que levou o assunto a Marcelo Odebrecht. Recebeu a ordem de enrolar. E assim procedeu.

Em nova conversa com Vieira da Silva, Reis disse, ainda de acordo com o seu próprio relato, que Mantega era a pessoa que cuidava do dinheiro do PT, por isso não havia qualquer atropelo.

O argumento não convenceu o enviado especial de Bendine, que procurou Reis mais quatro vezes. Firmou um pedágio de 1% do valor total da operação. Inicialmente, esse percentual corresponderia a R$ 29 milhões.

No início de 2015, porém, a área técnica do BB decidiu segregar o valor da operação e refinanciar R$ 1,2 bilhão para o plantio de cana dentro do Plano Safra.

O alongamento agora era, portanto, de R$ 1,7 bilhão (originalmente o pedido era de R$ 2,9 bilhões). Vieira da Silva voltou à carga. Pediu 1% desse valor, ou seja, R$ 17 milhões.

Como em fevereiro de 2015 Bendine virou presidente da Petrobras, a Odebrecht, de acordo com Reis, resolveu parar de enrolar. Os interesses da Odebrecht na Petrobras eram gigantescos na estatal e não era o caso de desafiar o poder de retaliação de Bendine — o que foi efetivamente foi provado por Vieira da Silva, que ameaçou com o cancelamento de contratos na Petrobras.

Em 18 de maio de 2015, enfim, Reis e Marcelo Odebrecht se reuniram com Bendine na casa de Vieira da Silva, em Brasília. No encontro, foi acertado um pagamento inicial de R$ 3 milhões, que foi feito pelo departamento de propinas.

Tomando o relato da delação ao pé da letra, pode-se dizer que Bendine insistiu e conseguiu o que queria aos 44 minutos do segundo tempo, pois um mês depois, Marcelo Odebrecht foi preso.

Bendine sempre foi conhecido pela ousadia. Em 2010, comprou um imóvel em São Paulo pagando R$ 150 mil em espécie. Justificou dizendo que, embora presidente do BB à época, guardava o dinheiro em casa. Mas em conversa com pessoas próximas, tem negado as acusações de Fernando Reis.

Fonte: O Globo

Ex-presidente do BB e da Petrobras é acusado de pedir dinheiro para ‘atenuar’ Lava-Jato

Publicado em: 13/04/2017

SÃO PAULO – Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobas e do Banco Brasil nos governos do PT, é acusado por ex-executivos da Odebrecht de ter recebido R$ 3 milhões para evitar o avanço da Lava-Jato. Segundo os delatores, Bendine se apresentava como “interlocutor da presidente da República”.

Ainda de acordo com as delações, Bendine teria recebido três parcelas de R$ 1 milhão do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, conhecido como departamento de propina. O pagamento ao ex-presidente das estatais teria sido intermediado pelo publicitário André Gustavo.

As acusações foram feitas pelos delatores Fernando Reys e pelo próprio Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira. Segundo o despacho em que o ministro Edson Fachin remete o caso à Justiça Federal do Paraná por nenhum dos envolvidos ter direito ao foro privilegiado, o Ministério Público diz que os colaboradores foram procurados entre os anos de 2014 e 2015 por Bendine “solicitando vantagem indevida para atuar em nome da Odebrecht Ambiental”.

“Em outra ocasião, por intermédio de André Gustavo Vieira da Silva, pediu-se o valor equivalente a 1% da dívida alongada da Odebrecht Ambiental perante o Banco do Brasil, a fim de permitir a renegociação do débito”, diz o documento.

O despacho relata também que, “por insistência de André Gustavo”, a soma foi paga em três parcelas de R$ 1 milhão. Procurados, Bendine e o publicitário André Gustavo não foram encontrados para comentar as acusações.

Fonte: O Globo