Plano de Incentivo à Aposentadoria do BB teve 9,4 mil adesões

Publicado em: 20/12/2016

O Banco do Brasil informou hoje (12), em comunicado ao mercado, que 9.409 empregados aderiram ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai). A adesão ao plano estava aberta até a última sexta-feira (9). O público potencial que poderia aderir ao programa era de 18 mil pessoas.

Com essa adesão, o banco terá despesas com pagamento de incentivos em 2016 de R$ 1,4 bilhão. Entretanto, em 2017 a estimativa é de redução de despesas com pessoal no valor de R$ 2,3 bilhões.

No dia 21 de novembro, o banco anunciou medidas de reestruturação, como fechamento de agências, ampliação do atendimento digital, redução de jornada de trabalho e o Peai.

Por meio do plano, o banco concedeu incentivo de desligamento correspondente ao valor de 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia de um a três salários, a depender do tempo de banco (entre 15 e 30 anos completos). Para aderir era preciso já estar aposentado pela Previdência Social ou ter 50 anos de idade e, no mínimo, 15 anos de trabalho no banco.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-estima-despesa-de-r-14-bi-com-plano-de-aposentadoria/

Mesmo com fechamento de agências, BB Mapfre prevê crescimento

Publicado em:

A BB Mapfre deve manter a expansão no volume total de prêmios emitidos em 2017, mesmo após o Banco do Brasil ter anunciado planos para fechar ou reduzir cerca de 800 agências, disse à Reuters um executivo da seguradora, uma vez que a companhia espera aumento de produtividade nas demais agências.

“Isso não nos preocupa, porque a expectativa é que a produtividade nas demais agências cresça”, disse Marcos Ferreira, que está assumindo a Mapfre para a região sul da América Latina.

O BB anunciou em novembro que vai fechar 402 agências e tornar outras 379 em postos de atendimento, em meio aos esforços para reduzir custos e elevar a rentabilidade.

Fruto de uma joint venture criada em 2010 pela BB Seguros com a espanhola Mapfre, a BB Mapfre, uma das maiores seguradoras do país, tem boa parte das vendas de apólices para seguros como de vida e automóveis, distribuídos nas agências do BB.

O restante é vendido por cerca de 21 mil corretores de seguros espalhados pelo país.

Para o espanhol Luis Gutiérrez, que está assumindo como presidente da BB Mapfre para as áreas de Auto, Seguros Gerais e Affinities no Brasil, o grupo não considera passar a vender produtos pela internet sem a intermediação de corretores.

O mercado segurador brasileiro entrou numa polêmica no mês passado quando a Justiça Federal no Rio de Janeiro suspendeu as operações da Youse, plataforma online de venda de seguros da Caixa Seguradora, após a Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados (Fenacor) argumentar que a plataforma operava no mercado de forma independente.

A Justiça depois voltou atrás e entendeu que a Youse vende produtos da Caixa Seguradora.

“Não consideramos usar mudar de modelo, continuaremos trabalhando com os corretores, mas sendo multicanais”, disse Gutiérrez.

Segundo ele, a BB Mapfre vai intensificar o uso de canais digitais, mas as vendas continuarão a ser intermediadas por corretores.

Em relatório, o Credit Suisse considerou que o movimento é negativo para a BB Seguridade , que reúne os negócios do BB em seguros e previdência, justamente pelo potencial de diminuir a distribuição de produtos de seguros, especialmente porque as vendas em canais digitais ainda são pequenas.

A BB Seguridade inclusive teve queda de 4 por cento no lucro do terceiro trimestre sobre um ano antes, refletindo em parte a desaceleração nas vendas de seguros em algumas linhas.

Sinistros
De acordo com Gutiérrez, os efeitos da recessão no país serão distintos para cada seguradora, dependendo da capacidade delas de gerenciar sinistros, os pedidos de indenização dos segurados por perdas ou danos.

“Não necessariamente o aumento dos sinistros no setor automotivo implicará aumento do custo das apólices para todos os clientes”, disse.

“É nesses casos que o rigor técnico de cada seguradora aparece, para apontar para quais clientes o custo deve subir”, disse.

Os comentários surgem num momento em que o mercado de seguros tem perdido força no Brasil após vários anos de expansão acelerada, refletindo a recessão no país.

Segundo dados da Susep, que regula o setor, o volume de prêmios emitidos de janeiro a outubro somou 79,8 bilhões de reais, praticamente estável sobre mesma etapa de 2015.

Enquanto isso, os sinistros do período somaram 37,8 bilhões de reais, alta de 3,6 por cento sobre um ano antes.

Em outra frente, as seguradoras também devem apurar menores receitas com aplicações financeiras em 2017, diante do ciclo de queda da Selic.

Gutiérrez, no entanto, disse estar otimista com a melhora dos resultados operacionais do grupo, que devem ser beneficiados pelo cenário de volta do crescimento da economia, mesmo que modesto.

“E também esperamos continuar apoiando os resultados com redução do ritmo das despesas administrativas”, disse.

A previsão Mapfre vai na mesma linha do discurso dos bancos, que têm procurado ter a variação da inflação como teto para aumento de suas despesas administrativas.

A BB Mapfre não divulgou dados recentes de expansão das despesas administrativas. Mas a BB Seguridade apontou alta de 18 por cento das despesas administrativas do terceiro trimestre sobre um ano antes.

Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/bb-mapfre-preve-crescer-em-2017-mesmo-com-fechamento-de-agencias/

Qual o futuro do BB?

Publicado em: 09/12/2016

A preocupação da AGEBB é muito grande, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e o plano de enxugamento de agências e funcionários remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização 

Nos momentos de dificuldades, angústias e sofrimentos, é natural que busquemos ajuda, consolo, conforto, conselhos e não raramente cobramos essas soluções. E, mais ainda, jogamos a responsabilidade pelos acontecimentos em pessoas e entidades das quais muitas vezes nem fazemos parte do seu rol de amizade ou quadro associativo. Com a AGEBB não é diferente. Enquanto as coisas caminham aparentemente tranquilas, poucos demostram interesse no dia a dia da entidade. Não sabem que desenvolvemos um trabalho contínuo e diário de obtenção de informações sobre toda a rotina dos gerentes e muitas vezes dos funcionários de uma maneira geral.

Temos as nossas certezas, convicções, porém, tomamos o cuidado de não nos apresentarmos como arautos do caos ou pessimistas de plantão. Assim tem sido a nossa postura nesse episódio do plano de reestruturação do BB, que compreende o Plano Especial de Aposentadoria Incentivada (Peai) e o fechamento e transformação em postos de atendimento de mais de 700 agências em todo o país.

Acompanhamos o plano desde o seu lançamento, conversamos e achamos que não tem nada de excepcional. É mais uma iniciativa do banco para reduzir o quadro de funcionários a qualquer custo. Temos, inclusive, informações que vários funcionários têm recebido correspondências informando que “agora já fazem parte dos elegíveis”, mesmo não cumprindo as exigências do plano original. É uma demonstração clara que o BB quer realmente diminuir o quadro de funcionários de qualquer maneira. Na outra ponta, quando dá a opção para a redução de jornada de trabalho de 8 para 6 horas está, na verdade, tornando mínimos os riscos de passivos trabalhistas, em razão da necessidade de pagamento das sétimas e oitavas horas como extras, quando o funcionário se aposentar, bem como, nos futuros casos de descomissionamentos.

A preocupação da AGEBB é muito grande com o futuro da empresa, já que o banco digital nasce privatizado (o Bradesco possui 50,01% de participação) e todos os ajustes propostos – enxugamento de agências e funcionários – remete à velha máxima que estão preparando o BB para a privatização.

Diante de tantas incertezas, pressão por resultados etc. é FUNDAMENTAL que tenhamos uma associação forte, independente, com coragem e capacidade de cobrar dos dirigentes do banco, Congresso Nacional e conselho de acionistas posições claras e que os funcionários tenham mais participação nas decisões corporativas. Essa associação é a AGEBB, mas depende de cada gerente unir-se a esse projeto, pois apenas com um número mais expressivo de sócios teremos uma representativa, respeitada e ouvida entidade em todos os segmentos.

Levi Gomes de Oliveira

Vice-presidente e diretor Jurídico da AGEBB

Plano de aposentadoria do BB já recebeu 7,7 mil adesões

Publicado em:

O programa de incentivo à aposentadoria do Banco do Brasil recebeu, até a noite de quinta-feira, 1º, 7.760 adesões, segundo o presidente da estatal, Paulo Rogério Caffarelli. A expectativa do banco é de que o programa, que termina em 9 de dezembro, alcance de 9 mil a 10 mil adesões.

Segundo Caffarelli, o banco não considera fazer outro programa de aposentadoria além do atual. O executivo disse ainda, em reunião com analistas e investidores, que também não está no radar do BB um programa de demissão voluntária.

Ele disse ainda que as duas últimas nomeações para a vice-presidência do BB foram técnicas. Recentemente, entraram para a alta cúpula da instituição Carlos Hamilton, ex-Fazenda e ex-BC, e Tarcísio Hübner, que antes era diretor de distribuição do banco. “A lei das estatais é bastante criteriosa. O BB vem trabalhando com a manutenção de um quadro de pessoas ligadas à atividade financeira e conhecedores dos ramos que vão atuar”, concluiu Caffarelli.

Aporte do governo. Caffarrelli voltou a afirmar que a instituição não conta com aporte do governo federal e que não venderá ativos core (relacionados à atividade principal do banco), como a área de cartões e de administração de ativos de terceiros, para alcançar as regras de Basileia III. “Não vamos fazer IPO da área de cartões nem de administração de recursos de terceiros. O volume que vendemos da BB Seguridade hoje nos faz falta”, destacou ele, em reunião com analistas e investidores, nesta manhã.

A decisão de não vender ativos core está relacionada, segundo Caffarelli, ao fato de gerarem fluxo futuro para a instituição. Ressaltou ainda que o BB pode se desfazer de negócios que não são core. Não detalhou, porém, nenhum desinvestimento previsto.

De acordo com o presidente do BB, o nível de capital principal de 9,5%, exigido a partir de janeiro de 2019 em meio às regras de Basileia III, será alcançado apenas com a estrutura orgânica do banco. Acrescentou ainda que a instituição trabalha para alcançar o indicador antes mesmo do prazo exigido.

Caffarelli disse que a reestruturação que o banco anunciou na sua rede física e o programa de aposentadoria não visavam evitar um aporte do governo, mas também melhorar a estrutura de capital do banco. Segundo ele, outras ações, como a redução de despesas e de dividendos, estão sendo tomadas. Conforme o executivo, no caso do pay-out, o patamar de 40%, reduzido para 25%, será retomado num futuro, quando o banco se recuperar.

Mencionou também a carteira de crédito no exterior, de R$ 51,5 bilhões, que poderá ser reduzida neste contexto. “A nossa prioridade é capital. O volume de recursos que temos no exterior pode ajudar a melhorar nosso capital. Lá fora, teremos recursos para atender empresas brasileiras clientes”, afirmou Caffarelli, acrescentando que o BB tinha operações que não faziam muito sentido do ponto de vista de rentabilidade e, em alguns casos, junto a empresas que não eram nem clientes do banco.

O presidente do BB ressaltou ainda que o foco é resultado e não market share. Como resultado, acrescentou, a carteira de crédito do banco se reduziu e a instituição, assim como os pares privados, está sendo mais seletiva para emprestar.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,plano-de-aposentadoria-do-bb-ja-recebeu-7-7-mil-adesoes,10000092158

BB fecha acordo com Correios para manter Banco Postal

Publicado em:

O Banco do Brasil e os Correios anunciaram nesta segunda-feira, 5, que vão continuar parceiros no Banco Postal por mais três anos. O BB vai pagar pela utilização da rede dos Correios em todos os municípios brasileiros uma parte fixa de R$ 5 milhões por mês e uma comissão que vai variar de acordo com o volume de serviços prestados.

Segundo o banco, no primeiro mês, serão pagos R$ 24 milhões, mas o valor pode variar conforme a produtividade da rede do Banco Postal. O desembolso será cerca de 20% menor do que o pedido pelos Correios em edital aberto neste ano, mas que fracassou sem nenhuma proposta.

Pelos termos do edital, o vencedor teria de pagar já neste ano R$ 600 milhões. O mesmo valor teria de ser desembolsado no início do sexto ano da operação – o contrato era de dez anos e poderia ser prorrogado por mais dez. Pela utilização da rede e participação nas tarifas bancárias, os Correios também embolsariam outros R$ 2,4 bilhões ao longo dos primeiros dez anos do contrato.

No entanto, os Correios afirmaram que o atual acordo é superior ao que seria pago caso houvesse seleção de outro parceiro. A explicação, diz a estatal, é que a produtividade com a permanência do BB como sócio é superior ao início de uma nova parceria, que levaria a necessidade de constituir uma nova carteira. Ou seja, a redução no contrato poderia ser compensada com novos negócios.

Segundo o BB, no novo contrato, os clientes terão acesso a produtos e serviços financeiros, como abertura de conta corrente completa, cartão de crédito, crédito pessoal, consignado, pagamentos de benefícios do INSS, recebimento de contas em geral, saques e depósitos.

O Banco Postal foi criado para aumentar a inserção dos brasileiros no sistema financeiro. Segundo o Banco Central, 1.987 cidades não têm agência bancária, mas 1.633 delas possuem um ponto de atendimento, como os Correios, que prestam serviços bancários básicos.

Cláusula. O acordo fechado por BB e Correios prevê a possibilidade de encerramento antecipado por ambas as instituições. Segundo os Correios, essa flexibilidade permite reavaliar, a qualquer momento, a estratégia de continuidade do contrato, de outra parceria ou de ajuste no modelo de negócio de serviços financeiros.

Os Correios contavam com esse reforço no caixa para fechar no azul neste ano, mas não deve ser suficiente. Nos últimos três anos, a estatal registrou rombo, sendo o de 2015 de R$ 2,1 bilhões – a estimativa oficial é que o déficit deste ano seja por volta de R$ 2 bilhões.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,bb-fecha-acordo-com-correios-para-manter-banco-postal,10000092775

Caixa e BB barram saques de recursos públicos em espécie

Publicado em:

Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil assinaram ontem (6) um termo de ajustamento de conduta junto ao Ministério Público Federal para impedir os saques em espécie de recursos públicos federais.

O anúncio foi feito nesta manhã (7) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Os bancos tiveram a sensibilidade de entender que o saque em espécie torna inviável o rastreamento desse dinheiro depois”, disse após revelar a celebração do acordo.

A medida impede que qualquer pessoa, como representantes de prefeituras, por exemplo, saque recursos que tiveram origem em contas públicas federais na boca do caixa, em espécie.

“Todas as operações a partir de agora terão que ser rastreáveis, independentemente do valor”, explicou a subprocuradora-geral da República, Mônica Nicida Garcia.

O objetivo do acordo é contribuir nas investigações de desvios de recursos públicos, ao garantir que o dinheiro tenha a todo momento instrumentos que permitam seu rastreamento.

Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/caixa-e-bb-barram-saques-em-especie-de-recursos-publicos/

BB diz que buscará rentabilidade compatível à dos privados

Publicado em:

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, reafirmou que o banco está comprometido em entregar rentabilidade compatível a dos bancos privados.

“Temos total capacidade de entregar retorno em patamar superior a 9%”, destacou ele, em reunião com analistas e investidores, na manhã desta sexta-feira, 2.

Como exemplo, Caffarelli citou a reestruturação anunciada recentemente pelo banco, que inclui fechamento de agência e programa de aposentadoria, e ainda a melhoria do retorno da sua carteira de crédito.

Segundo ele, o BB ainda tem operações com taxas mais baixas, mas que estão sendo elevadas no vencimento.

“A rentabilidade da nossa carteira de crédito está aquém do desejado. Trabalhamos para melhorar o retorno da nossa carteira”, garantiu o executivo.

Caffarelli afirmou ainda que a infraestrutura é um dos principais pontos para o Brasil retomar uma trajetória de crescimento. Lembrou que, somados, os projetos podem chegar a R$ 1,5 trilhão.

O executivo chamou atenção ainda para a oportunidade de o país ter mais participação no comércio internacional com a desvalorização do real e que a aprovação de um teto para os gastos públicos terá efeito positivo para o crescimento e no saneamento das contas públicas.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-diz-que-buscara-rentabilidade-compativel-a-dos-privados/

50% da carteira do BB no exterior deve migrar para o Brasil

Publicado em:

O Banco do Brasil espera que 50% da sua carteira de crédito no exterior, que soma R$ 51,5 bilhões, migre para o mercado brasileiro, segundo o presidente da instituição, Paulo Rogério Caffarelli. Essa migração deve ocorrer, de acordo com o executivo, conforme o vencimento das operações.

Caffarelli ressaltou que os não correntistas do BB não terão acesso às linhas do banco no exterior e que a instituição está focada no capital no Brasil. Sobre a venda de ativos fora do País, o executivo disse que não é prioridade do banco neste momento. Ele não comentou sobre a venda da participação do BB no argentino Patagônia.

Em relação à oferta de crédito no próximo ano, o presidente do BB afirmou que espera que seja melhor que em 2016. “A perspectiva da retomada de crédito se dá em função da retomada do crescimento econômico”, disse ele, sem dar mais detalhes, em conversa com jornalistas, após reunião com analistas e investidores.

Afirmou ainda que a queda da Selic se alterou positivamente, com a projeção de um patamar menor para os juros básicos ao final de 2017. Ponderou, contudo, que a crise do País é diferente das demais. Além de mais longa, também é “um pouco mais acentuada”.

Sobre a reestruturação que o BB anunciou na sua rede física, o presidente do banco disse que os ganhos são imediatos e que, somado ao programa de incentivo à aposentadoria, devem gerar reflexo positivo para a instituição no próximo ano.

Questionado sobre eventuais mudanças nas vice-presidências, Caffarelli afirmou que o quadro do banco está completo, mas admitiu que mudanças podem acontecer. Não citou, contudo, nomes.

Aporte do governo

O presidente do Banco do Brasil voltou a afirmar que a instituição não conta com aporte do governo federal e que não venderá ativos core para o banco, como a área de cartões e de administração de ativos de terceiros, para alcançar as regras de Basileia III. “Não vamos fazer IPO da área de cartões nem de administração de recursos de terceiros. O volume que vendemos da BB Seguridade hoje nos faz falta”, destacou ele.

A decisão de não vender ativos core está relacionada, segundo Caffarelli, ao fato de gerarem fluxo futuro para a instituição. Ressaltou ainda que o BB pode se desfazer de negócios que não são core. Não detalhou, porém, nenhum desinvestimento previsto.

De acordo com o presidente do BB, o nível de capital principal de 9,5%, exigido a partir de janeiro de 2019 em meio às regras de Basileia III, será alcançado apenas com a estrutura orgânica do banco. Acrescentou ainda que a instituição trabalha para alcançar o indicador antes mesmo do prazo exigido.

Caffarelli disse que a reestruturação que o banco anunciou na sua rede física e o programa de aposentadoria não visavam evitar um aporte do governo, mas também melhorar a estrutura de capital do banco. Segundo ele, outras ações, como a redução de despesas e de dividendos, estão sendo tomadas. Conforme o executivo, no caso do pay-out, o patamar de 40%, reduzido para 25%, será retomado num futuro, quando o banco se recuperar.

Mencionou também a carteira de crédito no exterior, de R$ 51,5 bilhões, que poderá ser reduzida neste contexto. “A nossa prioridade é capital. O volume de recursos que temos no exterior pode ajudar a melhorar nosso capital. Lá fora, teremos recursos para atender empresas brasileiras clientes”, afirmou Caffarelli, acrescentando que o BB tinha operações que não faziam muito sentido do ponto de vista de rentabilidade e, em alguns casos, junto a empresas que não eram nem clientes do banco.

O presidente do BB ressaltou ainda que o foco é resultado e não market share. Como resultado, acrescentou, a carteira de crédito do banco se reduziu e a instituição, assim como os pares privados, está sendo mais seletiva para emprestar.

Inadimplência

Caffarelli afirmou que a inadimplência ainda pode subir em 2017, mas o banco trabalha com a gestão do indicador para conter a expansão dos calotes. Explicou, contudo, que um eventual deslocamento para cima pode ocorrer, uma vez que o Brasil ainda está em processo de saída da crise.

“Há um volume elevado de empresas com pedido de recuperação judicial e que não voltam a operar. O momento é de desafio, mas o Banco do Brasil segue diligente”, destacou Caffarelli, lembrando que a gestão da inadimplência é uma prioridade de todos no BB.

O vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB, Walter Malieni, lembrou que o banco atua de maneira pró-ativa no que tange à gestão da inadimplência, com uma postura preventiva.

Em relação às provisões para devedores duvidosos, o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores do banco, José Maurício Coelho, disse que o pico já ocorreu neste ano e que a tendência é de queda em 2017, como já visto nos dois últimos trimestres. Sobre a queda dos juros, ele afirmou que a expectativa do BB é de impacto neutro no balanço.

Programa de aposentadoria

O Banco do Brasil espera que o programa de incentivo à aposentadoria, que termina em 9 de dezembro, alcance de 9 mil a 10 mil adesões, de acordo com Caffarelli. Até a noite de quinta-feira, segundo ele, o banco já tinha registrado 7,760 mil adesões.

O programa mira, no total, 18 mil colaboradores com mais de 50 anos de idade e mais de 35 anos de INSS. “No ano passado, tivemos a adesão de 5 mil colaboradores. Agora, esperamos que a adesão fique entre 9 mil e 10 mil funcionários”, disse Caffarelli.

Se o BB tiver a adesão de 9 mil colaboradores, a redução de despesas, conforme lembrou o executivo, será de R$ 2,130 bilhões. Se chegar a 10 mil, o montante sobe para R$ 2,232 bilhões.

O Banco do Brasil não considera fazer outro programa de incentivo à aposentadoria além do atual, de acordo com o presidente da instituição. O executivo disse ainda, em reunião com analistas e investidores, que também não está no radar do BB um programa de demissão voluntária.

Ele disse ainda que as duas últimas nomeações para a vice-presidência do BB foram técnicas. Recentemente, entraram para a alta cúpula da instituição Carlos Hamilton, ex-Fazenda e ex-BC, e Tarcísio Hübner, que antes era diretor de distribuição do banco. “A lei das estatais é bastante criteriosa. O BB vem trabalhando com a manutenção de um quadro de pessoas ligadas à atividade financeira e conhecedores dos ramos que vão atuar”, concluiu Caffarelli.

Parceria com Bradesco

Segundo Caffarelli, o Banco do Brasil seguirá com a parceria que tem com o Bradesco na cadeia Elo, respeitando a individualidade de cada. “O Banco do Brasil e o Bradesco são competidores. Vamos dar sequência às várias empresas em que somos sócios, respeitando a individualidade de cada. O desempenho da Cielo mostra como foi importante a parceria com o Bradesco”, explicou o executivo.

Raul Moreira, vice-presidente de negócios de varejo do BB, ressaltou que o foco da parceria com o Bradesco é rentabilidade e eficiência. Destacou ainda que as empresas em que ambos são sócios também passam por um processo de digitalização. A Livelo, programa de fidelidade de BB e Bradesco, por exemplo, já nasceu digital, lembrou.

Moreira citou ainda o Digio, o banco CBSS, mais uma empresa criada em conjunto por BB e Bradesco por meio da Elo Participações (Elopar). A holding também é dona da Alelo, de benefícios, da Stelo, de pagamentos, e da Movera, de microcrédito. Os dois bancos também são acionistas da Cielo e da bandeira de cartões Elo, que tem ainda a Caixa Econômica como sócia.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20161202/diz-que-carteira-exterior-deve-migrar-para-brasil/438370

BB lança emissão de senhas pelo celular para evitar filas

Publicado em:

O Banco do Brasil lançou uma ferramenta que permite a clientes emitir senhas via celular para atendimento presencial em agências e obter uma estimativa de atendimento.

Em tempos em que os clientes preferem gastar o mínimo tempo possível resolvendo questões financeiras, qualquer usuário do app do banco agora pode entrar em filas virtuais para evitar longas esperas ao resolver pendências que necessitam de atendimento presencial.

Uma vez geradas, “as senhas entram em uma fila virtual e o cliente efetua o check-in pelo App quando chegar à unidade do banco. Caso ele se esqueça de validar a senha ao chegar à agência, o sistema realiza o procedimento automaticamente no horário previsto”, explicou o banco em comunicado enviado à imprensa.

Através da ferramenta, o cliente pode fazer consultas de agências por nome, número ou CEP e adquirir informações de endereço, telefone e horário de atendimento.

Ainda em fase inicial, o app promete melhoras para o futuro, de acordo com o diretor de clientes pessoas físicas do BB, Simão Luiz Kovalski. “Em breve, o aplicativo também realizará a triagem prévia, oferecendo ao cliente todas as opções para resolução de suas demandas no próprio app, sem precisar se deslocar até uma agência”, afirmou.

Fonte: http://www.infomoney.com.br/negocios/inovacao/noticia/5903609/lanca-emissao-senhas-pelo-celular-para-evitar-filas

Regime digital do BB: aplicativos e smartphones são prioridades

Publicado em: 02/12/2016

Entusiasta de corridas matinais, Paulo Caffarelli chegou ao trecho da pista em que, passada a parte acidentada, é hora de acelerar. O advogado paranaense com mestrado em economia assumiu, em maio, a presidência do Banco do Brasil, empresa em que começou a trabalhar aos 14 anos. E agora, depois de fechar duas diretorias, o banco vai aposentar de 9 mil a 18 mil funcionários, extinguir três unidades (que são menores que as diretorias) e encerrar as atividades de 402 agências, em especial nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A meta é poupar um total de R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 750 milhões reduzindo custos operacionais e R$ 2 bilhões com pessoal. “Em nossa avaliação mais conservadora, que é de dispensar 5 mil servidores, a economia será de R$ 1 bilhão”, disse Caffarelli na segunda-feira 21, ao comentar a medida anunciada na noite da véspera. Paralelamente aos cortes, o BB vai aumentar sua aposta nas transações digitais, seguindo a linha dos concorrentes privados. Os números do terceiro trimestre indicam que duas em cada três transações realizadas pelos cerca de 60 milhões de clientes e correntistas do banco são digitais.

“Realizamos mais de um bilhão de transações digitais todos os meses, e a meta é reforçar esse número”, disse Caffarelli. No fim de setembro, o app do banco estava instalado em 9,4 milhões de smartphones, e a meta é chegar a 15 milhões até o fim de 2017. Para isso, a rede de agências 100% digitais deve saltar de 245 para 500. Essas iniciativas aprofundam um movimento que começou no início de novembro, quando o banco anunciou a extinção de duas das 27 diretorias. Foram extintas a Diretoria de Crédito Imobiliário (Dimob), criada no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref).

A Dimob surgiu para implantar a estratégia imposta por Dilma de inserir o BB no crédito imobiliário, em especial o Minha Casa Minha Vida, e perderá o status de diretoria. O BB tem um estoque de R$ 53 bilhões em financiamentos imobiliários, ou 8,6% do mercado, o que lhe garante a segunda posição. Ele perde só para a Caixa Econômica Federal, líder isolada com 51,7%. E a Diref será integrada à recém-criada Diretoria de Governança, que vai concentrar e tornar mais formais as relações do banco com controladas e coligadas, com governos e associações da sociedade civil.

Essa reestruturação estratégica reforça a opção pelos canais digitais e reduz a ênfase na distribuição tradicional de produtos, o que representa uma pá de cal para projetos de expansão física, como o Banco Postal. Após comprar a concessão há cinco anos por R$ 2,8 bilhões, o banco estatal optou por não renovar a parceria com os Correios, que deve vencer no início de dezembro. Caffarelli afirma que o BB pode manter-se provisoriamente na operação do Banco Postal, por seis ou doze meses após o término do contrato de concessão, mas que o banco “está avaliando” se fará um novo lance.

Quem conhece o assunto avalia que as possibilidades são remotas. “O BB foi menos agressivo que seu antecessor, o Bradesco, na exploração do Banco Postal”, diz Maria Inês Fulginiti, presidente da Associação dos Empregados dos Correios (ADCAP). O mercado gostou da notícia. Na segunda-feira 21, primeiro pregão após o anúncio, as ações ordinárias do Banco do Brasil fecharam com alta de 7,8%, e mantiveram-se no mesmo patamar de preços nos pregões seguintes.

“A decisão é positiva para os resultados do banco”, avalia Tito Labarta, analista de instituições financeiras do Deutsche Bank em Nova York, que prevê que as decisões podem elevar a rentabilidade patrimonial do BB, estimada em 12,1% para 2017. Com retornos anuais oscilando entre 13% e 15%, o BB vem rendendo menos que os 16% a 18% de seus concorrentes privados de varejo. Porém, pelas contas de Labarta, após a implantação das medidas, a cada 5% de redução nas despesas, o lucro líquido do banco poderá crescer em até 10%. Ou seja, há bons motivos para Caffarelli acelerar.

—–

O que muda no BB

Os principais pontos do processo de reestruturação

O que vai encolher:

• Funcionários: serão dispensados até 18 mil, de um total de 115 mil

• Agências: 402 serão fechadas, de um total de 4.972

• Diretorias: duas serão extintas, de um total de 27

O que vai crescer:

• Agências digitais: saltarão de 245 para 500

• Usuários de celular: avançarão de 9,4 milhões para 15 milhões

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/financas/20161125/regime-digital/435872

Sem ajuste, BB teria que pedir aporte ao governo, diz Caffarelli

Publicado em:

Paulo Rogério Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, diz que, sem o corte de gastos na instituição, ele teria de pedir socorro ao governo federal em julho de 2017 para atender as exigências de capital de Basileia 3.

O banco anunciou no dia 20 de novembro a extinção de 9.300 cargos, o fechamento de 402 agências e a transformação de 379 delas em postos avançados.

“Não posso achar que chegarei a ter o custo de Bradesco e Itaú porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo esse valor.”

O executivo afirma que não fará IPO (abertura de capital) da área de cartão de crédito, nem da distribuidora de títulos imobiliários. E que as pedaladas do governo de Dilma Rousseff ficaram no passado.

*

Folha – Qual o resultado da reestruturação?
Paulo Rogério Caffarelli – O número de adesões ao plano de incentivo à aposentadoria até o momento é de 6.700. Abrimos [na segunda-feira, 21] para um público-alvo de 18 mil, e o prazo vai até 9 de dezembro. Em 2015, foram 5.000 que aderiram, e nossa expectativa é que o número agora seja maior. No ano passado, o governo autorizou sete salários de incentivo. Neste ano, são 12 salários.

Chegará a dez mil?
A expectativa é mais ou menos essa: 9.000 a 10 mil.

Estudam outras medidas de corte de funcionários?
Não, não estamos estudando plano de demissão voluntária. Nossa expectativa é de resolver isso com esse processo de antecipação [de aposentadoria]. Tem o “turnover” [rotatividade] também, de 2.000 pessoas em média [aposentadorias, falecimentos e demissões]. Há um número muito grande ainda que deve aderir. [O ajuste] está sendo feito em razão da transformação digital e da necessidade de redução de despesas pelas exigências de capital. Em setembro deste ano, o celular já passou a internet. Daremos prioridade à realocação das pessoas [de agências fechadas], de preferência na mesma cidade e no mesmo cargo. Ninguém vai ficar sem vaga. O cliente não vai perceber diferença.

Qual vai ser a melhora nos números? Havia expectativa de um ROE [retorno sobre o patrimônio] mais baixo…
Se saírem 9.000, a economia será de R$ 2,130 bilhões. No caso de dez mil, R$ 2,232 bilhões. Já 15 mil, R$ 2,742 bilhões. Isso se somará aos R$ 750 milhões dos ajustes da rede física [agências]. Temos um custo de folha de pagamento de R$ 3 bilhões a mais que nossos concorrentes. Apesar de as despesas administrativas estarem em linha com as do mercado, ao comparar a folha de pagamentos com as de Bradesco e Itaú, nosso custo se mostra bem superior. Não posso achar que chegarei ao custo deles porque temos capilaridade muito maior, mas tentaremos reduzir ao máximo.

O que mais será feito?
Precisamos atingir um índice de capital principal de 9,5% por causa de Basileia 3 em janeiro de 2019. Mas prudencialmente temos de chegar em julho de 2017. Se nada fosse feito no BB, teríamos de bater na porta do governo e pedir um aporte de capital em julho do ano que vem. Sabedores de que o governo hoje concentra todas as suas energias na solução da questão fiscal, não será o BB que vai trazer mais essa dificuldade, considerando outros Estados e empresas que provavelmente ele terá de capitalizar.

Não estamos contando com capitalização ou com a venda de algum ativo que possa reforçar essa estrutura de capital. Pensamos em vender ativos? Os que fazem parte do “core business” [negócio principal do banco], não iremos vender. Vai ter IPO de cartão de crédito? Não. Vai ter IPO de distribuidora de títulos imobiliários? Não. Porque o mercado sempre tenta plantar esse tipo de situação até para induzir a se fazer isso.

O senhor, então, descarta aporte da União?
Vamos aumentar a rentabilidade, cortar substancialmente despesas. Se surgir oportunidade de vender algo que não seja “core business”, podemos vender e reforçar [a estrutura de capital]. O Banco do Brasil tem participação na Neoenergia [distribuidora de energia] e na Kepler Weber [fabricante de equipamentos para armazenagem de grãos]. Podemos vender, são dois exemplos de outros que posso dar.

O sr. falou em aumentar a rentabilidade. Já subiram os spreads [diferença entre juros que banco paga na captação e quanto cobra de clientes]…
Quando falo em rentabilidade não me refiro a aumento de spreads. Estou aumentando o volume de negócios. Hoje, o crédito responde por 60% do resultado. Preciso ter um volume maior de participação do crédito para trazer receita -48% da nossa carteira ainda está com volume de taxas mais baixas. São taxas da época do “Bom pra Todos” [programa lançado em 2012]. Na renovação, a tendência é de os spreads serem maiores.

A gestão anterior subiu o limite de crédito e focou em setores como agrícola, exportação. O incentivo continua?
No crédito agrícola, não vamos chamar de incentivo. O governo paga uma diferença desse processo. É até um dos motivos daquela discussão das pedaladas.

O governo Dilma Rousseff usou os bancos públicos para reduzir os juros no mercado. Valeu a pena?
O cenário econômico daquele momento era diferente de hoje. Não vou julgar o que aconteceu no passado. A retomada do crescimento pode passar pela volta do crédito. Agora, certamente será diferente. A retomada acontecerá concomitantemente à da demanda, que não ocorrerá de uma hora para outra.

Em relação a empresas como Odebrecht e Oi, qual o volume dessa exposição?
Não comentamos especificamente clientes por causa do sigilo. Com as grandes empresas, o volume de exposição é dividido entre os grandes bancos. Não é o Banco do Brasil que está amargando um volume de inadimplência, e sim o sistema financeiro. A Oi é um belíssimo negócio, ninguém tem a capilaridade dela. Não dá para pensar em pedir um desconto monstruoso [na dívida], como alguns têm a intenção. Não vamos autorizar isso.

Com relação às pedaladas, o que o senhor comentaria?
Esse tema já foi exaurido. Já se julgou, já se condenou. Isso ficou para trás. Estou aqui para olhar para a frente. Não comento o passado.

Mas o Banco do Brasil estava no centro do problema. A prática cessou?
Temos um contrato de prestação de serviços com a União. E somos remunerados por isso. Recebemos a equalização disso dentro do prazo pactuado no contrato.

O senhor participava daquele governo…
Eu cuidava da parte administrativa do Ministério da Fazenda.

A inadimplência vem piorando? Qual a expectativa?
A inadimplência atingiu um pico e agora se estabilizou, com um outro repique. A nossa expectativa é que a partir do segundo trimestre de 2017 ela comece a cair.

Por isso que as provisões estão mais baixas?
Elas baixaram porque o mercado deu uma melhorada e não há casos pontuais.

O senhor comentou que o que o BB puder fazer para ajudar o governo irá fazer…
Além de suprir a demanda do mercado interno de crédito e nas exportações, poderemos ter um papel mais forte ainda na estruturação de operações de infraestrutura. Como provedor de funding? Não. Mas como estruturador ou como fiador.

O banco está auxiliando o Rio de Janeiro na emissão de títulos. Há conversas com outros Estados?
No momento, o desenho está sendo feito com base em royalties do petróleo. Pode ser que, no futuro, possamos trabalhar com outros Estados.

O Banco do Brasil irá comprar parte desses títulos?
O banco é um estruturador. Pode ter discricionalidade de comprar ou não. Estamos fazendo isso com outros bancos de investimento também, estrangeiros inclusive.

RAIO-X

Nome: Paulo Rogério Caffarelli

Cargo: Presidente do Banco do Brasil

Idade: 50 anos

Formação: Graduado em direito com MBA pela FGV e mestrado pela UNB

Trajetória: Funcionário de carreira do BB, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff e diretor-executivo da siderúrgica CSN.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1836202-sem-ajuste-bb-teria-que-pedir-aporte-ao-governo-em-2017-diz-presidente.shtml

Reestruturação ainda deixa o BB atrás de concorrentes

Publicado em:

A reestruturação anunciada ontem pelo Banco do Brasil (BB) — antecipada pelo Correio — não será ainda capaz de levar a lucratividade da instituição ao mesmo patamar dos concorrentes privados. Nas contas do economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, o resultado líquido do banco deve crescer pelo menos 7% com a redução de R$ 750 milhões em despesas administrativas. O cálculo não considera a queda nos gastos com a folha de pessoal, que pode reforçar o lucro da empresa.

Mesmo com a diminuição da folha salarial, que pode chegar a R$ 3 bilhões por ano se 18 mil empregados aderirem ao plano de aposentadoria incentivada, Bradesco e Itaú manterão lucros mais elevados que os do BB. As projeções de Salles levam em conta um crescimento médio da economia de 2% por ano. Nesse caso, o BB teria ganhos de pelo menos R$ 3 bilhões por trimestre, ou R$ 12 bilhões por ano. Os concorrentes privados, porém, lucrariam por volta de R$ 20 bilhões.

Além de cortar despesas e incentivar demissões, o BB vai fechar 402 agências, das quais 20 em Brasília. A Caixa, por sua vez, informou que tem a intenção de desativar 100 agências, a partir de 2017. Com isso, chegaria a 502 o número de dependências bancárias de instituições federais que teriam as atividades encerradas.

A meta do BB para economizar com a folha de pagamento, no entanto, pode não ser totalmente alcançada. Salles comentou que planos de aposentadoria incentivada costumam ter adesões significativas em períodos de crescimento econômico. Na recessão, porém, os funcionários, sobretudo de estatais, preferem manter a estabilidade, mesmo com incentivos para se desligarem. “Os empregados do BB já têm garantidos a aposentadoria da Previdência Social e o benefício da Previ, que é o fundo de pensão. Muitos preferem manter a remuneração da atividade porque há perda de renda, mesmo que mínima, quando há desligamento”, disse.

Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating, disse que as medidas do BB são positivas e refletem a realidade no setor. Ele explicou que ao fechar 402 agências físicas e expandir de 245 para 500 o número de escritórios e agências digitais, a instituição mostra preocupação com a rentabilidade. “O BB tem o maior número de agências entre todos os bancos, e muitas delas dão prejuízo. O banco está em busca de eficiência e outros players de mercado já anunciaram que vão fechar agências ou desistiram de abrir novas”, afirma.

Em relatório encaminhado a clientes, o banco Brasil Plural estimou que nove mil empregados do BB devem aderir ao plano de aposentadoria incentivada. Nas contas de Eduardo Nishio, do Brasil Plural, as medidas têm potencial para valorizar as ações do banco em 7,2%.

Reestruturação ainda deixa o Banco do Brasil atrás de concorrentes

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/11/22/internas_economia,558126/reestruturacao-ainda-deixa-o-banco-do-brasil-atras-de-concorrentes.shtml

‘BB está reduzindo onde precisa de gente’, critica sindicato

Publicado em:

Para o sindicato dos funcionários de bancos, o fechamento de 402 agências do Banco do Brasil e a transformação de outras 379 em postos de atendimento (com serviços mais restritos) é prejudicial ao País, ao próprio banco e aos empregados.

“O banco está reduzindo principalmente onde precisa de gente para atender aos clientes”, disse Wagner Nascimento, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Nascimento questiona a afirmação do presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, de que o enxugamento da estrutura física vai ao encontro do aumento dos meios digitais. “O perfil do cliente do banco nem sempre é digital. Eles vão fechar agência em cidades do interior, onde muitos clientes não são usuários dos serviços digitais”, ponderou.

De acordo com o BB, as transações bancárias realizadas nas agências estão em forte redução. Segundo o banco, 9,4 milhões de clientes realizam 1 bilhão de transações bancárias por mês por meio do aplicativo do banco para celular, o correspondente a 40% do total. Outros 27% correspondem às transações realizadas pela internet. A expectativa do banco é que o número de clientes que utiliza o aplicativo do banco salte para 15 milhões até dezembro do próximo ano.

Nascimento discorda da análise de Caffarelli que a ampliação do atendimento digital, com o enxugamento da estrutura física, seja irrevogável. “O que pesa é conta financeira e não a estratégia do banco”, afirmou. A reestruturação das unidades físicas vai gerar economia de R$ 750 milhões por ano, segundo o BB.

Coordenador da Comissão de Empresas dos Funcionários do BB, Nascimento também criticou a meta do presidente do banco de perseguir a rentabilidade dos concorrentes. “O BB não tem que ficar seguindo exemplo de Itaú e Bradesco. Banco público tem um papel diferente. Quem é que faz política anticíclica em momentos de crise? Os privados vão fazer?”, ironizou o sindicalista.

“Há uma disposição do governo Michel Temer de mostrar ao mercado que está fazendo alguma força”, completou. Uma reunião foi marcada para esta terça-feira entre representantes do sindicato e do banco. Além da ampliação do atendimento digital, o BB afirmou que o considerou a localização de agências próximos para o fechamento de unidades, principalmente em São Paulo (onde o banco comprou a Nossa Caixa) e Santa Catarina (depois da incorporação do Besc).

Aposentadoria. Em relação ao plano de aposentadoria incentiva, Nascimento elogiou os incentivos dados pelo banco para adesão – 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia entre um e três salários, a depender do tempo d banco (entre 15 e 30 anos completo).

Ele acha que a adesão vai ficar entre 8,5 mil e 9 mil pessoas. O plano foi oferecido para 18 mil funcionários com mais de 50 anos e 15 anos de casa. Segundo simulações feitas pelo BB, se 9 mil funcionários aderirem, a economia será de R$ 2,130 bilhões.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,bb-esta-reduzindo-principalmente-onde-precisa-de-gente-critica-sindicato,10000089706

Caffarelli diz que BB ainda tem interesse pelo Banco Postal

Publicado em:

O Banco do Brasil ainda tem interesse pelo Banco Postal, que oferece serviços bancários em agências dos Correios, informou hoje (21) o presidente do BB, Paulo Caffarelli.

Segundo ele, a instituição não participou do leilão do Postal, porque o preço pedido pelos Correios não era adequado. “Temos, sim, interesse, desde que o preço seja adequado à sua capacidade de gerar resultado”, disse.

Os Correios informaram, no último dia 14, que não receberam nenhuma proposta de instituição financeira para prestar os serviços de correspondente do Banco Postal.

O Banco Postal é um correspondente na prestação de serviços bancários básicos, resultado de parceria entre os Correios e uma instituição financeira.

O Banco do Brasil assumiu o Banco Postal em janeiro de 2012, no lugar do Bradesco, em contrato que termina no dia 2 de dezembro deste ano. Mas, segundo os Correios, permanece em negociação a assinatura de contrato temporário com o atual parceiro para manutenção do serviço, após o término do contrato atual.

“O contrato temporário terá a vigência de até seis meses, prorrogáveis pelo mesmo período, e garantirá a normalidade dos serviços do Banco Postal, enquanto os Correios avaliam o projeto de prestação de serviços bancários em sua rede de atendimento”, diz a nota divulgada pelos Correios.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/bb-ainda-tem-interesse-pelo-banco-postal-diz-caffarelli/

Caixa ultrapassa BB em crédito doméstico

Publicado em:

Passou praticamente despercebido, mas a Caixa Econômica Federal ultrapassou o Banco do Brasil em termos de carteira de crédito doméstica. Cada banco foi em uma direção no terceiro trimestre. Enquanto a Caixa expandiu sua carteira ampliada para R$ 699,6 bilhões, o BB a encolheu, para R$ 682,5 bilhões, considerando o saldo interno. Se for somada a fatia externa, o BB ainda lidera.

Estratégias. O BB está debruçado em voltar a ter o retorno dos bancos privados e, por isso, se mostra mais conservador para emprestar. Na Caixa, a questão da rentabilidade é ainda mais urgente, mas a instituição não pisou no freio como seu par público. Na contramão dos grandes bancos, ainda espera alta de 4% a 7% na carteira em 2016.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/caixa-ultrapassa-banco-do-brasil-em-credito-domestico/

Despesas do BB com provisão deve fechar 2016 perto do máximo

Publicado em:

O Banco do Brasil (BB) acredita que vai encerrar o ano com despesas de provisão para devedores duvidosos perto do topo da projeção apresentada pelo banco. O BB espera que as despesas de provisão representem entre 4% e 4,4% do portfólio classificado de crédito. Em nove meses até setembro, o indicador ficou em 4,4%.

“A tendência é ficar perto do topo do ‘guidance’ de provisão no fim deste ano”, disse nesta sexta-feira Bernardo Rothe, gerente-geral de relações com investidores, em teleconferência com analistas. Na opinião dele, parte disso é “efeito de denominador”, uma vez que há queda na carteira de crédito do banco.

“Para o ano que vem, há expectativa que a melhora gradual do risco de crédito se reflita em provisão, à medida que economia começar a melhorar”, disse.

Segundo Rothe, o banco público ainda vê espaço para continuar reprecificando sua carteira de crédito nos próximos trimestres, uma vez que cerca de metade do portfólio atual foi originada após 2015. Esse espaço de reprecificação continuará tendo efeitos positivos sobre a margem do banco, mas vai depender do nível de competição bancário, afirmou.

No que se refere às rendas com tarifas, Rothe acredita que a receita tende a ser mais robusta no quarto trimestre do que no terceiro. Segundo o executivo, o período de julho a setembro teve uma série de fatores atípicos sobre esse indicador, incluindo férias, Olimpíada e a greve dos bancários.

Renegociações

O banco público afirma que não seria surpreendente um aumento do volume de renegociações no próximo trimestre, depois da expressiva queda registrada entre julho e setembro. “O volume de renegociações deve seguir o fluxo da economia”, disse Rothe.

O executivo afirmou que, ao longo do tempo, com a recuperação da economia, a participação da carteira de renegociação no portfólio total de crédito do banco deve cair para próximo do patamar histórico.

Rothe também reforçou a expectativa de aumento gradual no índice de capital de melhor qualidade do banco. Segundo ele, os indicadores de capitalização vão continuar a melhorar com a queda da carteira de crédito do BB e a esperada melhora gradual dos resultados da instituição financeira.

Rentabilidade versus “market share”

Após ser questionado por analista sobre a estratégia da instituição, Rothe afirmou que o BB está focado em rentabilidade, não em aumentar a participação de mercado.

Na opinião dele, o comportamento da participação de mercado da instituição pública, que passou os últimos anos em alta, vai depender do comportamento da demanda. “Mesmo assim, o foco não é ‘share’ é rentabilidade”, disse.

Rothe voltou a afirmar que o banco espera melhora gradual da rentabilidade, com aumento de margens e de receitas com tarifas, ao mesmo tempo em que mantém custos sob controle. “Não vou dar uma visão de longo prazo, mas a nossa rentabilidade vai ter melhora gradual ao longo do tempo”, disse.

Sem novas agências

Caso perca o direito de usar o canal do Banco Postal, que reúne os postos dos Correios, o BB não pretende abrir novas agências. “Não há necessidade de abrir agências se não mantivermos esse canal”, disse Rothe.

Os bancos interessados têm até esta sexta-feira para entregar propostas aos Correios pelo canal. Rothe não quis comentar se o banco público entregaria uma proposta.

Os Correios irão abrir as propostas na segunda-feira.

Ontem, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou não ter interesse pelo canal. “Nós sempre analisamos o edital pra ter uma curva de aprendizado, mas isso não denota uma decisão de participar [do leilão]”, disse, a jornalistas. “Hoje nós temos uma franquia de distribuição q está em 100% dos municipios e o HSBC complementou a nossa rede.”

Fonte: http://www.valor.com.br/financas/4774139/bb-despesas-com-provisao-devem-fechar-2016-perto-do-maximo-previsto

Bancos indicam que reação do crédito deve ser comedida

Publicado em:

O balanço consolidado dos nove primeiros meses do ano dos cinco maiores bancos é um bom retrato de onde o crédito empacou e por quais motivos. Ele sinaliza ainda que a retomada das concessões de recursos será comedida e lenta, confirmando a avaliação de que o crédito não será o motor da recuperação econômica, como foi em outros anos.

Os dados divulgados pelo Banco Central (BC) já indicavam a queda do crédito nos nove primeiros meses deste ano na comparação com igual período de 2015. No fim de setembro, a carteira consolidada de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3,1 trilhões, 1,7% abaixo do mesmo mês no ano passado, mais do que o dobro da queda de 0,6% em 12 meses acumulada em agosto. Neste século, nem mesmo durante a crise internacional de 2007, o crédito chegou a encolher em termos nominais. No ano passado, já em recessão, a carteira consolidada cresceu 6,6%, sendo 3,7% nas operações com recursos livres, sem influência das políticas expansionistas do governo.

Nos cinco maiores bancos, que concentram 87% do crédito total, a situação está pior do que a média aferida pelo BC. A carteira consolidada desse pelotão de elite somava R$ 2,7 trilhões em setembro, 6,9% abaixo dos R$ 2,9 trilhões de um ano antes. Do grupo, apenas a Caixa registrou aumento da carteira de crédito no período analisado, de módicos 5%. Nos demais bancos, a queda variou de 6,3% no Santander, 6,8% no Bradesco (sem o HSBC), 6,9% no Banco do Brasil até 11,5% no Itaú Unibanco (sem o Corpbanca). O Banco do Brasil já prevê que o ano vai fechar com um recuo que pode chegar a 9%, em contraste com a expectativa anterior que ia de um ligeiro aumento de 1% da carteira a uma contração de 2%.

A justificativa apresentada pelos bancos para o pé no freio do crédito foi uníssona: a inadimplência elevada e o recuo da demanda, consequências do cenário desfavorável. De fato, a inadimplência cresceu nesses bancos em linha com a média do sistema, que registrou aumento de 3,1% em setembro de 2015 nos atrasos acima de 90 dias, para 3,7% em setembro passado. Apenas o Bradesco extrapolou a média, chegando a 5,2%. As dificuldades foram registradas entre as grandes empresas e também as pessoas físicas.

Por precaução, os bancos estão se concentrando nas linhas mais seguras. O Bradesco foca o crédito consignado e o imobiliário, com garantias reais; o Itaú, no consignado e no cartão de crédito. Na Caixa, onde a inadimplência é baixa, predomina o financiamento imobiliário. Mais do que isso, porém, os bancos elevaram os spreads, mesmo com a expectativa de corte da taxa básica de juros. O levantamento do Banco Central mostra que a taxa média do crédito com recursos livres estava em 53,4% em setembro, com aumento de 7,2 pontos em 12 meses, período em que o spread subiu quase 5 pontos. Essa postura defensiva contribuiu para amortecer a queda dos lucros dos bancos, que ainda assim foi de significativos 27,1% na média dos cinco maiores bancos.

Há o sentimento de que o pior ficou para trás. Os atrasos entre 15 e 90 dias, considerados indicadores antecedentes da inadimplência, mostram, melhoria em algumas instituições. Mas nem todos estão otimistas. O Bradesco prevê que a inadimplência pode subir um pouco mais neste último trimestre do ano, para estabilizar ao longo de 2017. O Banco do Brasil espera o pico da inadimplência em 2017. O Itaú prevê o crescimento moderado do crédito em 2017, em consonância com uma redução do risco. O Bradesco arrisca a previsão de que o crédito vai crescer 5% no próximo ano, praticamente empatando com a inflação projetada para o período em 4,93% pela pesquisa Focus. Como disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, “estamos no fundo do poço, mas o pior já passou. Deixamos de piorar. Os indicadores de confiança sinalizam a retomada e certamente teremos um ambiente mais auspicioso para o setor bancário”.

No entanto, o próprio endividamento elevado de empresas e famílias emperra a retomada do crédito e a capacidade de recuperação da economia. Além disso, a capacidade ociosa das empresas reduz também a demanda por crédito. Números do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que a dívida do setor privado saltou de quase 41% do PIB em 2008 para 68,5% do PIB em 2015, levando em conta famílias e empresas não financeiras (Valor 9/11).

Fonte: http://www.valor.com.br/opiniao/4776975/bancos-indicam-que-reacao-do-credito-deve-ser-comedida

BB Seguridade aprova recompra de até 10 milhões de ações

Publicado em:

A BB Seguridade, que reúne as participações do Banco do Brasil em negócios de seguros e previdência, informou que seu conselho de administração aprovou um novo programa de recompra de até 10 milhões de ações.

O prazo da operação é de 12 meses, valendo a partir desta quinta-feira, até 26 de outubro de 2017.

A companhia também informou ter concluído um programa de recompra que envolveu 3,36 milhões de ações, volume equivalente a 0,5 por cento do capital, pelo preço médio de 24,46 reais.

Fonte: Exame

 

Bancos usam sorteios e prêmios para estimular poupança

Publicado em:

Investidores e bancos entraram em uma espécie de queda de braço ao redor da poupança. Enquanto o poupador resgata o dinheiro guardado -para pagar as contas ou aplicar em produtos mais rentáveis-, as instituições financeiras investem em sorteios e novas modalidades para que os valores sigam na caderneta.

Os saques da poupança somam R$ 50 bilhões de janeiro a setembro deste ano.

Para os bancos, a poupança é uma fonte barata de recursos. Boa parte do dinheiro aplicado nela vai para o financiamento da casa própria, linha que segue sendo explorada pelos bancos mesmo na crise -apesar do aperto nas análises de crédito-, porque o risco de calote é menor.

Na caderneta, o correntista ganha um estímulo para juntar dinheiro, mas está longe de ser um bom negócio.

A poupança rende, ao mês, 0,5% mais a TR -ou 6,17% mais a TR ao ano, menos que outros investimentos e abaixo da inflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA esteve em 8,48%.

Há pouco mais de um mês, o Banco do Brasil lançou a Poupança dos Sonhos, que permite ao cliente atribuir objetivos (como viajar e se aposentar) para a reserva financeira e acompanhar o crescimento do dinheiro acumulado para alcançar cada meta.

Com isso, o banco espera criar um apelo emocional que estimule o hábito de poupar, diz Edson Pascoal Cardozo, diretor de empréstimos e financiamentos do BB.

A modalidade tem 20 mil clientes e saldo próximo de R$ 50 milhões -o banco tinha quase R$ 150 bilhões em depósitos de poupança em junho, dado mais recente.

“O produto está ajudando na retenção da carteira”, diz Cardozo. Ele argumenta que, enquanto a caderneta encolheu 1% em 12 meses no sistema, o BB perdeu 0,3%.

A instituição ainda oferece prêmios em sorteios para quem faz novas aplicações de R$ 300 por mês.

HÁBITO

Michael Viriato, professor de finanças do Insper, considera positiva a possibilidade de estabelecer objetivos para guardar dinheiro. “Fazer uma poupança é uma coisa terrível para a pessoa, porque significa abdicar de consumir hoje para usar o dinheiro depois. Quando se atribui um objetivo, fica mais palpável,e as pessoas acabam criando o hábito”, afirma.

“Mas o banco estimula economia no produto que ele quer que as pessoas guardem”, avalia o professor.

Para ele, aplicações em títulos públicos via Tesouro Direto são simples e mais rentáveis do que a poupança, mesmo para o pequeno investidor. A aplicação mínima nesses papéis é de R$ 30.

O Bradesco passou a oferecer o Poupa Troco, poupança que é alimentada pelo “troco” das operações feitas em conta-corrente. Se o cliente gastar R$ 14,95 em uma compra no débito, saem R$ 15 da conta-corrente, e os R$ 0,05 de diferença vão para essa poupança alternativa.

Frederico Ferrari de Lima, superintendente-executivo de investimentos do Bradesco, afirma que o objetivo é a educação financeira e o estímulo ao hábito de poupar.

“Qual outro produto que eu poderia aplicar apenas R$ 1, que fosse simples de contratar e de entender?”, argumenta, sobre o estímulo a aplicações em um produto com rentabilidade baixa.

“Depois de juntar mais dinheiro, o poupador pode direcionar para outro produto.”

O Santander é outro banco que aposta em sorteios para recompensar clientes que aumentarem os depósitos na poupança.

A promoção começou em outubro de 2015, tinha prazo mais curto, mas foi prorrogada até o final deste ano. Todo mês, o banco sorteia prêmios de até R$ 50 mil para quem aumenta o saldo aplicado na poupança em R$ 200. O banco não comentou por que investe nessa promoção.

Viriato diz que o fato de o banco pagar um prêmio, que tem um custo, indica que o produto é muito interessante para ele. “Se é tão interessante para quem distribuiu, será que é interessante para mim?”, questiona.

Fonte: Folha de S.Paulo