Bancos reduzem milhares vagas de trabalho em 2023; resultado é a precarização

Publicado em: 19/12/2023

O emprego formal no setor bancário apresentou leve recuperação em outubro, com saldo de 257 postos de trabalho. Resultado de 3.681 admissões e 3.424 demissões. No entanto, apesar desse pequeno avanço, os números acumulados do ano revelam um cenário de descaso com os trabalhadores. São 5,3 mil vagas fechadas de janeiro a outubro, embora os lucros das instituições sigam batendo recordes. Foram R$ 25 bilhões em lucros apenas no terceiro trimestre.

Entre todas as atividades econômicas, somente o comércio e o teleatendimento fecharam mais vagas do que o setor bancário no período mencionado. Os dados revelam tendência mais ampla de redução nos postos de trabalho. Especialmente no acumulado de 12 meses, indo de novembro de 2022 a outubro de 2023, quando os bancos fecharam 5.712 vagas. Considerando apenas os “bancos múltiplos com carteira comercial”, que englobam os principais bancos privados e o Banco do Brasil, o saldo negativo atingiu 5.848 vagas.

“Os bancos tentam justificar a redução de postos de trabalho apresentando dados que mostram o aumento do uso de transações pela internet e nos caixas de autoatendimento. Mas, durante a pandemia, pudemos ver que, apesar de estes tipos de transações terem aumentado, muita gente tem necessidade ou prefere o atendimento presencial humanizado”, afirma o o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Menos empregos, mais lucro para os bancos

No último mês, os fechamentos concentraram-se em cinco estados, com São Paulo liderando com 82% do saldo negativo (-196 vagas). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul se destacou positivamente, registrando um aumento de 192 postos de trabalho. “Quando fazemos o recorte de gênero, vemos que, no mês de outubro, o aumento de vagas privilegiou os homens. Entre eles, houve aumento de 396 vagas. Entre as mulheres, houve redução de 140 vagas”, informa em nota a Contraf-CUT.

A análise por faixa etária revela um cenário misto, com um saldo positivo entre as faixas de até 29 anos (1.054 vagas a mais). Além disso, um movimento oposto para as faixas etárias mais elevadas, com o fechamento de 798 vagas.

Quanto à remuneração, os dados indicam redução significativa no salário médio dos bancários admitidos, chegando a R$ 5.564,98, correspondendo a apenas 73,38% do valor recebido pelo demitido, que era de R$ 7.583,32. Este cenário levanta preocupações sobre a estabilidade e a qualidade dos empregos oferecidos no setor bancário.

O resultado destes cortes, explica Previtale, é a precarização do trabalho. “O resultado é que, com a redução de postos de trabalho, somada ao fechamento de agências, os bancários que permanecem empregados ficam sobrecarregados e adoecem, porque têm que cumprir diversas tarefas do dia a dia e, ao mesmo tempo, atingir as metas de vendas de produtos bancários”.

Fonte: Rede Brasil Atual

BB e Itaú devem apresentar os melhores balanços do setor, projeta Ágora

Publicado em: 31/07/2020


A Ágora Investimentos estima que os resultados do Banco do Brasil (BBAS3) e do Itaú Unibanco (ITUB4) serão os destaques positivos do setor bancário nesta temporada de balanços do segundo trimestre de 2020. Por outro lado, o Santander Brasil (SANB11) ficará para trás.

As previsões da corretora sugerem tendências de receita negativas, embora a recuperação esperada no segundo semestre deva aliviar um pouco as preocupações do mercado.

“Os ROEs (retornos sobre o patrimônio líquido) devem ficar entre 11,5% e 13,1% no segundo trimestre”, destacam os analistas Victor Schabbel e Maria Clara Negrão. “Exceto pelo Itaú, as despesas de provisionamento podem subir ou permanecer inalteradas, preparando as bases para maior inadimplência pela frente (com previsão de pico no primeiro trimestre de 2021)”.

Fonte: Money Times

Com nova lei das estatais, lucros de empresas públicas disparam

Publicado em: 05/04/2018


Pelo segundo ano consecutivo, empresas públicas federais apresentaram lucro. Esse movimento de recuperação e de resultados positivos só foi possível com a nova lei de estatais, que criou novas regras para a gestão dessas companhias. Segundo o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, essa mudança fez as estatais evoluírem de um prejuízo de R$ 32 bilhões em 2015 para um lucro de R$ 28,4 bilhões em 2017.

Esse desempenho expressivo é o acumulado apenas das maiores empresas: Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal, Eletrobras e Petrobras. Frente a 2016, o lucro dessas companhias aumentou mais de 200%.

Segundo o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a companhia está no caminho de uma retomada consistente. “Estamos numa trajetória consistente de recuperação, seguindo à risca o que nos propusemos no nosso plano de negócios”, explicou durante a divulgação dos resultados da petroleira, que no ano passado lucrou R$ 377 milhões.

Ele lembrou ainda que a empresa avançou em governança e transparência, como determina a lei das estatais, e isso levou a reconhecimentos importantes: a certificação no programa destaque de governança estatal; e a candidatura da empresa ao nível 2 de governança na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).

A Petrobras também conseguiu ampliar o prazo médio da sua dívida e reduzir o valor médio das taxas de juros que pagava para se financiar. “Com sólidos resultados operacionais e gestão ativa da nossa carteira de projetos, tivemos avanços importantes nas finanças das nossas empresas”, afirmou Parente.
Lucro do BB

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Cafarelli, também celebrou o desempenho da instituição que comanda e disse que o banco se tornou muito mais competitivo. “O Banco do Brasil precisou, nesse momento, se adequar para ter competitividade, e posso dizer aqui com muito orgulho que o Banco do Brasil não se apequenou”, afirmou durante a divulgação dos resultados do banco. No ano passado, a instituição registrou mais de R$ 11 bilhões de lucro e o melhor resultado ajustado desde 2012.

“A premissa básica do Banco do Brasil sempre foi, nesta nossa gestão, de nos juntarmos aos nossos competidores com relação à rentabilidade, e esse resultado é o primeiro passo dentro desse objetivo e mostra que nós estamos no caminho certo”, argumentou. O BNDES também apresentou resultado expressivo no ano passado, quando fechou as contas com lucro de R$ 6,1 bilhões. Entre outros motivos para esse resultado, a instituição conseguiu reduzir em R$ 2,45 bilhões as provisões para risco de crédito.
Valor de mercado das estatais

De acordo com o secretário da Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Ribeiro Soares, os resultados são interessantes e mostram o impacto do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Governo do Brasil. Esse desempenho, segundo ele, também se reflete no valor das estatais no mercado financeiro. “Vemos uma melhoria forte do BB, a Petrobras também tem uma valorização e a Eletrobras segue estável”, relatou. “O que a gente percebe é que há uma continua recuperação do valor de mercado das nossas empresas”, afirmou.

Fonte: Governo do Brasil

BB prevê que 2º semestre será bem melhor para crédito do que foi o 1º

Publicado em: 11/08/2017


O segundo semestre será “bem melhor” para o desempenho da carteira de crédito do Banco do Banco do que foi a primeira metade de 2017, de acordo com o presidente Paulo Caffarelli. “A reação da carteira de crédito não aconteceu como esperávamos no primeiro semestre de 2017”, disse ele, em entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta quinta-feira, 10.

Pesou, sobretudo, o cenário macroeconômico, que segundo ele já dá sinais de melhora. De acordo com o presidente do BB, a trajetória de recuperação da economia se dará de forma consistente e vai colocar o País numa situação “robusta”.

Do lado do crédito para o agronegócio, Caffarelli destacou que o banco está convicto de que vai liberar 100% do seu orçamento para a safra 2017/2018, de mais de R$ 100 bilhões. O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Risco do BB, Márcio Hamilton Ferreira, acrescentou que o segmento tem sido mais assediado pelos bancos privados.

Inadimplência

O Banco do Brasil espera que seu índice de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, fique estável no segundo semestre, de acordo com Caffarelli. A instituição, segundo o executivo, já esperava que o indicador subisse no primeiro semestre como reflexo do cenário macroeconômico atual.

“Já havíamos sinalizado que teríamos oscilações com relação à inadimplência. Não é fato novo. A notícia boa é que a formação da inadimplência mostra que o banco está em uma trajetória completamente diferente”, destacou Caffarelli.

Segundo ele, o fato de o banco ter maior exposição que seus pares ao segmento de micro, pequenas e médias empresas o penaliza em termos de inadimplência uma vez que o setor foi um dos que mais sofreu com a crise no País. Lembrou ainda que créditos concedidos a grandes grupos com elevados volumes também influenciaram os calotes como, por exemplo, segundo fontes, o caso da operadora Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado.

“Muitos bancos não estavam fazendo crédito e com desembolso menor que o nosso. Por isso, quando passam a fazê-lo, a inadimplência reduz”, explicou Caffarelli.

Márcio Hamilton Ferreira acrescentou que o banco segue confortável com o atual nível de provisão para devedores duvidosos, que o banco chama de PCLD, e que o fluxo desse colchão sinaliza um processo de maior qualidade não só da carteira do banco bem como da originação de novos empréstimos. “O fluxo de PCLD dá tranquilidade de que o nosso índice de inadimplência ficará mais estável para frente”, acrescentou o executivo.

Unidades de captação

Caffarelli informou que a instituição criou uma unidade específica de captação e investimentos para assessoramento financeiro aos clientes. “Essa unidade estará dedicada a desenvolver produtos e serviços a partir de necessidades dos clientes”, resumiu.

Ele antecipou que a criação da unidade é o primeiro de alguns passos que o Banco do Brasil deve tomar frente à necessidade de adequação de produtos e serviços aos clientes e ainda um posicionamento da instituição junto aos seus concorrentes. O executivo já havia falado anteriormente que o BB se posicionaria para atrair seus clientes que hoje se relacionam mais com outros bancos.

Gestão e eficiência

O presidente do Banco do Brasil afirmou também que o resultado do primeiro semestre demonstra que a instituição é hoje “muito mais eficiente” e está preparada para entregar números crescentes assim que a conjuntura econômica permita. “Temos feito gestão criteriosa de despesas e alcançamos o melhor índice de eficiência de nossa história, de 38,9%”, destacou.

Caffarelli disse que o ambiente econômico não possibilitou crescimento vigoroso da carteira de crédito do banco, mas que já há sinais de retomada. De acordo com o executivo, a linha de consignado, com desconto em folha de pagamentos, teve em junho seu melhor desempenho desde meados de 2014 e os empréstimos pessoal e destinado a compra de veículos já demonstram sinais de recuperação.

“Temos excelentes notícias. O IPCA de 12 meses teve crescimento de 3% ao final de junho e em julho a inflação subiu 2,7%. Para agosto, o índice projetado é de 2,9% e em setembro de 3,2%. No primeiro semestre, tivemos importantes sinais de inflação do ciclo econômico recessivo até então”, avaliou Caffarelli, que acrescentou: “O pior já ficou para trás.”

O BB espera, conforme o executivo, que o IPCA feche o ano em 3,7% e suba para 4,2% em 2018. Para a taxa básica de juros, a Selic, o banco projeta 7,5% para este e o próximo ano. Já o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 0,5% este ano e 2,3% em 2018.

O presidente do BB destacou ainda a melhora do retorno (RSPL) no segundo trimestre, com a aproximação da instituição junto à rentabilidade apresentada pelos bancos privados.

Classificação de clientes

O Banco do Brasil fez uma mudança na metodologia de classificação de clientes pessoas físicas a partir de maio, acrescentando uma nota mais sob medida para novas operações de crédito, de acordo com o vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do banco, Alberto Monteiro de Queiroz Netto. Esse foi o motivo, segundo ele, para o aumento de mais de R$ 25 bilhões no rating B no segundo trimestre ante o primeiro.

“O rating de alguns clientes pessoas físicas já começa em B e não mais em A”, destacou Monteiro, em coletiva de imprensa, acrescentando que a mudança não reflete aumento da inadimplência.

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou ainda que a reclassificação de rating B na PF reflete maior conservadorismo do banco.

Fonte: Isto É Dinheiro

Banco do Brasil revisa guidances de margem e carteira de crédito para baixo

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O Banco do Brasil revisou para baixo, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, suas projeções (guidance) para a margem financeira bruta e ainda para o desempenho da carteira de crédito neste ano. A notícia positiva, porém, veio das despesas administrativas que devem ter, conforme o banco, desempenho mais positivo em 2017. Os demais guidances foram mantidos.

Conforme as novas projeções, o BB espera que sua carteira de crédito encolha no máximo 4% neste ano e, na melhor das hipóteses, fique no zero a zero. Antes, previa de estabilidade a alta de 4%. No primeiro semestre, os empréstimos tiveram leve alta de 0,3%.

De acordo com o banco, a revisão do guidance para crédito, a despeito do resultado em linha na primeira metade do ano, foi influenciado, principalmente, pelo desempenho dos empréstimos para a pessoa jurídica. O BB projeta que essa carteira encolha de 11% a 8% neste ano contra intervalo anterior de queda de 4% a 1%. De janeiro a junho, os empréstimos para empresas diminuíram 14,5%.

“O crescimento (da carteira de pessoa jurídica) foi impactado pelo volume de amortizações e priorização de desembolsos em linhas de maior rentabilidade”, justifica o banco, em seu relatório.

Para a pessoa física, o BB projeta aumento de 2% a 5% neste exercício. Neste segmento também está mais conservador. Antes, sinalizava alta de 4% a 7%. Não é à toa. No primeiro semestre, o desempenho da carteira de pessoa física ficou fora do guidance ao crescer apenas 1%. O BB explica que o desempenho foi impactado pela priorização do crescimento em linhas de menor risco.

Outra linha que ficou fora do intervalo esperado no primeiro semestre foi a de crédito rural. O segmento cresceu 3,7% enquanto o banco esperava aumento entre 6% e 9%. Apesar disso, a instituição preferiu reiterar o intervalo projetado para 2017, uma vez que espera que o crescimento convirja para dentro do guidance.

Fonte: Isto É DinheiroDepois de entregar lucro líquido ajustado de R$ 5,2 bilhões, o banco reiterou sua expectativa de que a última linha do balanço alcance entre R$ 9,5 bilhões e 12,5 bilhões.

Já a despesa de provisões para devedores duvidosos (PCLD) líquida de recuperação de operações em perdas deve somar de R$ 23,5 bilhões a R$ 20,5 bilhões. De janeiro a junho, totalizou R$ 11 bilhões.

O BB espera ainda que suas rendas com tarifas cresçam entre 6% e 9% neste ano ainda que no primeiro semestre tenha superado o guidance ao entregar alta de 10% nesta linha. Para as despesas administrativas, o banco público espera redução de no máximo 2,5% e, na pior das hipóteses, aumento de 0,5%.

Antes, o banco projetava gastar mais, com intervalo de alta que ia de 1,5% a 4,5%. No primeiro semestre, as despesas administrativas diminuíram 0,9% ante um ano. “O resultado foi influenciado pelo rígido controle de despesas”, diz o BB.