A tokenização de commodities agrícolas, digitalização de produtos agrícolas em ativos digitais, é uma realidade já presente e crescente no agronegócio brasileiro, observa o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Luiz Gustavo Braz Lage. “Hoje o produtor já está tokenizando a produção e com esses ativos digitais consegue comprar máquinas ou insumos”, disse Braz Lage.
Durante o BB Digital Week, evento realizado na semana passada, o executivo antecipou que o Broto, plataforma digital do banco, está firmando parcerias com empresas que atuam em tokenização com a expectativa de anúncio em breve de soluções nessa frente.
“A rastreabilidade da produção é outra aplicação da tokenização, assim como a própria captação de recursos, com a possibilidade de converter ativos em garantia e através dessa garantia certificada se tem a captação de recursos”, afirmou Braz Lage.
Para o vice-presidente, a tokenização será o futuro das transações digitais e comerciais ao agregar credibilidade e segurança com a aplicação do blockchain. “O Banco do Brasil está investindo nisso e participando junto ao Branco Central das discussões para gerar um produto de tokenização garantida, o que vai permitir, por exemplo, fazer contratos financeiros com a tecnologia do blockchain, dando maior segurança e agilidade ao processo”, apontou Braz Lage.
O gerente executivo da Diretoria de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, João Luis Farinha, acrescentou que a tokenização poderá responder ao desafio de ampliar as fontes de recursos ao agronegócio. “Existe o trabalho do Banco Central, no qual estamos inseridos, de criar arcabouço jurídico e regulatório para a tokenização no Brasil. À medida que essa solução avançar podemos nos inserir mais nesse negócio e, se tem maior oferta de recursos, a tendência é que para o agricultor sejam recursos mais adequados, com maior competição e (custo) dos recursos vão cair na ponta”, considerou. “Com a tokenização dos ativos, o produtor conseguirá acessar recursos e mostras todo o processo devidamente certificado”.
Braz Lage destacou ainda que o Banco do Brasil dentro do programa Corporate Venture Capital investe também em startups do agronegócio. “Não se trata apenas em levar o crédito ao produtor, mas também levar soluções para agregar valor à atividade na gestão operacional, financeira e patrimonial. Há investimento em levar crédito ao produtor, mas nas soluções digitais como vetor para crescimento do produtor”, pontuou.
Plano Safra
Outra novidade sobre o Broto é que a plataforma digital pode incorporar operações de crédito atreladas ao Plano Safra. “A visão do Broto é fazer o agro digital de olho nas novas gerações com maior maturidade digital. Sabemos que as novas gerações vão querer fazer tudo em uma jornada mais fácil, mais fluida e com experiência rápida. Como horizonte, como não pensar que parte do próprio Plano Safra pode rodar dentro do Broto”, disse Braz Lage, durante o painel “Agro 4.0: Como o BB ajuda o produtor na transformação digital”, que teve mediação do Broadcast. “Novos produtos, como o barter que pode ser um desenho complementar na atuação do banco, podem passar também pelo Broto”, acrescentou ele, sobre os novos passos do marketplace.
Lançado em 2020 pelo Banco do Brasil, o Broto é o marketplace de agronegócio do banco, com comercialização de máquinas e equipamentos, insumos, ferramentas digitais e cursos aos produtores. O vice-presidente do Banco do Brasil acrescentou que um dos objetivos da plataforma digital é levar conhecimento e conteúdo ao produtor rural. “Vemos o Broto como vetor de capacitação e disseminação das práticas, com um grande potencial de disseminar mais conhecimento ao nosso cliente e ao mercado em geral como uma grande plataforma de relacionamento do agro”, observou Braz Lage.