BB empresta R$ 100 bi para mulheres e elabora guidance inédito de equidade de gênero

Publicado em: 01/11/2024

Depois de turbinar o crédito para mulheres, o Banco do Brasil quer ir além e mudar a ótica da equidade de gênero dentro e fora de casa. O conglomerado estuda estabelecer uma meta de empréstimos para o público feminino, o chamado guidance no jargão do mercado. O movimento é inédito no Brasil e pode provocar outros bancos a fazerem o mesmo.

“Nós já fomos o primeiro banco a ter uma meta ASG, de carteira de crédito sustentável, e, talvez, sejamos o primeiro a ter um guidance de equidade de gênero. Estamos estudando”, antecipa a presidente do BB, Tarciana Medeiros, em entrevista exclusiva ao Broadcast , durante passagem por Nova York (EUA).

Atualmente, os grandes bancos não têm um guidance específico para a concessão de crédito para as mulheres no Brasil. A prática também não é vista no exterior. Alguns conglomerados financeiros nos Estados Unidos, por exemplo, estabelecem metas pontuais para aumentar a representatividade feminina seja na organização ou na economia, mas métricas que foquem na equidade de gênero ainda não são uma praxe.

No Brasil, o Banco Central (BC) consolida as informações de empréstimos por gênero em seu relatório de economia bancária anual. O mais recente apontou crescimento do crédito para o sexo feminino levemente superior ao masculino em 2023. Mas, proporcionalmente, os homens ainda respondem por um volume maior. O saldo de crédito pessoa física junto ao público masculino era de R$ 2,179 trilhões ao fim do ano passado contra R$ 1,342 trilhão daquele referente a mulheres, conforme o BC.

Parte desse impulso tem vindo do BB. Nos últimos 20 meses, o banco emprestou mais de R$ 100 bilhões para mulheres. Para chegar em um volume dessa proporção, o primeiro passo foi mudar a comunicação com a clientela, passando a falar com esse público de uma maneira diferente, direcionada. “Antes, nós falávamos a mesma coisa para todo mundo”, lembra a banqueira.

Na prática, o trabalho começou antes. Primeira mulher a presidir o BB em mais de dois séculos, Medeiros adotou ações para povoar a alta liderança de mulheres, antes dominada por homens. O passo seguinte foi aproximar o banco da clientela feminina. O foco foi dar uma espécie de caminho das pedras para as mulheres conseguirem obter crédito no BB. Detalhes sobre as linhas disponíveis para diferentes usos bem como o custo de cada modalidade foram parte desse tête-à-tête com as tomadoras.

“A comunicação dirigida para as mulheres fez toda a diferença”, reconhece Medeiros. Segundo ela, após a iniciativa, as agências do BB identificaram uma maior demanda pelo público feminino em busca de crédito. O banco, por sua vez, começa a construir uma base de dados mais profunda bem como o histórico financeiro das mulheres atendidas.

A partir disso, vira um “ciclo virtuoso”, e o BB sai do diagnóstico para o dado concreto, diz Medeiros. Ou para ‘acabativas’, como a banqueira gosta de se referir aos resultados entregues. “Eu vou começar a entender de fato e mostrar em números o nível de inadimplência de empresas dirigidas por mulheres e aquelas geridas por homens, o nível de emprego e renda de empresas de mulheres que empregam mulheres”.

No fim do ano passado, o saldo de crédito das microempreendedoras individuais (MEI) pessoa física bateu o recorde de R$ 55,5 bilhões, segundo dados do BC. Já nos negócios chefiados por homens o volume era superior, de mais de R$ 77 bilhões. Além disso, desde que a base do BC foi criada, em 2016, a discrepância de valores emprestados entre para MEIs dos sexos masculino e feminino praticamente dobrou de tamanho.

No BB, as mulheres já são a maioria das clientes, representam 51% de uma base de 85 milhões. “Ora, se eu tenho 85 milhões de clientes e boa parte da população economicamente ativa passa pelo banco, eu tenho condições de, a partir desses dados, ajudar o sistema financeiro nessa construção de novos modelos [que enxerguem as mulheres]”, diz a presidente do BB.

Mais do que criar pontes para o crédito chegar na ponta a um maior número de mulheres, a base de dados do BB pode ajudar a munir o BC e ajudá-lo a capitanear uma transformação na forma como os bancos no Brasil fazem a análise de risco em suas carteiras de crédito, considerando o público feminino, explica Medeiros. Atualmente, diz, o modelo roda com foco em empréstimos para os homens. Como a mulher entrou depois no mercado de trabalho, o seu histórico é mais recente, justifica.

“Ainda há divergência entre renda de homens e mulheres na mesma função. Então, a análise de crédito de um homem e de uma mulher com a mesma profissão, também acaba saindo diferente porque eu não tenho o histórico de pagamento dela”, alerta.

Medeiros estima que, no horizonte de 60 meses, por exemplo, o banco vai ter um melhor histórico sobre qual linha de crédito é mais adequada para determinado perfil de renda da clientela feminina. O objetivo é construir uma base de dados confiável, auditável, e que essas informações sirvam de subsídios também para outros produtos voltados às mulheres, afirma.

“As informações que nós temos catalogadas do mercado financeiro que levam em consideração a participação da mulher são muito recentes e não são aproveitadas”, diz Medeiros, reforçando o caminho aberto que ainda existe para ser percorrido pelo sistema financeiro rumo à equidade de gênero.

Fonte: Invest Talk

Banco do Brasil cumprirá “guidance” prometido, diz presidente Tarciana

Publicado em: 29/02/2024

A presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, reiterou nesta quinta-feira previsões de desempenho da instituição para 2024, afirmando a analistas e investidores que podem esperar os resultados que o BB se comprometeu a entregar.

“Nós vamos, sim, cumprir o ‘guidance’ que nós anunciamos há um mês”, afirmou a executiva na abertura do BB Day em São Paulo, acrescentando que espera anunciar no ano que vem “o maior lucro líquido da história do Banco do Brasil”.

No começo de fevereiro, o BB estimou lucro líquido ajustado de R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões em 2024, o que representa uma melhora ante o resultado líquido positivo de R$ 35,6 bilhões em 2023.

Medeiros também anunciou o Ponto BB, que “vai tangibilizar na prática a estratégia omnichanel do banco”.

“Vai ser possível, num ponto de atendimento do Banco do Brasil, a integração física e digital. O cliente vai chegar na agência, na nova agência, e ele vai encontrar tudo o que ele teria no app”, disse a executiva, cirando que a primeira unidade será em Recife.

Fonte: Infomoney

BTG avalia lucro de pelo menos R$ 26 bilhões para Banco do Brasil

Publicado em: 22/07/2022


O BTG Pactual avalia que o Banco do Brasil deve entregar um resultado mais próximo de o teto de sua meta (guidance) para 2022, de R$ 26 bilhões, e talvez ainda mais alto, após participar de uma reunião com a diretoria da empresa e investidores locais para uma atualização sobre últimos eventos de sua a gestão, nesta terça-feira (19/7).

Em maio, a instituição financeira reiterou a projeção de lucro líquido ajustado entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões no ano de 2022, anunciada em fevereiro, depois de ter lucrado R$ 6,6 bilhões no primeiro trimestre, e disse que revisaria em um momento oportuno.

“O lucro líquido do segundo trimestre provavelmente será estável ou superior o do primeiro trimestre, o que implica que o lucro líquido de 2022 pode ficar acima das projeções atuais”, disseram os analistas do BTG, em relatório.

O BB também espera um carregamento de ganhos para 2023, o que pode gerar um alto crescimento de um dígito no resultado final e implica em risco de revisão para cima para a tese de investimento do BTG e para o mercado.

“Se o lucro líquido se aproximar do teto do guidance em 2022, a ação seria negociada abaixo do P/L de 4,0 estimado para 2022, apesar de nos últimos dois anos a governança corporativa ter melhorado e sua carteira de crédito ter crescido abaixo de seus pares, garantindo um sólido índice de capital”, explicaram os analistas.

Com isso, o BTG Pactual manteve a sua recomendação de compra para a ação do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 51,00, e sua indicação como a principal escolha entre os bancos incumbentes.

Fonte: Monitor Mercado

Banco do Brasil revisa guidances de margem e carteira de crédito para baixo

Publicado em: 11/08/2017


O Banco do Brasil revisou para baixo, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, suas projeções (guidance) para a margem financeira bruta e ainda para o desempenho da carteira de crédito neste ano. A notícia positiva, porém, veio das despesas administrativas que devem ter, conforme o banco, desempenho mais positivo em 2017. Os demais guidances foram mantidos.

Conforme as novas projeções, o BB espera que sua carteira de crédito encolha no máximo 4% neste ano e, na melhor das hipóteses, fique no zero a zero. Antes, previa de estabilidade a alta de 4%. No primeiro semestre, os empréstimos tiveram leve alta de 0,3%.

De acordo com o banco, a revisão do guidance para crédito, a despeito do resultado em linha na primeira metade do ano, foi influenciado, principalmente, pelo desempenho dos empréstimos para a pessoa jurídica. O BB projeta que essa carteira encolha de 11% a 8% neste ano contra intervalo anterior de queda de 4% a 1%. De janeiro a junho, os empréstimos para empresas diminuíram 14,5%.

“O crescimento (da carteira de pessoa jurídica) foi impactado pelo volume de amortizações e priorização de desembolsos em linhas de maior rentabilidade”, justifica o banco, em seu relatório.

Para a pessoa física, o BB projeta aumento de 2% a 5% neste exercício. Neste segmento também está mais conservador. Antes, sinalizava alta de 4% a 7%. Não é à toa. No primeiro semestre, o desempenho da carteira de pessoa física ficou fora do guidance ao crescer apenas 1%. O BB explica que o desempenho foi impactado pela priorização do crescimento em linhas de menor risco.

Outra linha que ficou fora do intervalo esperado no primeiro semestre foi a de crédito rural. O segmento cresceu 3,7% enquanto o banco esperava aumento entre 6% e 9%. Apesar disso, a instituição preferiu reiterar o intervalo projetado para 2017, uma vez que espera que o crescimento convirja para dentro do guidance.

Fonte: Isto É DinheiroDepois de entregar lucro líquido ajustado de R$ 5,2 bilhões, o banco reiterou sua expectativa de que a última linha do balanço alcance entre R$ 9,5 bilhões e 12,5 bilhões.

Já a despesa de provisões para devedores duvidosos (PCLD) líquida de recuperação de operações em perdas deve somar de R$ 23,5 bilhões a R$ 20,5 bilhões. De janeiro a junho, totalizou R$ 11 bilhões.

O BB espera ainda que suas rendas com tarifas cresçam entre 6% e 9% neste ano ainda que no primeiro semestre tenha superado o guidance ao entregar alta de 10% nesta linha. Para as despesas administrativas, o banco público espera redução de no máximo 2,5% e, na pior das hipóteses, aumento de 0,5%.

Antes, o banco projetava gastar mais, com intervalo de alta que ia de 1,5% a 4,5%. No primeiro semestre, as despesas administrativas diminuíram 0,9% ante um ano. “O resultado foi influenciado pelo rígido controle de despesas”, diz o BB.