A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga a origem dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento emprestado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador. De acordo com a PF, Geddel e o deputado Lúcio Vieira Lima praticaram os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A investigação, que usou documentos do Banco Central, aponta que as notas encontradas no imóvel foram distribuídas a partir de agências do Banco do Brasil na cidade de São Paulo, entre 2012 e 2015.
Além de Geddel e Lúcio, também são investigados o deputado Job Ribeiro, Gustavo Ferraz e Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e Lúcio. A PF aponta que o dinheiro tem origem em recursos desviados da Caixa Econômica Federal enquanto Geddel era vice-presidente de Pessoas Jurídicas do banco, de apropriação indevida de recursos da Câmara dos Deputados por meio de desvios de salários de Secretários Parlamentares e de caixa 2 em campanhas eleitorais.
Os policiais destacam que um parte do dinheiro chegou a ser armazenado na casa de Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e de Cunha. Depois o montante foi levado em malas para o apartamento onde os malotes fora encontrados na capital baiana.
O ex-assessor Job Ribeiro, que estava em prisão domiciliar, teve a pena revertida pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF. Ele apresentou ao Supremo documentos que provam que ele entregava 80% do salário para Lúcio e Geddel. Ele está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
Sumiço das malas
Em um documento enviado ao STF, um escrivão da Polícia Federal, lotado em Brasília, afirma que na capital federal chegaram apenas sete das nove malas apreendidas no apartamento de Salvador. No entanto, o documento ainda cita dois malotes recebidos pela PF no DF.
Uma fonte ligada à PF informou ao Correio que o dinheiro apreendido não sofreu nenhuma perda, e que apenas as malas não foram encaminhadas para Brasília. Em nota, a PF confirma que não houve alterações nos valores recolhidos no apartamento, e diz que as malas apontadas como desaparecidas estão na Bahia.
Fonte: Correio Braziliense