Gestão de Novaes no Banco do Brasil é investigada por irregularidades pelo MP

Publicado em: 02/10/2020

O Banco do Brasil (BBAS3) está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) por atribuição à diversas irregularidades que teriam ocorrido na gestão do banco sob o comando de Rubem Novaes. A documentação foi entregue ao procurador Lucas Furtado, que protocolou nesta quarta-feira (30) a representação 034.145/2020-6.

A acusação feita ao Banco do Brasil é de interferir na sua auditoria interna, evitar apurações sobre assuntos sensíveis, não atender a recomendações dos auditores, além de interferir irregularmente em nomeações na Previ, o fundo de pensão do banco. A denúncia ocorreu após a CNN divulgar que o Conselho de Administração do banco dissolveu a sua auditoria interna sob a justificativa de que os auditores favoreceram servidores em um programa de demissão.

A investigação

O Ministério Público, ao mencionar trechos da documentação recebida sobre o processo de demissão dos auditores, revelou que “foram sobejamente evidenciadas as sucessivas violações ao processo disciplinar de regência do Banco do Brasil” e que “essas violações implicariam em obrigatório cancelamento da Ação Disciplinar, por assim definir a própria norma interna do Banco, mas Conselho de Administração do BB, de forma arbitrária e sem fundamento, decidiu ratificá-las, como se corretas fossem”.

O documento ainda revela que quando o auditor-geral foi afastado, “o Conselho de Administração ao invés de indicar interinamente um dos executivos da própria Auditoria, nomeou a então Secretária Executiva do Banco, diretamente subordinada ao Presidente do Banco, e que não possuía nenhuma experiência em auditoria”.

A nomeação afetou as apurações da auditoria. “No período dos oito meses do afastamento dos serviços, a Auditoria tem “andado de lado”, e os trabalhos mais sensíveis estão parados, entre eles a denúncia envolvendo a publicidade em sites que propagam “fake news” e a venda de créditos inadimplidos ao BTG Pactual. Sobre este último a Auditoria Interna havia iniciado avaliação do tema, mas sofreu intensa resistência e oposição da gestão do Banco do Brasil.” (…) “O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Hélio Magalhães, “orientou” o então Auditor Geral, a não auditar os fatos e os riscos associados à retirada do ar da Campanha Publicitária “Selfie”, em 25/04/2019, pelo Presidente do BB, atendendo pedido do Presidente da República, mesmo havendo demandas externas para tanto (Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Senado Federal, Instituto Ethos) e evidências da referida interferência e comprovação das perdas financeiras causadas e de que os resultados daquela campanha eram muito positivos para os negócios e imagem do Banco.”

Além disso, foram relatados problemas no chamado Projeto Sirius, a associação entre o banco e a empresa UBS Group AG. ” Os trâmites da aprovação da parceria estratégica entre o BB BI e o UBS (Projeto Sirius) passaram por reuniões do Conselho Diretor e de Administração do Banco do Brasil entre junho e novembro de 2019. Numa dessas reuniões, a Auditoria Interna manifestou preocupação com aspectos formais (documentação, pareceres, avaliações externas) e negociais da parceria. Em contraponto, o Vice presidente Carlos Hamilton reagiu de forma estranha e desproporcional à manifestação apresentada, rechaçando de forma veemente e até agressiva qualquer possibilidade de deficiência formal e que era um excelente negócio para o Banco.”

Segundo a conclusão do procurador Lucas Furtado, “ao longo da peça diversas fragilidades do Banco são apontadas, das quais destaco as falhas na conciliação geral e contábil, as falhas na metodologia de provisões contábeis relacionadas a ações judiciais, as falhas em processos de desinvestimentos de ativos do Banco e a proibição de apuração pela auditoria interna de indícios de irregularidades acerca da propaganda com mote diversidade do Banco do Brasil”.

O gabinete do ministro do TCU Bruno Dantas, que é relator do caso, declarou que os pedidos do Ministério Público estão em processo de análise.

O Banco do Brasil se pronuncia

Em consequência, o Banco do Brasil se manifestou citando sua adequação às regras de transparência. “O Banco do Brasil possui uma estrutura de governança que conta com reconhecimento público e que está adequada às regras de transparência previstas por sua participação no Novo Mercado da B3”.

“O Banco do Brasil, até o presente momento, não teve qualquer conhecimento acerca dos fatos narrados e, caso venha a ser notificado, responderá a todos os termos.”, concluiu.

Os documentos foram divulgados pela CNN. A íntegra pode ser conferida abaixo:

Leia a íntegra da representacao do MP

Na representação, por exemplo, o Ministério Público relata trechos da documentação que lhe foi entregue. Sobre o processo de demissão dos auditores, diz que “foram sobejamente evidenciadas as sucessivas violações ao processo disciplinar de regência do Banco do Brasil” e que “essas violações implicariam em obrigatório cancelamento da Ação Disciplinar, por assim definir a própria norma interna do Banco, mas Conselho de Administração do BB, de forma arbitrária e sem fundamento, decidiu ratificá-las, como se corretas fossem”. Diz ainda que quando o auditor-geral foi afastado, “o Conselho de Administração ao invés de indicar interinamente um dos executivos da própria Auditoria, nomeou a então Secretária Executiva do Banco, diretamente subordinada ao Presidente do Banco, e que não possuía nenhuma experiência em auditoria”. Também menciona que a auditoria foi excluída das reuniões do Conselho de Administração, que passaram a participar de reuniões trimestrais com o colegiado.

As mudanças, segundo o documento, afetaram apurações da auditoria. “No período dos oito meses do afastamento dos serviços, a Auditoria tem “andado de lado”, e os trabalhos mais sensíveis estão parados, entre eles a denúncia envolvendo a publicidade em sites que propagam “fake news” e a venda de créditos inadimplidos ao BTG Pactual. Sobre este último a Auditoria Interna havia iniciado avaliação do tema, mas sofreu intensa resistência e oposição da gestão do Banco do Brasil.” (…) “O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Hélio Magalhães, “orientou” o então Auditor Geral, a não auditar os fatos e os riscos associados à retirada do ar da Campanha Publicitária “Selfie”, em 25/04/2019, pelo Presidente do BB, atendendo pedido do Presidente da República, mesmo havendo demandas externas para tanto (Tribunal de Contas da União, Comissão de Valores Mobiliários, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Senado Federal, Instituto Ethos) e evidências da referida interferência e comprovação das perdas financeiras causadas e de que os resultados daquela campanha eram muito positivos para os negócios e imagem do Banco.”

Também declara que teria havido problemas no chamado Projeto Sirius, a associção entre o banco e a empresa suiça UBS Group AG. ” Os trâmites da aprovação da parceria estratégica entre o BB BI e o UBS (Projeto Sirius) passaram por reuniões do Conselho Diretor e de Administração do Banco do Brasil entre junho e novembro de 2019. Numa dessas reuniões, a Auditoria Interna manifestou preocupação com aspectos formais (documentação, pareceres, avaliações externas) e negociais da parceria. Em contraponto, o Vice presidente Carlos Hamilton reagiu de forma estranha e desproporcional à manifestação apresentada, rechaçando de forma veemente e até agressiva qualquer possibilidade de deficiência formal e que era um excelente negócio para o Banco.”

Segundo o documento, haveria problemas sobre “aspectos negociais” da parceria. “Sobre os aspectos formais não há evidências de deficiências, mas sobre os negociais, o parecer da Diretoria de Controladoria do Banco do Brasil, presente na Nota Técnica aprovada pelo Conselho de Administração, em 06/11/2019, registra que parte expressiva do resultado esperado decorria da expectativa de redução de pessoal, na ordem de 300 pessoas. Caso tal redução não acontecesse, os resultados seriam negativos para o Banco em até R$170 milhões. Não há evidências de que ajustes organizacionais e redução de pessoal tenham sido realizados.”

A representação menciona ainda supostas irregularidades na nomeação de conselheiros da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco. “O Presidente Rubem Novaes e o Vice-presidente Carlos Hamilton interferiram irregularmente no processo de seleção de conselheiros da PREVI para as empresas as quais tem participação, a exemplo da Vale. Sob a alegação de ter profissionais de mercado nos conselhos, impuseram reabertura e alterações no processo de seleção para dar oportunidade de indicação de pessoas alinhadas com suas estratégias pouco republicanas que querem implementar, em detrimento àqueles que já haviam sido selecionados e aos objetivos e responsabilidades da PREVI.”

O procurador Lucas Furtado conclui que “ao longo da peça diversas fragilidades do Banco são apontadas, das quais destaco as falhas na conciliação geral e contábil, as falhas na metodologia de provisões contábeis relacionadas a ações judiciais, as falhas em processos de desinvestimentos de ativos do Banco e a proibição de apuração pela auditoria interna de indícios de irregularidades acerca da propaganda com mote diversidade do Banco do Brasil”.

A representação, bem como a documentação que a embasa, foi encaminhada à área técnica do banco. O ministro Bruno Dantas é o relator do caso.

Procurado, o gabinete do ministro do TCU Bruno Dantas, que é relator do caso, informou que os pedidos do MP estão em análise.

Fontes: Portal Suno Research com CNN Brasil

Com presidente de saída, Banco do Brasil vê lucro cair 25% no segundo trimestre

Publicado em: 06/08/2020

Naquela que deve ser a última participação de Rubem Novaes como presidente do Banco do Brasil na apresentação de resultados, a instituição registrou uma queda de 25,3% no lucro líquido no segundo trimestre, totalizando R$ 3,311 bilhões. O resultado do BB foi afetado pelo aumento das provisões para devedores duvidosos em meio à crise econômica provocada pela pandemia. No primeiro semestre, houve uma queda de 22,7% do lucro, para R$ 6,7 bilhões, em relação ao mesmo período de 2019.

Em relação ao primeiro trimestre, a queda do lucro foi de 2,5%. Novaes afirmou que, mesmo com a queda do resultado deste ano, o Banco do Brasil vem melhorando os resultados e a gestão. Para Novaes, o banco deve ter um segundo semestre melhor do que primeiro, já que a instituição foi bastante conservadora em sua provisões e as perdas podem ser menores do que as esperadas já que o desempenho da economia está melhor do que o esperado.
“A economia está melhor do que as expectativas iniciais e o banco fez um provisionamento com base nessa perspectiva. A tendência é que o BB não precise fazer novas provisões no mesmo ritmo que no primeiro semestre”, disse.

No Banco do Brasil, as provisões para perdas com empréstimos ficaram em R$ 5,907 bilhões, um aumento de 42,4% em relação ao ano anterior. O índice de inadimplência de 90 dias caiu para 2,8% de 3,2%, considerando que o banco deu aos clientes a possibilidade de postergar o pagamento de empréstimos diante da perda de renda causada pela pandemia. Os demais bancos também ofereceram essa alternativa. O pico da inadimplência deve acontecer no último trimestre deste ano e nos primeiro três meses de 2021, prevê o banco, mas não deve superar os 7%, patamar alcançado em 2016, ano de recessão econômica no país.

Rubem Novaes disse que esta deve ser a última vez que faz a apresentação de resultados. Ele disse que ainda não há data para deixar o cargo, e seu compromisso é aguardar até que seu sucessor assuma. Ele disse que está aguardando e alguns nomes surgiram no mercado. Ele disse que pela experiência que tem de governo, enquanto o nome do sucessor não sair no Diário Oficial ficará à frente do banco.

Ele afirmou que decidiu entregar a carta de demissão ao ministro Paulo Guedes porque achou que estava na hora de ceder seu lugar a alguém mais ligado à geração digital. Ele disse que o BB tem performance excelente nessa área, está se modernizando, mas terá novos desafios com o open banking, o Pix (sistema de pagamentos do Banco Central) e parcerias com fintechs.

Novaes afirmou que não há nada definido sobre uma possível participação sua na equipe econômica. Ele disse que vai volta a morar no Rio de Janeiro para ficar próximo à família.

Novaes deve ser substituído pelo ex-presidente do HSBC no Brasil e atual diretor de Global Banking e Markets para as Américas da instituição, André Brandão. Novaes, que completa 75 anos neste mês de agosto, comparou sua idade a dos demais presidentes dos principais bancos do país, que têm entre 49 e 61 anos, e afirmou que é preciso saber a hora de parar em uma atividade.

Em entrevistas posteriores à entrega de sua carta de demissão , entretanto, o presidente do BB afirmou que não tinha se acostumado à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília. Ao Colunista do GLOBO Merval Pereira, Novaes também disse, sem citar casos específicos, que “tem muita gente com rabo preso trocando proteção” na capital Federal.

O BB encerrou o segundo trimestre com 19 milhões de clientes atendidos por canais digitais e crescimento de 198% de usuário que usam o aplicativo do banco, chegando a 3,9 milhões de pessoas. Foram realizadas no período 432 mil operações pelo Whatspp frente as 70 mil do trimestre passado. O BB anunciou que já está pronto para operar com o Facebook pay, sistema de pagamentos da rede social. Nos últimos 12 meses, o BB fechou e reestruturou 361 agências físicas.

O Banco do Brasil foi o último dos grandes bancos com ações negociadas na Bolsa a apresentar seus resultados. Ao lado do Santander, o banco viu seu lucro cair em relação ao primeiro trimestre do ano, enquanto Bradesco e Itaú apresentaram pequeno crescimento de lucro em relação aos três primeiros meses do ano.

Fonte: Portal IG

Guedes busca nome ligado ao mercado para presidir Banco do Brasil

Publicado em: 31/07/2020

A despeito de não descartar uma solução caseira para a presidência do Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende buscar alguém de mercado para substituir Rubem Novaes, que deixará o cargo em agosto, e, com isso, mostrar que continua com prestígio no setor privado. Guedes está incomodado com a debandada de integrantes de sua equipe e quer resolver o imbróglio do BB o mais rapidamente possível. O ministro tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.

No mercado, as reações à saída de Novaes foram divergentes. A unanimidade é que, seja qual for o escolhido, será um nome com conhecimento técnico — o que não descarta, totalmente, uma indicação política para o cargo.

O economista Cesar Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, disse que a ideia do governo é “acomodar a questão política de cargos com o centrão”. “Deve ser alguém com condições de intermediar os desejos de privatização de Guedes e a resistência a se desfazer de tudo, de Bolsonaro”, afirmou.

Novaes não tinha perfil político, mas era perfeitamente capaz de levar a cabo os projetos de desinvestimento e as operações do banco digital, assinala Bergo. “Prova disso é a expectativa de resultados bastante positivos do BB nessa temporada de balanços do segundo trimestre. Como é amigo do ministro e do presidente, Novaes — fritado em banha quente pelos chegados do Planalto — preferiu sair antes que fosse tarde. Mas com a consciência de que o BB sempre foi uma boa moeda de troca”, reforça Bergo.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, tem opinião diferente. Rubem Novaes é que era, na análise de Vieira, de certa forma, uma indicação política. Tinha ligação com a ala olavista (dos seguidores do guru Olavo de Carvalho) do governo. “Por isso, não creio que a saída dele abra espaço para o centrão, o qual não tem nenhum interesse em profissionais de alto nível que não sentem na cadeira para beneficiar A, B ou C.”

O que o mercado não deseja, diz Vieira, “é o retorno à velha política de presidencialismo de coalizão”. “Nesse quadro, acho que Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB, é o mais indicado para sentar sem traumas na cadeira de Novaes. Os outros que vêm sendo citados pela mídia também são bons”, reitera Jason Vieira.

Guedes, no entanto, já descartou Hélio Magalhães, porque o considera estratégico na função em que está hoje. Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, de tudo o que vem sendo ventilado, pouca coisa é consistente. “A única conversa que faz sentido é de que a mudança não significa enfraquecimento de Paulo Guedes. Pelo contrário”, afirma.

Quem assumir o comando do Banco do Brasil terá as demandas do governo. Novaes sai em meio a críticas do Planalto de que não teria entendido a missão do BB diante da mais grave recessão da história do país, mesmo diversas vezes cobrado para incentivar a liberação de empréstimos e financiamentos.

Se Guedes lançar mão da saída caseira, entre os principais cotados estão os vices-presidentes Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relações com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado), Carlos Motta (Varejo) e Mauro Ribeiro Neto (Corporativo).

Banqueiros estranham a demora

O zunzunzum está grande entre os principais banqueiros do país diante da demora do governo em nomear o novo presidente do Banco do Brasil. A percepção que começa a ganhar força entre eles é a de que está havendo um embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto na definição do sucessor de Rubem Novaes.

As leituras são muitas entre os banqueiros. Para eles, como a saída de Novaes da presidência do BB vinha sendo negociada desde junho, conforme o próprio executivo anunciou, era mais do que natural que Guedes já tivesse um nome para o comando da maior instituição financeira pública. Ou seja, não houve surpresa para o ministro na renúncia de Novaes anunciada há uma semana (24 de julho).

Como referência, citam o caso de Mansueto Almeida, que deixou, de forma negociada, a Secretaria do Tesouro Nacional e, no mesmo dia, foi anunciado o nome de seu sucessor justamente para sinalizar a continuidade no manejo das contas públicas. Segundo os banqueiros, seria importante que, no caso de Novaes, também com a saída já aventada, Guedes já tivesse um sucessor nas mangas.

Embates políticos pelo comando

Para os banqueiros, ante a demora para a escolha do presidente do Banco do Brasil, deve-se questionar: cadê a força de Guedes no mercado? Esperava-se que, diante de um convite do ministro, muitos se colocassem à disposição para ajudá-lo. Mas a impressão que se tem é a de que está havendo negativas. E isso está abrindo embates políticos pelo comando do BB no Planalto sem que o presidente Jair Bolsonaro faça uma intervenção.

Os mesmos banqueiros reconhecem que, se tivesse optado logo por uma solução caseira, puxando para a presidência um dos vice-presidentes do BB, além de ter excelentes nomes, Guedes não estaria passando por questionamentos sobre a dificuldade em encontrar o substituto de Rubem Novaes.

Um dos banqueiros ressalta que, num governo que tem um ministro interino no meio da mais grave pandemia em 100 anos, muitos podem achar natural a demora para a nomeação do novo presidente do Banco do Brasil. Mas quem acompanha esse tema de perto acredita que há algo muito estranho no ar.

Fonte: Correio Braziliense

BB se transformará numa ‘corporation’ com privatização, diz Novaes

Publicado em: 17/06/2020

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a defender, nesta segunda-feira, a privatização da instituição. Ele afirmou que a ideia não é vender a instituição para um grande grupo estrangeiro ou nacional, e sim transformar o BB em uma grande “corporation”, com o controle pulverizado, por meio da venda de ações a um número maior de sócios, e a participação do governo.

“As pessoas imaginam que o Banco do Brasil seria comprado por um grande banco estrangeiro, ou pelo Itaú ou o Bradesco, por exemplo. Não é nada disso o que está se imaginando. O BB já tem 50% de suas ações em mãos privadas. É só vender mais um pouco e vira uma instituição privada. É só fazer do banco uma corporation com muitos sócios”, disse Novaes, ao participar de uma audiência pública, nesta manhã, promovida pela Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19 do Congresso.

Ele não disse em que momento o governo daria a largada para privatizar o Banco do Brasil. Porém, enfatizou que o setor bancário está passando por uma revolução, que vai se intensificar no ano que vem, em razão de medidas adotadas pelo Banco Central, como o open banking (sistema que permite o compartilhamento de dados dos correntistas), a nova plataforma de pagamentos instantâneos do BC e o favorecimento da atuação de fintechs- empresas que oferecem, via internet, serviços a custos mais baixos que os bancos.

“O banco será cada vez mais uma empresa de tecnologia que presta serviços e corre riscos bancários. Mas nós estamos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que falo em privatização”, afirmou.

Novaes lembrou que, no passado, o Banco do Brasil tinha como bônus parte das folhas de pagamento do setor público e a administração de depósitos judiciais, que hoje são disputados no mercado. Agora, ressaltou, a instituição só têm ônus: precisa submeter todas as decisões importantes ao TCU (Tribunal de Constas da União), está sob o controle da área que cuida de estatais do Ministério da Economia, sua publicidade está submetida à Secretaria de Comunicação da Presidência da República e as medidas a serem oficializadas em publicações no Diário Oficial estão sob o crivo da Casa Civil.

“Nossa política de recursos humanos é travada. Não podemos demitir um mau funcionário, ou premiar um bom funcionário. Não podemos pinçar no mercado uma pessoa para cumprir determinada tarefa, ou dar alguma compensação a algum executivo que está sendo assediado pela concorrência. Perdemos mais de 50 executivos de primeira linha, desde 2019, para o setor privado. Como temos um pessoal extremamente eficiente e conhecedor de suas atividades, o BB consegue se manter, mas com essas mudanças todas no mercado, isso será cada vez mais difícil. Não é uma questão ideológica”, argumentou.

Fonte: O Vale

Caminho da privatização do BB é fácil, mas é uma decisão política, diz Novaes

Publicado em: 30/01/2020


O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Rubem Novaes, voltou a defender nesta quarta-feira (29) a privatização da instituição, apesar de ressaltar que isso não está sendo estudado pelo atual governo.

Falando em evento do Credit Suisse, em São Paulo, ele afirmou que o fato de ser um banco público ajudou o BB por muitos anos, mas que estas vantagens não existem mais. “O BB foi uma entidade pública que perdeu todos os bônus de ser uma entidade pública”, disse.

E neste cenário, ele apontou que a privatização do banco seria bastante favorável. “O caminho da privatização do BB é muito fácil […] basta fazer uma operação no mercado e você deixa de ter todas essas amarras”.

Apesar disso, ele ressaltou que privatizar o banco é “uma decisão política” e que atualmente nem o presidente Jair Bolsonaro e nem o Congresso são a favor.

Por outro lado, Novaes acredita que o BNDES e a Caixa Econômica já são suficientes para o Brasil em termos de bancos públicos, o que poderia ajudar no futuro na privatização do Banco do Brasil.

“Eu acho que com o tempo e a classe política, de uma maneira geral, vai se convencer de que o papel do BNDES e da Caixa já suprem a necessidade de um banco público e que o Banco do Brasil poderia estar liberado para uma privatização”, afirmou reforçando, porém, que o assunto não está em discussão com o governo.

Além disso, o executivo rebateu críticas que são feitas quando o assunto é privatização de que o banco iria “abandonar o setor rural”, em que ele tem forte atuação: “Não existe esta hipótese”, afirmou.

Concorrência das fintechs

Durante o evento, Novaes também avaliou que 2020 será um ano difícil para o setor bancário, que terá de lidar com mais concorrência com as fintechs e a queda de juros, que “atrapalha um pouco”.

Com esta ideia, ele disse a jornalistas após o painel que o banco estuda a possibilidade de um concurso direcionado para a área de tecnologia, como forma de atrair talentos.

Para ele, o BB precisa modernizar toda sua estrutura e citou a possibilidade de parcerias futuras com fintechs.

“Não é só uma questão de modernização de produtos. A questão também é de modernizar rapidamente a estrutura toda do BB, digitalizar”, afirmou reforçando que a instituição precisa se “adaptar rapidamente ao mundo novo”.

“Em 5 a 10 anos, se não houver uma grande transformação no banco, nós vamos sofrer muito”, completou.

Apesar das dificuldades, ele afirmou que a atividade econômica deve se acelerar, com o crescimento na margem do banco podendo chegar a 3% este ano, o que deve estimular a demanda por crédito.

Sem pressão do governo

O executivo afirmou ainda que não “sente pressão” do governo para a instituição reduzir os juros cobrados no crédito.

“Meu mandato é maximizar resultados e não ajudar a reduzir taxas de juros”, disse, ao ser questionado sobre uma eventual pressão do Planalto para reduzir o spread bancário. A declaração foi dada em evento do Credit Suisse com investidores.

Novaes afirmou que o governo entende que o BB é uma empresa de capital aberto, listada em Bolsa e que precisa dar satisfação aos acionistas.

“O que vai ajudar a reduzir juros é a competição bancária”, disse ele, ressaltando que qualquer movimento diferente disso será prejudicial para a economia e para o próprio banco.

Banco Votorantim e Cielo

Questionado sobre alternativas à privatização, Novaes disse que “os ativos mais importantes” que poderiam ser vendidos já foram desfeitos, mas comentou sobre sair de parte do Banco Votorantim.

Segundo ele, a empresa está preparando um IPO e o BB irá aproveitar a oportunidade para sair de “um pedaço” da controlada, mas na mesma proporção que outros sócios.

“O BV está sofrendo um processo de modernização espetacular e nós esperamos que seja um sucesso esse IPO”, completou.

Já sobre uma possível venda da participação na Cielo, o presidente do BB negou, apesar de dizer que a companhia está “em um momento difícil”. Para ele, a ideia é “encontrar caminhos melhores para ela”.

Fonte: Infomoney

Novaes mantém nomes do 1º escalão, mas troca cadeiras no BB

Publicado em: 10/01/2019


O presidente-executivo do Banco do Brasil, Rubem Novaes, indicou o time de vice-presidentes que vão compor o primeiro escalão do banco, mantendo três nomes da gestão anterior, mas com mudanças de cadeiras. Conforme a Reuters noticiou em dezembro, Carlos Hamilton Araújo, que participou com Novaes durante a fase de transição de comando do banco, será vice-presidente de finanças e de relações com investidores.

Antônio Matos do Vale troca a vice-presidência de tecnologia pela de gestão de pessoas e operações. Márcio Hamilton Ferreira, que era vice de controles internos e riscos, passa a ser o vice de atacado, no lugar de Walter Malieni, que deve ser o novo presidente da Brasilprev, disse uma fonte familiarizada com o BB.

O BB já informara na véspera que Marcelo Labuto, que ocupou interinamente a presidência-executiva do BB, voltou a ser o vice-presidente de varejo do banco. Carlos Motta do Santos deixa a gerência de pessoa física, jurídica e agronegócio do BB para ser o vice-presidente de distribuição de varejo.

Carlos Bonetti, que era diretor de riscos, agora será vice-presidente de controles internos e riscos. Fábio Cantizani é o único do novo grupo que não é funcionário de carreira do BB, e vai ser o vice-presidente de tecnologia.

Flávio Corrêa Basílio, funcionário de carreira do BB, e que era secretário Nacional de Segurança Pública, foi nomeado vice-presidente de governo.

Por fim, Ivandré Montiel da Silva, também funcionário de carreira do banco, será o vice-presidente de agronegócio, deixando o cargo de secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

Fonte: Terra

Ex-diretor do BB pode integrar equipe econômica de futuro governo

Publicado em: 29/11/2018


O economista Carlos Hamilton Araújo, ex-diretor do Banco Central, deve ser agregado ao grupo de transição do futuro governo e pode vir a ocupar novamente um cargo na área econômica, disse nessa terça-feira o futuro presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes.

Hamilton, que até julho ocupava a vice-presidência de serviços, infraestrutura e operações do Banco do Brasil, esteve nesta terça no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição, segundo ele mesmo “para um café”. Ele negou que estivesse cotado para algum cargo e saiu acompanhado de Novaes.

Para o futuro presidente do BB, Hamilton seria “uma aquisicação importante para o grupo de transição”.

“Foi uma primeira conversa hoje, acho que ele vai se incorporar à equipe de transição”, disse Novaes. Perguntado se Hamilton poderia vir a ocupar um cargo no BB, o futuro presidente do banco disse que “pode até ser”. “Certamente a intenção nossa é trazê-lo para o grupo”, disse Novaes.

Fonte: Portal R7