Ex-presidente do Banco do Brasil, André Brandão assume a BBCE

Publicado em: 12/05/2022

O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia Elétrica tem um novo presidente, é André Brandão, ex-CEO do Banco do Brasil e do HSBC no país. Ele assume o cargo exercido por Carlos Ratto que deixa a instituição em função do término do contrato de trabalho ao final de abril, que a seu pedido, não foi renovado por querer se dedicar a outros projetos pessoais.

Ratto manifestou seu desejo de deixar o BBCE após o encerramento do vínculo ainda em janeiro. Então a organização contratou um headhunter para buscar um profissional do mercado. Pelo acordo Ratto ainda permanece no BBCE para um período de transição até 30 de junho.

A BBCE é o ecossistema que simplifica e transforma os negócios do mercado de energia. Empresa de capital fechado com mais de 40 acionistas, entre elas, as maiores multinacionais do setor, oferece a única plataforma de negociação do mercado físico com grande volume e liquidez. É, ainda, a única administradora de balcão autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a oferecer registro e negociação de derivativos de balcão de energia.

Fundada em 2012, a BBCE nasceu do mercado para o mercado para ser fonte de liquidez e eficiência. A empresa visa conectar e criar soluções que transformam o mercado e contribuem para o desenvolvimento dele, com transparência e segurança.

Fonte: Canal Energia

 

 

André Brandão deixa Banco do Brasil e governo corre para nomear novo presidente

Publicado em: 31/03/2021

O mandato de André Brandão como presidente do Banco do Brasil acabou nesta quarta-feira (31/03) sem que o seu sucessor, Fausto Ribeiro, tenha tido o processo de avaliação para o cargo concluído. Para não deixar o BB sem comando, o Palácio do Planalto corre para que todo o processo seja encerrado, com o decreto da nomeação assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.

O Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade (Corem) do Banco do Brasil aprovou a elegibilidade de Fausto de Andrade Ribeiro para o cargo de presidente da instituição, em reunião realizada no mesmo dia 31. A aprovação se baseou, segundo a ata do encontro, exclusivamente nos documentos comprobatórios apresentados; nas informações prestadas pelo indicado nos formulários padronizados; na análise prévia de compatibilidade efetuada pelo Ministério da Economia; e na manifestação jurídica anexa ao processo, “tendo reconhecido que o indicado preenche os requisitos”.

Falta, portanto, apenas o Comitê encaminhar a documentação ao Palácio do Planalto, para que o presidente assine o decreto de nomeação. Vale ressaltar que André Brandão não passará o cargo pessoalmente ao sucessor. Na verdade, ele já se desligou de Brasília. Não vem à capital federal há mais de duas semanas.

Mudanças nas vice-presidências

Com a saída de André Brandão, a maior parte dos nove vice-presidentes do Banco do Brasil será substituída. Não porque eles queiram, em maioria, deixar o cargo, mas porque o novo presidente do BB já avisou que montará a sua equipe. Os atuais vices da instituição ou foram nomeados por Rubem Novaes ou por Brandão.

Portanto, dizem integrantes do BB, é natural que Fausto Ribeiro monte seu time. O primeiro nome escolhido, como antecipou o Blog, é o de Antônio Barreto, que comandará a vice-presidência de Governo da instituição. A nova equipe será anunciada assim que a nomeação de Ribeiro for efetivada pelo Planalto.

Alguns vices-presidentes do Banco do Brasil estão loucos para ficar nos cargos, outros, preferem ir embora porque não concordam com a escolha de Ribeiro para o comando da instituição. Esses, inclusive, acreditaram que poderiam ser alçados ao cargo mais alto do BB. Mas Bolsonaro preferiu seguir conselhos políticos na escolha de Ribeiro.

Por sinal, a composição da nova vice-presidência do Banco do Brasil acomodará algumas indicações políticas. Tudo vem sendo negociado há pelo menos duas semanas. Fausto Ribeiro conversou com muita gente, mas preferiu não fazer barulho para não sofrer pressões. Uma coisa é certa: durante a gestão dele, não se falará em privatização do BB nem de venda de ativos, como a BB DTVM.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

Banco do Brasil fechou 90 agências das 361 previstas em plano de reestruturação

Publicado em: 25/03/2021

Dois meses depois de anunciar um plano de reestruturação do Banco do Brasil, o presidente demissionário da instituição, André Brandão, conseguiu fechar cerca de 90 agências das 361 incluídas no projeto, segundo fontes. O balanço equivale a cerca de um quarto do total. Brandão deve seguir no cargo até o fim deste mês.

Caberá ao substituto do executivo, Fausto Andrade Ribeiro, dar continuidade ou não ao projeto. A depender do presidente Jair Bolsonaro, a medida poderá ser suspensa, diante da pressão de prefeitos dos municípios atingidos. O plano de reestruturação está na origem da crise entre Brandão e o presidente.

A orientação do presidente é para que os bancos públicos abram novas agências, apesar dos avanços da tecnologia que permitem aos clientes realizar operações por aplicativos de celular e internet, sem precisar ir a uma agência.

Um milhão de clientes

Somente no ano passado, os três maiores bancos privados fecharam 1.500 agências e pontos de atendimento, um processo que já vinha em curso, mas que ganhou velocidade com a mudança de hábitos causada pela pandemia.

O plano anunciado por Brandão precisa ser tocado em etapas, porque envolve um número expressivo de clientes, cerca de um milhão. Antes de encerrar esses pontos de atendimento, é necessário remanejar esses usuários.

Na contramão do previsto para o BB por Brandão, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou na quinta-feira que pretende abrir até 400 agências. Outras 76 já estão em processo de abertura.

O fechamento das agências do BB foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco dentro do plano estratégico para o quinquênio 2021-2025. Para reduzir despesas, foi adotado também um plano de demissão voluntária, que teve 5,5 mil adesões.

A meta é fechar todas as agências deficitárias em pequenos municípios. Os clientes atingidos estão sendo direcionados para outras agências em outras cidades, com distância média de 25 quilômetros, segundo o BB.

Para evitar deixar cidades desassistidas, o BB pretende ampliar a rede de correspondentes bancários tradicionais (supermercados, padarias e farmácias), investir na abertura de franquias e postos “inteligentes”, sem caixas e vigilantes, apenas com terminais de autoatendimento, onde as mesmas cédulas depositadas pelos clientes podem ser sacadas instantaneamente, dispensando abastecimento frequente por carros-fortes.

Receio de fim do home office

O plano foi o principal motivo da queda de Brandão. O sucessor, Fausto Ribeiro, já passou por várias áreas do BB, inclusive pela Unidade de Canais, responsável por abertura e fechamento de agências. Além dessa questão, Ribeiro terá liberdade para criar novas vice-presidências.

A vice-presidência de Governo e Agronegócio deverá ser desmembrada. O secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto, deverá ocupar a área de Governo.

Embora a indicação de Ribeiro tenha sido defendida pela equipe econômica como um sinal de prestígio aos funcionários, ela causou estranheza na cúpula do banco, porque significou quebra de hierarquia. Tradicionalmente, para alçar ao topo é preciso ocupar outros postos, como vice-presidência.

Em agosto do ano passado, Ribeiro era gerente executivo da Diretoria de Contadoria, responsável pela contabilidade das subsidiárias. Em setembro, foi promovido a presidente do BB Consórcios.

No banco, ele é conhecido pelo perfil bolsonarista. Na crise, durante a pandemia, o andar que comanda manteve trabalho presencial. Há receio por parte dos funcionários de que ele resolva acabar com o home office. A indicação, que ainda precisa passar por instâncias no BB, teria também o respaldo do centrão. (Colaborou João Sorima Neto)

Fonte: O Globo

André Brandão renuncia à presidência após 6 meses no comando do Banco do Brasil

Publicado em: 18/03/2021

Após muitas especulações, o Banco do Brasil (BBAS3) anunciou em comunicado ao mercado nesta quinta-feira (18) a saída do presidente da estatal, André Brandão. A saída terá efeito a partir de 1 de abril.

“O Banco do Brasil (BB) comunica que André Guilherme Brandão entregou, nesta data, a Jair Messias Bolsonaro, ao Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, e ao Presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil, Hélio Lima Magalhães, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de 1 de abril de 2021”, destaca o comunicado do banco estatal.

O Ministério da Economia indicou nesta quinta-feira (18) Fausto de Andrade Ribeiro, atual diretor da BB Administradora de Consórcios, para a presidência do Banco do Brasil (BBAS3). “Informamos, considerando o que dispõem os artigos 18, § 2º, inciso I, 24, inciso I, e 34, § 5, inciso IV do Estatuto do Banco do Brasil SA, que, em razão da renúncia, nesta data, do Sr. André Guilherme Brandão dos cargos de integrante do Conselho de Administração e de Presidente do Banco, será encaminhado para análise do Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade da Companhia, para o preenchimento das respectivas vagas, o nome do Sr. Fausto de Andrade Ribeiro”, diz a nota do Ministério da Economia.

Assim, Fausto de Andrade Ribeiro será o terceiro presidente do banco em menos de um ano. Segundo o currículo enviado pelo Ministério da Economia, Ribeiro é servidor do Banco do Brasil desde 1988. Ele é formado em direito e administração de empresas, e tem especialização em finanças internacionais e pós-graduação em economia.

Atualmente é diretor presidente da BB Consórcios, subsidiária do BB, posição que ocupa desde setembro de 2020. Antes disso, estava na função de gerente executivo da diretoria de contadoria. Ele tem passagens como gerente executivo em diretorias e em projetos específicos do Banco do Brasil. De maio de 2013 a junho de 2016, foi diretor geral da unidade do BB na Espanha.

Ribeiro ocupou a Gerência Executiva da Unidade de Canais de junho de 2016 a fevereiro de 2019 e a Gerência Executiva da Diretoria de Contadoria de março de 2019 a agosto de 2020. Graduado em direito e em administração de empresas, o futuro presidente do BB tem MBA Executivo em Finanças no Ibmec e pós-graduação em economia no Programa Minerva, na Universidade George Washington, nos Estados Unidos.

Brandão assumiu em setembro de 2020

André Brandão tomou posse como presidente do BB em 22 de setembro de 2020, em substituição a Rubem Novaes. A saída de Novaes, por sinal, causou turbulência no mercado em meio ao anúncio inesperado. Contudo, houve uma maior tranquilidade em meio às informações sobre o seu sucessor.

Brandão veio do HSBC, onde estava desde 2003; o CEO atuava como chefe global da instituição para as Américas. Desde que vendeu o banco de varejo para o Bradesco, em 2016, o HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento. Antes de chegar ao HSBC, ele permaneceu mais de dez anos no Citibank (outra instituição que, recentemente, saiu do segmento de varejo no País, ao ser adquirida pelo Itaú Unibanco).

Entre os planos de Brandão, estavam o de prosseguir com a digitalização e aumentar a eficiência do banco estatal. Contudo, as medidas para elevar a eficiência acabaram contribuindo para a saída do CEO, após um 2021 marcado por especulações sobre a demissão do executivo.

Brandão já enfrentava uma situação bastante delicada desde o início do ano, quando anunciou um plano de reestruturação do banco envolvendo fechamento de agências do banco e do plano de demissão voluntária que desagradou o presidente Jair Bolsonaro, que buscou forçar uma demissão do executivo, bem avaliado pelo mercado. Contudo, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, conseguiu convencer Bolsonaro a não tirá-lo do cargo.

Na ocasião, Campos Neto, que tem alta estima com o presidente, o alertou de que uma demissão seria avaliada como interferência política em uma empresa pública que tem ações na Bolsa.

Brandão era bem visto pelo mercado

Porém, no final de fevereiro, as especulações de que Brandão estaria de saída do banco estatal voltaram a ganhar força. Diversos veículos de mídia destacaram que Brandão teria colocado o cargo à disposição de Jair Bolsonaro, depois de observar o destino do presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Roberto Castello Branco, demitido pelo presidente em meio a discordâncias sobre os reajustes de combustíveis.

Na ocasião, ao comentar as especulações sobre a saída do executivo, o Credit Suisse destacou que Brandão é bem visto pelo mercado e estava avançando nas iniciativas de reestruturação. A avaliação é de que o foco deve ser em seu potencial sucessor, aumentando a incerteza sobre os rumos do banco, avaliaram os analistas.

Pedro Lang, head de renda variável da Valor Investimentos, aponta que o mercado já precificou “uma boa parte” da saída de Brandão semanas atrás, uma vez que já havia especulações sobre a saída do executivo.

“Mas ainda pode haver algum impacto sobre as ações. O mercado sempre precifica uma probabilidade de o evento acontecer, mas como nunca é 100% ainda temos price action [reflexo nas ações] para ver. Agora, é esperar que venha alguém técnico e que tenha liberdade para continuar com as mudanças na gestão que o banco precisa para se adequar à essa nova realidade de fintechs, juros baixos e empresas ágeis”, avalia Lang.

Fonte: Infomoney

Conselheiros lamentam saída de Brandão; executivo da Caixa deve presidir BB

Publicado em: 04/03/2021

Em reunião nesta semana, o presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Hélio Magalhães, e outros três conselheiros defenderam a permanência de André Brandão no comando da instituição. A manifestação, registrada na ata do encontro, foi publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os conselheiros defenderam a “continuidade da gestão de excelência que vem sendo realizada pelo atual presidente do BB, em conjunto com toda diretoria executiva e seus mais de 90 mil funcionários”. E lamentaram a “possível e surpreendente substituição do presidente do Banco do Brasil ainda no início de seu mandato”.

“Todavia, caso o seja por qualquer razão alheia às atribuições deste Conselho, que eventual substituto esteja à altura de seu notável perfil técnico e profissional, aptidões essenciais para se liderar uma instituição com o porte e complexidade do Banco do Brasil S/A”, ponderaram.

André Brandão, segundo apurou O Antagonista, deverá confirmar sua saída da presidência do Banco do Brasil, no máximo, até o início da próxima semana.

Executivo da Caixa na presidência

O presidente da Caixa Seguridade, João Eduardo de Assis Pacheco Dacache, está entre os nomes cotados para presidir o Banco do Brasil (BB), substituindo André Brandão. A expectativa é de que a troca no BB aconteça ainda este mês.

O nome de Dacache já foi aprovado em partes e tem crivo do Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o jornal Estadão, ainda falta a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

O avanço do nome de Dacache sinaliza o fortalecimento do presidente da Caixa no governo Bolsonaro, ao mesmo tempo que um menor poder de fogo de Paulo Guedes. O ministro da Economia vinha tentando trazer um nome de fora do universo de Brasília, seguindo sua agenda liberal. Dentre os cotados, cogitou o do ex-Itaú Unibanco Márcio Schettini.

Troca de comando é ruim

Outro que ganhou espaço para substituir Brandão é Márcio Schettini, ex-diretor geral de varejo do Itaú (ITUB4). De acordo com informações do Valor Econômico, outros nomes como Caio Ibrahim David, ex-diretor geral de atacado do Itaú, Gustavo Montezano, presidente do BNDES e Mauro Neto, vice-presidente corporativo do BB também estão no páreo.

Para a XP Investimentos mesmo com a experiência de Schettini, a troca do atual CEO é uma sinalização negativa. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.

Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.

Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.

“Um reconhecido nome sem independência teria problemas para implementar as mudanças estruturais de que o banco precisa”, argumenta. Não bastassem esses fatores, Brandão tem o amplo apoio dos conselheiros.

Fonte: O Antagonista com Money Times e Gazeta do Povo

Presidente do Banco do Brasil sinaliza saída após crise com Bolsonaro

Publicado em: 01/03/2021

Há apenas cinco meses no cargo, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, tem sinalizado a pessoas próximas que quer deixar o comando da instituição, após ter sido alvo de ameaças de demissão por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com três fontes, na condição de anonimato. Os rumores quanto a possível saída pesaram nas ações da estatal, que apresentaram queda de mais de 3% no período da tarde desta sexta-feira (26/02).

A crise da gestão de Brandão com o Planalto começou com o anúncio de reestruturação no BB, com medidas que envolvem o fechamento de 112 agências e o desligamento de 5 mil funcionários, por meio de programas de demissão voluntária.

À época, Bolsonaro foi pressionado por parlamentares em razão do plano do banco e, com receio de desgastes políticos, ameaçou demitir Brandão. O executivo, contudo, foi salvo pela equipe econômica do governo, liderada pelo ministro Paulo Guedes, que reuniu esforços para manter Brandão, chamado para assumir o banco justamente com a missão de tocar uma agenda de desinvestimentos e de enxugamento da estrutura.

Superado esse momento inicial, Brandão disse em coletiva de imprensa, para comentar os resultados mais recentes do banco, que tudo não havia passado de um problema de comunicação. Ele contou que não chegou a se reunir com Bolsonaro, mas afirmou que o presidente parecia ter compreendido o plano. Disse ainda que pretendia se reunir com o presidente, para explicar as medidas, assim que a agenda de Bolsonaro permitisse.

Quando tudo parecia ter voltado aos trilhos, Brandão se viu novamente na berlinda após uma crise iniciada em outra estatal, a Petrobras. Insatisfeito com a política de preços da petroleira, Bolsonaro decidiu tirar Roberto Castello Branco do comando da companhia e anunciar para o seu lugar o general da reserva Joaquim Silva e Luna, mais um militar convocado para ocupar um posto de alto escalão.

No último fim de semana, já depois de ter realizado a troca na Petrobras, Bolsonaro indicou que outras mudanças seriam anunciadas em estatais ao longo desta semana. O nome de Brandão, com isso, voltou a ser colocado como um possível demitido, principalmente, pelo centrão, que está de olho no cargo.

As ações da empresa despencaram, com o BB chegando a perder mais de R$ 10 bilhões em valor de mercado, na última segunda-feira, mas nenhum anúncio foi feito. O silêncio foi lido pelo mercado como um respiro. Na quinta-feira (25) o diretor financeiro do BB, Carlos André, teve uma reunião com analistas, que rendeu uma série de relatórios sobre o banco. O temor quanto à saída de Brandão, contudo, foi um dos destaques dos documentos.

Em uma tentativa de acalmar os ânimos, Brandão passou a semana em Brasília – geralmente, o executivo despachava de São Paulo. No entanto, ele já teria retornado. Por sua vez, outros integrantes da alta cúpula do BB cancelaram viagens a São Paulo de última hora, apurou o Broadcast.

Paciência perto do fim

Segundo fontes, a paciência de Brandão está perto do fim e a situação para sua permanência é quase que “impossível”.

— Há limites em todo processo de fritura — diz uma fonte próxima à equipe econômica.

Nomes especulados

Com a possibilidade da saída de Brandão cada vez mais próxima, outros nomes já são especulados no mercado. Dentre eles, conforme fontes, estão o de Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outra saída, afirmam, é o Planalto promover um dos vice-presidentes do BB. Vale lembrar, porém, que o Centrão cobiça – e muito – a cadeira.

“O Banco do Brasil informa que não houve pedido de renúncia por parte de seu presidente”, afirmou a instituição financeira em fato relevante, após o fechamento do mercado nesta sexta-feira.

Pela segunda vez em semanas, especulações sobre uma saída iminente de Brandão tomaram o mercado nesta sexta-feira, provocando uma queda de 4,9% da ação do banco na Bovespa, diante da visão de investidores de ingerência governamental na gestão do BB.

Fonte: Zero Hora com Money Times

 

Novas ameaças de Bolsonaro põem Banco do Brasil em alerta

Publicado em: 25/02/2021

O comando do Banco do Brasil acendeu o sinal de alerta. Diante das novas ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro de que outras mudanças acontecerão no governo, levantou-se a possibilidade de demissão do presidente do BB, André Brandão. Há pouco mais de um mês, ele foi ameaçado de cartão vermelho pelo chefe do Executivo.

As ameaças de Bolsonaro foram feitas neste sábado (20/02), em uma cerimônia envolvendo militares. O presidente disse não lhe faltar coragem para trocar as peças que não estão funcionando do governo. Na sexta-feira (19/02), ele demitiu o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que será substituído pelo general Joaquim Silva e Luna.

O presidente do Banco do Brasil foi ameaçado de demissão após anunciar um plano de reestruturação da instituição, que resultou na saída de mais de 5 mil funcionários por meio de um programa de demissão voluntária (PDV) e passa pelo fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências.

Bolsonaro foi cobrado por parlamentares da base aliada, que viram nas ações do Banco do Brasil desprestígio político, uma vez que o fechamento de agências mostraria perda de apoio do governo. O presidente, jogando para a plateia, anunciou a demissão de Brandão, que não se confirmou à época.

Agora, com a obrigação de atender à gula do Centrão, que cobra mais espaço no governo, e em busca de apoio à reeleição em 2022, Bolsonaro vai tirar do caminho qualquer um que possa atrapalhar seus planos de permanecer no poder por mais quatro anos. Castello Branco era atacado pelos caminhoneiros, base importante do bolsonarismo.

Nessa toada, Bolsonaro também trocará alguns ministros, fazendo a reforma que tanto negou antes das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Daqui por diante, o presidente será cada vez mais populista. Paulo Guedes, ministro da Economia, deve se preparar para o pior.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

 

Despesas permanecerão sob rigoroso controle neste ano, diz presidente do BB

Publicado em: 18/02/2021

O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, prometeu controle rigoroso nas despesas em 2021. Depois de uma leve alta de 0,1% no ano passado, com uma inflação de 4,5% e reajuste dos bancários, a meta é perseguir a redução nominal dos gastos.

“Mantivemos um firme controle das despesas, que cresceram abaixo da inflação anual, e permanecerão sob rigoroso controle neste ano, certamente se comportando abaixo da inflação, mas com o BB perseguindo a redução nominal das despesas”, disse Brandão, em nota à imprensa.

A sinalização ao mercado vem em um momento importante após o anúncio quanto a um plano de eficiência do BB ter desagrado o presidente Jair Bolsonaro. Na prática, o que pesou foi o fato de a iniciativa prever o fechamento de 12 agências, totalmente em linha com o que os bancos privados, mas que vai de encontro com as preferências dos parlamentares.

De acordo com Brandão, o Banco do Brasil finalizou 2020 mais preparado para continuar crescendo em seus negócios neste ano. “Mesmo com as dificuldades da pandemia, atravessamos esse período com crescimento de 9% na carteira de crédito”, disse.

Com índices de capital “ainda mais sólidos”, o BB poderá, conforme ele, continuar expandindo os empréstimos e financiamentos, desde que aprovados após “análises adequadas de avaliação de risco”.

O executivo destacou ainda a qualidade do crédito concedido. “Nossa inadimplência fechou o ano em 1,9%, patamar inferior à média dos nossos principais concorrentes”, observou, chamando atenção para a forte presença do BB em linhas de menor risco.

Outro ponto mencionado por Brandão – e que é uma das prioridades de sua gestão – diz respeito ao aprimoramento da experiência do cliente. “O setor financeiro passa por nível de competitividade que exige dos bancos estratégias totalmente focadas nos consumidores”, admitiu.

O objetivo do BB, disse, é fazer com que todos os números do resultado sejam direcionados para melhorar a experiência do cliente, priorizando soluções digitais. “Estamos trabalhando fortemente nesse sentido. Prova disso são os 4,7 milhões de usuários que nosso APP (aplicativo) ganhou em 2020. Foram realizados mais de 17 milhões de atendimentos pelo WhatsApp. Em dezembro, somaram-se mais de 21 milhões de clientes ativos nos canais digitais”, listou.

Segundo Brandão, o digital permite especializar ainda mais o atendimento. Nesse sentido, o banco prevê incluir 1,3 milhão de clientes nesse modelo, fazendo com que 100% do alto varejo siga esse padrão.

Outra agenda que o executivo tem focado é a ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). “O Banco do Brasil já é o melhor banco nessa agenda, mas estamos indo além disso. Estamos criando compromissos claros, específicos e econômicos para que a gente possa, ainda mais, atender a sociedade de uma forma sustentável”, prometeu.

“2020 foi um ano de transformação digital e o Banco do Brasil seguiu essa linha. Mas a gente quer dar um passo além. Queremos adicionar inclusão digital. Vai ser bom para nós, do Banco do Brasil, e bom para a sociedade”, acrescentou.

De acordo com o executivo, o banco está lançando um programa, juntamente com o Ministério das Comunicações, para aumentar a maturidade digital nas cidades e no campo. “Nós vamos apoiar nossos clientes, atrair novos, ajudar a sociedade e ganhar eficiência”, concluiu.

Fonte: Infomoney

Brandão: houve falha de comunicação com Bolsonaro sobre fechamento de agências

Publicado em:

O presidente-executivo do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, afirmou nesta sexta-feira (12) que houve um problema de comunicação com o presidente Jair Bolsonaro quando o banco anunciou que fecharia mais de 300 agências em todo o país.

Brandão disse a jornalistas que o BB não abandonará totalmente nenhuma cidade. Ele afirmou que se o banco decidir fechar uma agência em determinada cidade, outra agência ou correspondente bancário fornecerá os serviços básicos.

Ele reiterou o plano de reduzir o número de agência do banco e economizar R$ 10 bilhões até 2025.

Fonte: Infomoney

Banco do Brasil mantém reestruturação, com PDV e fechamento de agências

Publicado em: 29/01/2021

O Banco do Brasil (BB) decidiu manter o plano de reestruturação que prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento e o desligamento voluntário de até 5 mil funcionários, apesar de a repercussão negativa do projeto quase ter custado a demissão do presidente do banco, André Brandão.

A manutenção do plano foi confirmada pelo Conselho de Admnistração do BB, em reunião extraordinária realizada realizada nesta semana, após os ruídos sobre a demissão de Brandão terem diminuído. Na ocasião, os conselheiros do BB confirmaram a permanência do executivo no comando do banco e negaram quaisquer revisões no plano de reestruturação, que será executado ao longo deste semestre.

O plano de reestruturação do BB foi anunciado no início do mês e irritou o presidente Jair Bolsonaro. Incomodado com a repercussão negativa do projeto de enxugamento da rede de agências do BB, Bolsonaro chegou a pedir a demissão de André Brandão. Porém, o executivo foi mantido no cargo depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertaram o presidente da República de que a ameaça de demissão foi interpretada pelo mercado como uma interferência política no BB.

Com a manutenção de Brandão, chegou-se a cogitar uma revisão no plano de reestruturação do BB. Porém, a ata da última reunião do Conselho de Administração do BB descarta essa possibilidade, negando “qualquer espécie de interferência do acionista controlador na execução das medidas de eficiência anunciadas, que seguem sendo executadas exatamente como aprovada” e dizendo que as notícias sobre a demissão de Brandão não passaram de “graves especulações”.

O documento acrescenta que os conselheiros não aceitariam interferências políticas no banco. E explica que, em respeito à Lei das Sociedades por Ações e à Lei das Estatais, “não seria admitido a estes conselheiros anuir com qualquer prática que porventura viesse a ser adotada contrariamente aos melhores interesses da companhia e de seus acionistas”.

“Os conselheiros aqui signatários reiteram seu compromisso com as melhores práticas de governança corporativa, com a estrita observância de suas atribuições estatutárias e de seu dever de diligência, lealdade e defesa dos interesses da companhia”, ressalta a ata. “A reação dos agentes de mercado às referidas especulações noticiosas, que provocou significativa desvalorização dos preços das ações do BB, evidencia o que se espera da administração da companhia: adoção de contínuas medidas em busca de maior eficiência e permanente austeridade, com o condão de lhe conferir adequada competitividade e resultados sustentáveis ao longo do tempo, sobretudo no atual ambiente de negócios de crescente competição, complexidade, volatilidade e transformação tecnológica”, acrescenta.

O comunicado também lembra que o programa de reestruturação foi aprovado ainda em 2019 pelo conselho e está “alinhado às melhores práticas de mercado”. E destaca que, como mostrou o Correio, “a aprovação dos programas cumpriu toda governança da companhia, tendo transitado, inclusive, pela Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais (Sest) do Ministério da Economia, conforme normas vigentes”.

A manifestação sobre a manutenção de Brandão e do plano de reestruturação foi assinada por cinco dos oito conselheiros do BB. Assinaram o documentos os conselheiros indicados pelo Ministério da Economia – Hélio Lima Magalhães, que é presidente do Conselho de Administração; Fabio Augusto Cantizani Barbosa e José Guimarães Monforte – e também os membros do Conselho que foram eleitos pelos acionistas minoritários do BB – Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima.

Por outro lado, não assinam o comunidado o próprio André Brandão, presidente do BB; o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que também já foi ameaçado de demissão pelo presidente Bolsonaro, durante as discussões sobre o Renda Brasil; e Débora Fonseca, que é a representante dos funcionários do BB no Conselho. Segundo a ata, “a abstenção dos demais conselheiros” foi registrada “com o fim de se elidir qualquer potencial conflito de interesses”.

Funcionários do BB seguem reticentes ao plano de reestruturação do banco, pois entendem que o fechamento de agências e a redução do quadro de pessoal do banco representa um “plano de desmonte” com vistas na privatização. Por isso, têm feito protestos em todo o país e buscado apoio de parlamentares e prefeitos para barrar o projeto.

Fonte: Correio Brazilliense

Bolsonaro quer que presidente do BB seja um “executivo político”

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Após aceitar o convite para presidir o Banco do Brasil, em setembro do ano passado, o banqueiro André Brandão gravou uma entrevista em vídeo para os servidores da instituição estatal. Em sua residência, ele falou sobre os seus planos de gestão e contou qual foi a missão que recebeu do ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ministro pediu um gestor do banco. Ele falou assim: ‘André, tem várias coisas que a gente precisa fazer, e eu preciso de um executivo’. E é o que sou: sou um executivo”, afirmou Brandão, que atuou mais de vinte anos em bancos privados, sendo conhecido no mercado pelo perfil técnico. É justamente essa característica que Jair Bolsonaro pretende mudar.

Desde o fim do ano passado, o presidente tem recebido reclamações sobre Brandão, que, segundo seus detratores, tem pouco jogo de cintura político em Brasília. Em tom de crítica, alguns parlamentares disseram que o executivo não atendia a pedidos diversos, de indicação para cargos no BB a convites para eventos culturais patrocinados pela instituição. Até então, Brandão não era afeito à dinâmica de Brasília. Costumava declinar convites de jantares com senadores e evitava receber deputados em seu gabinete. Mais reservado, ele se tornou a antítese do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que tem um bom trânsito no Palácio do Planalto e no Congresso.

A gota d’água do estresse entre Bolsonaro e Brandão ocorreu em 11 de janeiro deste ano, quando o BB anunciou dois programas de demissão voluntária para cerca de 5 000 funcionários e o fechamento de 361 unidades da instituição, sendo 112 agências, 242 postos de atendimentos e sete escritórios. A notícia gerou um alvoroço entre servidores do banco e prefeitos de municípios — que passaram a pressionar parlamentares em Brasília para cobrar uma resposta do Planalto. Após receber diversas reclamações e sem antes tentar entender detalhes da medida, Bolsonaro disse para os seus auxiliares que iria “cortar a cabeça” do chefe do BB e que a ação era mais uma “manobra para sabotar” o seu governo.

A exoneração só não foi assinada porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Campos Neto, entraram em ação. O ministro explicou para Bolsonaro que nenhuma cidade ficaria sem unidades de atendimento e que haveria apenas um enxugamento das estruturas. O próprio Brandão, antes de assumir a sua função, gravou um vídeo dizendo que não reduziria a presença do BB nos municípios, mas apenas mudaria o estilo das agências, um plano chancelado pelo Conselho de Administração e que poderá render uma economia de 2,7 bilhões de reais até 2025.

A investida deu certo. Por ora, Brandão continuará no cargo sob uma condição: adotar uma agenda mais política e estreitar os laços com parlamentares. Além disso, decisões mais delicadas do banco terão de se despachadas no Palácio do Planalto. Conforme relata reportagem de VEJA, o episódio põe em dúvida — mais uma vez — a fidelidade do presidente à agenda liberal do governo.

Fonte: Veja.com

Banco do Brasil corre risco de perder espaço para concorrentes

Publicado em: 21/01/2021

O Banco do Brasil pode rever o plano de reestruturação que irritou o presidente Jair Bolsonaro e colocou o presidente do BB, André Brandão, na berlinda. Para analistas, no entanto, a medida pode abafar a crise política e dar sobrevida ao executivo. Porém, expôs, mais uma vez, as divergências entre o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia e só vai adiar o problema do BB. É que, diante do processo de digitalização do setor financeiro, o mercado acredita que a reestruturação do banco é inevitável e alerta que o engavetamento do plano pode deixar o banco atrás dos seus concorrentes.

O plano de reestruturação do BB prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além da abertura de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), que pode atingir até 5 mil, dos 92,5 mil funcionários do banco. Segundo o BB, a medida pode gerar uma economia de $ 2,7 bilhões até 2025, sendo R$ 353 milhões só neste ano, e visa adequar o banco ao novo perfil e comportamento dos clientes do mercado financeiro, que interagem com as finanças de forma cada vez mais digital.

Segundo fontes do BB, a reorganização da rede de atendimentos passou, portanto, pelo crivo da equipe econômica, que defende a redução de custos e o aumento da eficiência do poder público, bem como a modernização do sistema financeiro. O plano também foi apresentado com antecedência ao Palácio do Planalto. Ainda assim, fez Jair Bolsonaro pedir a demissão de André Brandão, apenas quatro meses depois de o executivo ter deixado um cargo de comando do HSBC nos Estados Unidos para assumir a presidência do Banco do Brasil no lugar de Rubem Novaes, que saiu do banco dizendo que a instituição precisava de alguém mais novo, como Brandão, para poder avançar no processo de digitalização bancária.

Bolsonaro ficou irritado com a medida, depois que parlamentares reclamaram do fechamento de agências em suas bases eleitorais e sugeriram que a repercussão negativa poderia afetar o apoio político aos candidatos do governo na eleição interna da Câmara dos Deputados e do Senado. O plano de reestruturação ainda recebeu críticas da oposição e gerou protestos dos funcionários do banco, que classificaram o projeto como o início do processo de desmonte e privatização do Banco do Brasil. As críticas lembraram que, além de buscar a rentabilidade dos seus acionistas, o BB cumpre papeis sociais importantes como a distribuição do papel-moeda e o pagamento de benefícios sociais e é o único banco de muitas cidades do interior.

Brandão, contudo, parece ter ganhado sobrevida no cargo, pois foi defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A equipe econômica entrou em campo para reverter a demissão mostrando ao Palácio do Planalto que a medida foi interpretada pelo mercado como uma interferência política que contraria a agenda liberal que ajudou a eleger Bolsonaro.

Sócio da Consultoria GO Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gesner Oliveira, por exemplo, disse que, se concretizada, a emissão poderia ser equiparada às interferências realizadas pelo governo do PT na Petrobras, criticadas pelo atual presidente da República. “Se o banco toma a decisão de implementar um plano de racionalização de custos, que já foi adotado por outros bancos, mas não pode, por conta de uma interferência do presidente, fica claro que Bolsonaro é contrário a tudo aquilo que pregou na campanha”, afirmou.

O consultor lembrou que o Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com ações negociadas em bolsa. Logo, deveria seguir as regras de governança do Novo Mercado. Tanto que o próprio Ministério da Economia já disse, em nota, que a condução dos negócios do BB compete aos seus órgãos de governança, isto é, à diretoria e ao Conselho de Administração. “Esse tipo de ingerência contraria as melhores práticas de governança e contraria a filosofia econômica proposta pelo governo. O que se espera é que a gestão do BB seja tocada de forma técnica, sem ingerência política, pois há um risco de que as decisões políticas não sejam as melhores para uma sociedade de economia mista, que tem o governo como acionista majoritário, mas tem outros acionistas”, declarou Oliveira.

Analistas de mercado acrescentam que, não bastasse isso, a ameaça de demissão colocou em xeque a capacidade de o BB tocar o processo de modernização delegado a Brandão, logo após o executivo fazer o seu primeiro grande anúncio nesse sentido. “A reação de Bolsonaro trouxe uma desconfiança enorme sobre se a agenda liberal e o processo de modernização do BB vão de fato acontecer. A mensagem é que essas questões sempre vão depender do aval do presidente”, afirmou o analista de research da Ativa Investimentos, Leo Monteiro, lembrando que, até hoje, Paulo Guedes não conseguiu entregar muitas das suas pautas liberais, como as privatizações. “Preocupa, porque Brandão foi contratado há poucos meses. É um nome com grande experiência na iniciativa privada, que provavelmente colocaria em prática aquilo que foi prometido pelo governo na eleição: a redução da máquina pública e a busca de eficiência das estatais que não seriam privatizadas, como o Banco do Brasil”, acrescentou o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter.

Onda da revolução digital avança rápido

Além de reacender o debate sobre a ingerência política nas estatais, a ameaça de demissão de André Brandão pode custar a revisão ou o adiamento do plano de reestruturação do Banco do Brasil. A medida foi cobrada pelo Palácio do Planalto diante da permanência do executivo, mas sofre resistência da equipe econômica e também é mal vista pelo mercado, que vê o processo de renovação do setor financeiro como algo inevitável.

“O setor financeiro passa por uma grande transformação. Daqui a cinco anos, talvez não existam 50% das agências que têm hoje, pois as pessoas vão cada vez menos às agências, por conta das ferramentas digitais”, explicou o professor do Insper, Michel Viriato. Ele lembrou que o isolamento social imposto pela covid-19 e as medidas como o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiros, só acelerou esse processo.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos, 63% das 89,9 bilhões de transações bancárias realizadas no Brasil em 2019 já foram efetuadas por meio do celular ou da internet, mas o ritmo de crescimento das ferramentas digitais acelerou no ano passado. De janeiro a abril de 2020, as transações por celular cresceram 22% e as interações digitais dos clientes com os seus bancos avançaram 78%. Já o volume de transações realizadas em agências bancárias desabou 53%. Por isso, a expectativa é que a participação das agência nesse mercado, que já era de 6% em 2019, tenha ficado ainda menor. Foi por conta disso, por sinal, que o Bradesco anunciou o fechamento de 1,1 mil agências no Brasil no ano passado. O Itaú fechou 128 agências no país em 2020, segundo os dados do Banco Central.

Nos últimos anos, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal também já haviam anunciado planos de demissão voluntária, como o que foi anunciado pelo Banco do Brasil. E o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, lembrou que outras 22 estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, implementaram planos de demissão voluntária durante o governo Bolsonaro, já que os gastos com pessoal representam um dos principais gastos do Executivo e as estatais sofreram um deficit projetado de R$ 3,97 bilhões em 2020. “As estatais devem estar comprometidas com o reequilíbrio das contas públicas. O Banco do Brasil tem uma função social pública importante, mas não pode ser o dinossauro dos bancos brasileiros, precisa atuar de forma competitiva, até para aprimorar as funções sociais que executa”, avaliou.

Viriato acrescentou que a modernização de grandes bancos como o BB é necessária e deve ocorrer de forma cada vez mais veloz. Afinal, os bancos digitais e as fintechs têm ganhado espaço no mercado brasileiro, seja por conta da atualização da agenda regulatória e de competição por parte do Banco Central ou pelo interesse dos brasileiros por essas instituições. Pesquisa realizada pela Incognia, no fim do ano passado, revelou que 75% dos brasileiros já se dizem dispostos a trocar um banco tradicional por um banco digital, pois consideram que o mais relevante hoje no sistema financeiro é a boa experiência e os baixos custos.

O risco de não avançar nesse sentido, segundo os analistas, é que o BB fique atrás dos seus pares no novo mercado financeiro. Na única apresentação de resultados que já comandou, Brandão admitiu que o Banco do Brasil tem uma rentabilidade “um pouco aquém do que poderia ter” por conta do perfil conservador.

Resistência

Funcionários do BB, porém, continuam resistindo à medida e buscando a suspensão do plano de reestruturação do banco, tanto na direção do BB, quanto no Congresso Nacional. “Qualquer reestruturação, neste momento, precisa considerar questões humanitárias e sociais, antes de — apressadamente — pensar apenas em agradar investidores privados”, defendeu o presidente Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), Reinaldo Fujimoto.

Ele destacou que o BB exerce papeis sociais relevantes, como o financiamento da agricultura familiar e o pagamento do benefício emergencial de manutenção do emprego e da renda durante a pandemia de covid-19. E lembrou que nem todos os brasileiros têm facilidade com as ferramentas digitais. “As inovações tecnológicas são fundamentais para o sistema financeiro, mas o que temos visto é um volume enorme de trabalho nas agências, sobrecarregando os caixas e funcionários na linha de frente. Então, é preciso satisfazer os clientes, ser competitivo, investindo em pessoas e em tecnologia, com a mesma ênfase”, afirmou.

Bancários ouvidos pelo Correio disseram também que, apesar de oferecer indenizações de R$ 10 mil a R$ 450 mil, o Plano de Demissão Voluntária do BB pode gerar prejuízos em relação ao plano de saúde e de previdência de alguns funcionários. Por isso, há dúvidas sobre o alcance do plano, que está aberto até o próximo dia 5. “Acredito que apenas cerca de 2 mil pessoas vão entrar no programa devido a isso, pois muitos terão prejuízos e a indenização não compensa nesse aspecto”, disse, por exemplo, Eduardo Araújo, de 49 anos, bancário de Brasília.

Fonte: Correio Braziliense

Brandão fica no BB, mas plano para fechar agências e desligar 5 mil pode ser ajustado

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O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, está garantido no posto, mas o pacote bilionário de redução de custos, anunciado na semana passada como uma das primeiras grandes ações de sua gestão, pode sofrer ajustes, apurou o Estadão/Broadcast. Eventuais mudanças estão sendo discutidas internamente, disseram três fontes, na condição de anonimato, e que descartam a reversão das medidas. O risco de revisão é monitorado com atenção pelo mercado, que vê em qualquer movimento nesta direção como uma nítida interferência política do governo Bolsonaro no banco, com ações listadas em Bolsa.

Internamente, executivos do BB estão em compasso de espera por eventuais ajustes. A orientação geral passada, contudo, é de que seja olhada a foto ampliada e que, na prática, “nada muda”. Dentre as possíveis mudanças, por exemplo, estaria a revisão da lista – já definida – de agências bancárias, que deve ser impactada pelo pacote. São 112 no total. Esse tipo de movimento, vale destacar, já estaria no radar – antes mesmo da repercussão do anúncio do pacote – e é visto como algo natural. Geralmente, revisões na rede de atendimento de bancos públicos podem desagradar prefeitos, com folhas de pagamentos nessas instituições e, portanto, negociações ocorrem a reboque.

Por ora, as medidas anunciadas pelo Banco do Brasil seguem o curso normal, dizem duas fontes. Hoje, por exemplo, o banco divulgou vagas para movimentação interna no âmbito da reorganização de sua rede de atendimento. A ideia da atual gestão do BB é recolocar parte do back-office, funcionários que atuam nos bastidores, para a linha de negócios da instituição.

O plano de reestruturação do banco prevê, por enquanto, o fechamento de 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento. Além disso, 243 agências seriam convertidas em postos de atendimento, 143 unidades de negócios seriam transformadas em Lojas BB (sem guichês de caixa) e ainda haveria relocalização compartilhada de 85 unidades de negócios e criação de 28 unidades de negócios.

Todo o programa, com previsão de ser completamente implementado no primeiro semestre, deve resultar em uma economia anual líquida de R$ 353 milhões só em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025, sem considerar os planos de desligamentos voluntários, que, na estimativa do BB, devem gerar o corte de 5 mil pessoas. Com as medidas, o banco pretende ter uma atuação mais focada no público digitalizado e espera atrair de 5,5 milhões de novos clientes digitais em 2021, repetindo o mesmo feito do ano passado. Hoje, são 22 milhões.

Quem não gostou nada do plano foi o presidente Jair Bolsonaro, que alegou não ter sido avisado sobre as medidas e teve de dar explicações a parlamentares que o procuraram para reclamar do fechamento de agências em pequenos municípios. A lista de cidades que terão agências fechadas, contudo, ainda não foi revelada. Essa é exatamente uma das medidas que pode ser ajustada.

Sob a justificativa de que não havia sido informado do plano de eficiência do BB, Bolsonaro pediu a cabeça de Brandão, no comando do banco público desde setembro último. Vindo do HSBC, o executivo foi trazido à instituição justamente para reforçar a bandeira de um perfil de mercado e blindagem das empresas estatais no atual governo – o que, novamente, caiu por terra com o imbróglio. Fontes garantem que tanto o Ministério da Economia quanto o Planalto haviam sido informados do pacote – e do risco de imagem atrelado.

Eficiência

As medidas anunciadas pelo BB estão em estudo desde o fim do ano passado e geraram boatos de um novo programa de demissão voluntária, na época, confirmados posteriormente. Na primeira reunião anual com investidores e analistas, no fim de 2020, o próprio Brandão já havia sinalizado que eficiência era um dos pontos fortes da sua gestão. “Estamos na construção de uma agenda de eficiência”, disse, sem dar detalhes.

Após os panos quentes colocados pelo Ministério da Economia junto ao Planalto, Brandão aceitou permanecer no banco, mas, conforme pessoas próximas a ele, disse que não abriria mão do plano já desenhado. Entretanto, teria concordado em submeter à autorização prévia do Planalto ações no BB com impacto político. Essa seria, dizem fontes, a fatura que teria restado a Brandão pagar fora do banco.

Apesar da repercussão negativa do pacote, não será a primeira vez que o banco fechará agências sob a gestão Bolsonaro. Desde que o presidente assumiu, no início de 2019, o BB fechou as portas de mais de 400 agências, mais que o triplo das 112 programadas para o primeiro semestre de 2021. Em 2018, último ano do governo Michel Temer, também houve enxugamento da rede, com 127 unidades a menos. O movimento segue alinhado ao capitaneado pelos bancos privados, que têm diminuído a rede física com a maior digitalização dos clientes e a pressão da concorrência do lado das margens financeiras e rentabilidade.

A diferença entre a redução feita ao longo de 2018 e 2019 e o plano anunciado para 2021 está na velocidade e no objetivo. Lá atrás, as agências foram sendo fechadas aos poucos, uma de cada vez, para fazer ajustes na rede, sem alarde. Agora, quando a intenção é diminuir a rede como uma parte de um plano de reestruturação que envolve enxugar o quadro de funcionários via programas de desligamento voluntário, os encerramentos terão de ser feitos de maneira simultânea – o que gera um barulho maior e mais desgaste político.

No mercado financeiro, o anúncio foi recebido de forma positiva, com analistas que acompanham o BB elogiando o esforço do banco para se tornar operacionalmente mais eficiente e se alinhar às tendências de digitalização dos serviços financeiros. Eventuais mudanças no pacote, porém, preocupam.

Para o diretor de renda variável da Eleven Financial, Carlos Daltozo, qualquer revisão das medidas confirma ingerência política no BB, um problema que assombra o banco e que cobra seu preço com um desconto histórico em suas ações frente aos rivais privados. “O presidente Bolsonaro deveria se preocupar com a vacina. Uma mudança no pacote já é sinal claro de interferência política. Acho bem ruim”, afirma o analista de um banco estrangeiro, na condição de anonimato.

Fonte: Terra

 

CVM decide investigar rumores sobre saída de Brandão da presidência do BB

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização de empresas com ações negociadas em bolsa de valores, abriu um processo para investigar os rumores sobre a suposta saída de André Brandão da presidência do Banco do Brasil.

O processo foi aberto pela Superintendência de Relações com Empresas da CVM na última sexta-feira (15).

Em nota, a CVM informou que o procedimento é rotineiro. “Processos dessa natureza são abertos rotineiramente no âmbito da supervisão das companhias abertas”, diz a nota.

Em comunicado de fato relevante divulgado no último dia 14, o Banco do Brasil informou à CVM que não recebeu nenhuma comunicação formal por parte do governo federal sobre uma eventual decisão de demitir o presidente André Brandão.

Segundo interlocutores do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que demitisse Brandão da presidência do Bando do Brasil.

Bolsonaro teria se irritado com o anúncio do fechamento de cerca de 200 agências e com o plano de reestruturação do banco que prevê um programa de demissão voluntária com o objetivo de cortar 5 mil vagas.

Sanções da CVM

Caso constate alguma infração às leis ou a normas da autarquia, a CVM tem o poder de impor às companhias com ações negociadas em bolsa penalidades como advertências e multas.

Além disso, a autarquia pode considerar a empresa inabilitada para exercício da atividade pelo prazo máximo de 20 anos.

Em casos mais severos ou se a companhia for reincidente, a CVM pode temporariamente proibir a empresa de praticar determinadas operações ou mesmo de atuar no mercado de capitais, ainda que indiretamente.

Se a CVM entender que a companhia parou de praticar os atos ilícitos e corrigiu as irregularidades, a autarquia pode suspender o processo administrativo destinado a apurar eventuais infrações.

Caso recebam uma punição da CVM, as empresas podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), órgão do Ministério da Economia.

Conhecido como “Conselhinho”, o CRSFN é responsável por julgar recursos contra sanções aplicadas pela CVM ou pelo Banco Central.

Nos processos de lavagem de dinheiro, o Conselhinho julga recursos contra penalidades aplicadas pela Unidade de Inteligência Financeira, antigo Coaf, e pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Fonte: Globo.com

AGEBB está de olho no PDV; até 5 mil funcionários deverão deixar BB

Publicado em: 15/01/2021

Até 5 mil empregados, do total de 92,1 mil trabalhadores do Banco do Brasil, deverão deixar a instituição por meio do novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) anunciado no princípio desta semana. O fato relevante, distribuído no dia 11 de janeiro, foi assinado por Carlos José da Costa André, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores do banco. Foram aprovados dois tipos de PDV: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), a fim de otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco, e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), disponível a todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos.

No comunicado, o banco informa que, até o mês de junho, desativará 361 unidades, sendo 112 agências , 7 escritórios e 242 Postos de Atendimento (PA). A instituição também converterá de 243 agências em postos de atendimento e outros oito serão transformados em agências. Serão transformadas 145 unidades de negócios em Lojas BB, sem a oferta de guichês de caixa, com maior vocação para assessoria e relacionamento. Haverá no período mencionado a relocalização compartilhada de 85 unidades de negócios. Também serão criadas 28 unidades de negócios, sendo 14 Agências Especializadas Agro e 14 Escritórios Leve Digital (unidades especializadas no atendimento a clientes com maturidade digital), com aproveitamento de espaços existentes, não envolvendo contratação ou locação de novos imóveis.

A economia com essas medidas de enxugamento é de R$ 2,7 bilhões até 2025, conforme o fato relevante divulgado ao mercado. O montante, junto com os R$ 3 bilhões para o Programa de Demissão Extraordinário (PDE), resulta em o impacto fiscal de R$ 5,7 bilhões em cinco anos. O prazo para a adesão ao PDE expira em 5 de fevereiro de 2021.

A ideia do BB é estimular a demissão de trabalhadores que ganham mais do que a média e exercem funções que poderiam ser ocupadas por funcionários com remuneração inferior, como a de caixas. Como estímulo, deverá pagar de R$ 10 mil até, no máximo, R$ 450 mil de indenização para quem aderir ao programa, dependendo do perfil de cada trabalhador e do tempo de serviço.

Conforme o tipo de desligamento, inclusive, aposentadoria antecipada, a indenização pecuniária será de acordo com a pontuação pessoal obtida no cálculo de cada trabalhador, tendo o placar final como multiplicador do “salário-base” do funcionário interessado, segundo o BB. O “salário-base” corresponde à soma de verbas pessoais descritas em regulamento, não sendo consideradas aquelas relacionadas ao exercício de função.

AGEBB em defesa dos associados

A AGEBB, única entidade que representa a classe gerencial do BB no país, acompanha de perto toda a movimentação. O presidente Francisco Vianna de Oliveira Júnior diz que a associação está atenta para que os direitos dos gerentes, especialmente dos incorporados, sejam garantidos nas questões dos planos de saúde (Cassi) e da previdência (Previ). “Como sempre a direção do BB busca promover mudanças sem qualquer consulta à categoria e que atingirá sobremaneira, a curto prazo, seu bem mais valioso, que são os seus colaboradores. A reestruturação, muitas vezes, é necessária, mas desde que feita com organização, disciplina e coerência”, afirma o executivo.

Oliveira Júnior diz que a não divulgação de quais agências serão fechadas no processo de reestruturação cria um clima de insegurança entre os funcionários. “A falta de transparência em reestruturações anteriores criou muita insatisfação. E a história se repete agora. A transformação digital é necessária, mas o enxugamento de empregados não pode impactar na qualidade do atendimento. Menos pessoas vai gerar mais trabalho aos funcionários que ficarem, que também, certamente, serão cobrados por metas e resultados”, declara o dirigente. “Para aqueles que optarem pela adesão ao PDV, nada mais justo deixar a empresa com benefícios e uma ajuda financeira após anos de dedicação ao BB”, completa. O presidente da AGEBB colocou o departamento jurídico da entidade à disposição dos associados que queiram tirar dúvidas ou analisam a possibilidade de integrar o PDV.

Foco na digitalização

Com o novo plano de enxugamento, pretende reforçar as ações de incentivo ao uso de canais digitais. Desde 2016, o volume de transações em guichês de caixa no BB caiu 42%, enquanto o uso do mobile praticamente dobrou no mesmo período e já responde por 86% das transações, junto com o internet banking. Segundo a instituição, desde abril, o App do BB ganhou mais 4,7 milhões de usuários, totalizando 19,4 milhões, com uma média diária de crescimento 273% maior do que no período anterior à pandemia. O atendimento pelo WhatsApp também registrou crescimento expressivo chegando a 600 mil por dia.

O BB prevê a migração de 1,3 milhão de clientes que passarão a contar com gerente de relacionamento exclusivo e ferramentas digitais de interação, conforme informações da instituição. A ferramenta “Fale.Com” será o canal predominante do modelo dos Escritórios Leves, novo modelo de relacionamento digital do BB. A ideia do banco é abrir 14 Escritórios Leves Digitais, que se somam aos dois já existentes em Bauru (SP) e Recife (PE).

Outro foco de investimento acontece no atendimento especializado ao agronegócio. E, para isso, o banco abrirá mais 14 agências Agro, especializadas no segmento em que detém 63,8% da participação do mercado de crédito rural no Sistema Financeiro Nacional.

Reviravolta nos últimos dias

Na quinta-feira, dia 14 de janeiro, a Folha de S.Paulo trouxe uma matéria em que aponta que o BB pode voltar atrás em sua decisão de enxugamento após ser pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo interlocutores, a ideia é tratada como uma hipótese, já que Bolsonaro ainda não havia apresentado exigências à instituição e buscava a via mais radical, da demissão do presidente do banco, André Brandão.

Uma pessoa que acompanha o embate afirma que é possível que seja negociada uma saída que faça o programa de enxugamento ficar mais palatável para o governo, desde que seja mantida a essência de ajuste do banco. A avaliação é que não faria sentido alterar o plano de demissão, embora não seja impossível mudar prazos e reduzir o escopo do programa. Isso porque os desligamentos seriam voluntários, voltados especialmente a pessoas que estão perto de se aposentar e com benefícios.

Uma parte da reestruturação que teria uma chance maior de flexibilização é o fechamento de agências, que gerou descontentamento entre parlamentares. O banco poderia rever postos incluídos no enxugamento e buscar outras medidas para cortar despesas.

Fonte: AGEBB com Correio Braziliense e Folha de S.Paulo

BB: analistas defendem que saída de Brandão não afeta fundamentos da empresa

Publicado em: 14/01/2021

A proposta do Banco do Brasil (BB) de fechar 112 agências e desligar 5 mil funcionários abriu uma crise no governo e deve levar à demissão do presidente do banco, André Brandão, menos de quatro meses após sua posse. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o presidente Jair Bolsonaro decidiu demiti-lo pelo desgaste provocado com o anúncio, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tenta demovê-lo da ideia.

Embora a reestruturação do banco tenha agradado investidores e tenha sido considerada positiva pela equipe econômica para um reposicionamento do banco com enfoque no digital, o anúncio foi considerado inoportuno neste momento em que o Palácio do Planalto negocia apoio para os comandos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A eleição está marcada para o início de fevereiro.

Em campanha pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), Bolsonaro recebeu em um só dia oito deputados e ouviu reclamações sobre o fechamento de agências do BB em cidades menores. O presidente argumentou que não foi avisado antes do plano de reestruturação, embora Brandão tenha sido contratado exatamente com a missão de enxugar o banco.

Notícia no mercado

A notícia sobre uma possível saída de André Brandão no comando do Banco do Brasil (BBAS3) foi mal recebida pelo mercado, tanto que as ações da estatal apresentaram uma queda expressiva no pregão de ontem, tendo recuado 4,94% no fechamento, a R$ 37,55.

Em comunicado divulgado ao mercado nesta quinta-feira, o Banco do Brasil disse que não recebeu comunicação formal do governo sobre qualquer decisão no que diz respeito à saída do CEO. Hoje mais cedo, Bolsonaro foi questionado por um apoiador se demitiria Brandão. O presidente optou por se manter em silêncio.

Analistas de duas corretoras comentaram sobre o assunto e chegaram a um consenso: a demissão de Brandão é negativa, pois pode ser vista como interferência política do governo.

Segundo a Ativa Investimentos, a notícia coloca em xeque qualquer possibilidade de o Banco do Brasil assumir uma gestão mais liberal no momento. Na avaliação da XP Investimentos, ela sinaliza de maneira positiva para o mercado que o mandato de Brandão seria voltado para ganho de eficiência por meio de uma reestruturação organizacional. Ainda assim, à espera de uma confirmação, a corretora manteve recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 43.

“Acreditamos que tal mudança não afetará os fundamentos do banco, devido a: i) um desconto de 15% ao valor patrimonial e 7 vezes P/L 2021 (preço sobre lucro), o que já poderia implicar em uma gestão abaixo da média; ii) defendido com uma boa carteira de crédito, menor exposição a receitas de serviços, elevados índices de liquidez e adequação de capital e tesouraria passiva; iii) digitalmente competitivo com o maior número de usuários ativos mensais de aplicativos e uma estratégia omnichannel; e iv) com vitaminas de curto prazo que poderiam aumentar os ganhos por meio de um menor custo de captação e provisões operacionais”, explicou.

As ações do Banco do Brasil seguem em trajetória de queda nesta quinta. Por volta das 12h05, os papéis caíam 0,21% a R$ 37,47.

Presidente quer continuar

Com sua permanência no cargo ameaçada, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, cumpre agenda “normalmente” e está “tranquilo”, disseram à CNN auxiliares diretos do executivo na instituição. Segundo executivos do BB, “Brandão está trabalhando normalmente com a tranquilidade de quem não deve nada”, relatou à coluna um auxiliar direto.

Segundo esse auxiliar, o executivo já esperava “desconforto político” com os recentes cortes anunciados. Auxiliares de Brandão afirmam que ele já esperava a reação política, mas que a medida era “necessária”. Dizem também que o executivo planejou algumas medidas para tentar amortecer esse impacto, como ampliação do número de correspondentes bancários.

Equipe econômica tenta segurar presidente 

A equipe econômica do governo federal busca uma “Solução Waldery” para o presidente do Banco do Brasil, André Brandão. Ficou ainda mais incomodado quando foi informado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, sabia do movimento havia pelo menos um mês.

Como o ministro da economia, Paulo Guedes, tem muito apreço por Brandão, a operação em curso agora é para que ele saia dos holofotes como fez o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior.

Fonte: Money Times com IstoÉ e CNN Brasil

 

 

 

‘Houve uma comunicação talvez deficiente’, diz Mourão sobre crise no BB

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O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), evitou comentar a aguardada saída de André Brandão do comando do Banco do Brasil. O dirigente deve ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em razão de uma crise aberta pela proposta de fechar 112 agências do banco e desligar quase 5.000 funcionários.

De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, a decisão já foi tomada pelo chefe do Executivo federal. No entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tentaria demovê-lo da ideia.

Mourão fugiu das perguntas sobre a saída de Brandão, mas afirmou achar que “houve uma comunicação talvez deficiente do banco” ao expor o plano de enxugamento de agências e do quadro de pessoal. “Porque normalmente as pessoas queriam sair eram pessoas que já tinham completado o seu tempo para se aposentar, né, essa é a realidade.”
“Talvez pouquíssimas pessoas tivessem um rebaixamento de cargo e não pudessem se aposentar. Mas eu acho que a maioria ia se aposentar”, completou o general, em entrevista concedida nesta manhã na chegada ao seu gabinete no Palácio do Planalto.

O vice-presidente disse ainda “não saber” como ficaria agora a situação do comandante do Banco do Brasil. “Esse assunto não foi discutido comigo e eu não posso informar o que eu não sei”, comentou. “Não recebi nenhuma informação extra a respeito do assunto. É uma questão aí que está sendo debatida pelo presidente e pelo ministro da Economia.”

Com os rumores sobre a possível demissão de Brandão, as ações do Banco do Brasil na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, despencaram ontem e fecharam com queda de 4,71%.

Bolsonaro também foi questionado a respeito do assunto hoje mais cedo, na saída do Palácio da Alvorada, em conversa com apoiadores. O presidente, no entanto, saiu pela tangente, disse que estava com pressa e que não poderia “gravar”.

Logo após deixar a residência oficial da Presidência, Bolsonaro passou pelo Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde realizou exames periódicos. Segundo o Planalto, o governante está bem e apenas se submeteu a testes de rotina.

Fonte: Uol

Presidente do BB muda cúpula do banco e desagrada Palácio do Planalto

Publicado em: 27/11/2020

Uma dança de cadeiras patrocinada pelo novo presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, na cúpula da instituição desagradou integrantes do governo Jair Bolsonaro pouco mais de dois meses após sua posse no cargo. Fontes do Palácio do Planalto afirmam nos bastidores que está em curso a busca por um nome para substituí-lo.

Apontam como um dos motivos de desentendimento uma planejada abertura de capital (IPO, da sigla em inglês) da Elo, empresa de cartões que o BB tem em sociedade com Bradesco e Caixa Econômica Federal. Outra fonte de atrito, segundo fontes da equipe econômica, seria que Brandão não está cooperando com o processo de desestatização das unidades do banco. Aliados do ministro Paulo Guedes alegam que ele foi colocado neste posto para dar celeridade à venda de ativos e que isso não está acontecendo.

Brandão retirou da direção do banco dois funcionários próximos ao ex-presidente do BB, Rubem Novaes, ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Empossado no último dia 22 de setembro, ele demitiu um amigo de Novaes, nomeado na cota pessoal do presidente da instituição, Alberto Alves, e retirou da vice-presidência de Finanças e Relações com Investidores, Carlos Hamilton Araujo. Ele assumiu a presidência da Cateno, empresa da área de cartões do BB e Bradesco. Postura que se confirma pela recente nomeação de Ângela Beatriz de Assis para a presidência da Brasilprev, braço de seguros e previdência do banco.

Segundo fontes ligadas ao banco, essas duas mudanças deixaram Novaes muito chateado. Carlos Hamilton chegou a ser cotado para assumir o lugar de Novaes, que pediu demissão no fim de julho.

Antes das modificações desta semana, Brandão já tinha utilizado outros nomes da casa no rearranjo dos cargos. Bernardo Rothe, que era presidente do BB Seguridade, foi para a vice-presidência de negócios de atacado. E nomeou Gustavo Fosse, também funcionário do banco há mais de 30 anos, para a vice-presidência de tecnologia.

Vários outros nomes foram sondados para a presidência do banco, o de Brandão, ex-executivo da área internacional do HSBC, foi confirmado em agosto. Mas ele só tomou posse após uma transição de quase dois meses.

Fontes ligadas ao BB disseram não acreditar na substituição de Brandão e que há tentativa de criar tumulto.

Fonte: O Globo

Banco do Brasil vai priorizar parcerias em vez de venda de ativos, diz Brandão

Publicado em: 13/11/2020

O novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, afirmou nesta quinta-feira (5) que quer mudar a dinâmica de desinvestimentos da instituição para priorizar parcerias em negócios em vez da venda de ativos, como preconizado pelo seu antecessor no cargo, Rubem Novaes.

“Quero diminuir e tirar essa dinâmica de que é só venda de ativos. Quero discutir parcerias e voltar a discussão na centralidade dos clientes. Se tem algo que não é ‘core business’ do banco, está na esteira para vender. Mas a maioria das coisas que temos fazem parte do core e precisaremos melhorar a experiência do cliente”, afirmou o executivo em entrevista com jornalistas.

No comando do BB deste setembro, André Brandão assumiu a gestão do banco público após Rubem Novaes entregar seu pedido de renúncia do cargo a Paulo Guedes, em julho.

Segundo ele, a área de cartões — que estava em revisão à mando de Alves — é estratégica para o BB. Brandão também afirmou que deve buscar um novo sócio para o BB DTVM, braço de gestão de recursos do banco.

“Cartões e tudo o que é segmento de pagamentos é core business para o banco, então a discussão é sobre melhoria. Para BB DTVM, as discussões são sobre qual a melhor forma de atuar para ter melhores serviços e recomendações para clientes. Talvez a solução possa passar por uma parceria da mesma forma que aconteceu entre BB e UBS”, disse.

A parceria do banco público com o UBS foi formalizada em setembro e, segundo o vice-presidente de relações com investidores do BB, Carlos Hamilton, deve contribuir para melhorar as experiências na plataforma da instituição.

“Deve melhorar para pessoas jurídicas na perspectiva de captação e para pessoas físicas sob a ótica de captação. Ambos terão soluções mais completas no segmento de bancos de investimentos”, disse.

O novo presidente do BB também afirmou que um dos desafios de sua nova gestão é fazer com que o banco seja mais rentável. “Temos um banco resiliente e que teve resultados muito positivos neste ano, mas um dos efeitos colaterais é a rentabilidade um pouco aquém do que podemos ter. Um dos desafios será ter um posicionamento mais agressivo, com critérios claros de crédito para ativos com um pouco mais de risco. Há apetite e capital para isso”, afirmou.

Brandão afirmou que para melhorar a rentabilidade do banco deve reduzir despesas e aumentar a atuação do BB no crédito, integrando as diversas linhas de negócio.

“Tenho insistido para termos metas cruzadas, porque podemos fazer a integração dos modelos de negócio. Extrair mais valor de um cliente de atacado no varejo, por exemplo, ou de um cliente do governo no atacado. Tem extração de valor que vai além do empréstimo”, afirmou Brandão.

O executivo disse ainda que a dinâmica de integração também é válida para o segmento do agronegócio. “Nenhum outro banco tem tanta informação sobre o setor, o que é bem importante para nós. Podemos fazer muita coisa em conjunto, entrar na cadeia produtiva com clientes do atacado e middle Market [médias empresas] para o financiamento, vincular produtos a pessoas físicas e até private banking. Tem extração de valor que vai além do empréstimo e não quero mais ver o BB perder share [participação] nesse setor”, afirmou Brandão.

Fonte: Click PB

 

Em reunião com diretores do BB, Brandão cobra projetos concretos

Publicado em: 24/09/2020

O novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, deixou uma boa impressão na primeira reunião que teve com os diretores da instituição nesta quarta-feira (23/09). Mas os presentes entenderam que precisarão apresentar projetos concretos e não promessas que todos sabem que não darão em nada. Eficiência e resultados darão a tônica da gestão do BB de agora em diante.

Quem ouviu as diretrizes de Brandão — que, ressalte-se, mostrou-se muito educado e atencioso —, entendeu o recado, que se espalhou pelos corredores da instituição. Imediatamente, o termo mais usado entre os empregados do Banco do Brasil foi: “Acabou o Migué!”, num tom de piada, mas, também, de preocupação. Por uma razão simples: não será mais aceita enrolação.

Os diretores do BB perceberam que precisarão de projetos mais sólidos e de muito mais argumentos para debater os assuntos com André Brandão, que tem 34 anos de experiência no sistema financeiro, inclusive internacional.

Todo mundo no Banco do Brasil sabe que o ex-presidente da instituição Rubem Novaes, apesar da formação em economia, não tinha passagem relevante pelo sistema financeiro. Não à toa, quando convidou Brandão para a presidência do BB, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi enfático: “O Banco do Brasil precisa de gestão, de um executivo”.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Perto de André Brandão, Rubem Novaes ficou um nanico à frente do BB

Publicado em:

Comparações são inevitáveis. E os funcionários do Banco do Brasil não estão fazendo por menos. Já no primeiro dia de André Brandão na presidência da instituição, a percepção foi clara: Rubem Novaes, que deixou o comando do BB nesta semana, transformou-se em um nanico.

Para os funcionários do Banco do Brasil, a primeira grande diferença entre Brandão e Novaes é a humildade. No primeiro dia de trabalho, o novo presidente do BB abriu espaço na agenda para visitar uma agência de varejo, para ver como é o atendimento ao público. Novaes tinha horror a isso.

Brandão foi caminhando da sede do Banco do Brasil até uma agência próxima para conversar com os funcionários. Também interagiu com os empregados da instituição, agradecendo as boas-vindas por meio de comentários feitos na agência de notícias interna.

Novaes falava muito mal de Brasília

Rubem Novaes não prezava por essa proximidade. Na verdade, sempre que se aproximava de funcionários era para falar mal de Brasília, cidade que, na visão dele, só abriga corruptos. Isso incomodava muito os subordinados.

As comparações entre Brandão e Novaes foi visível em todos os níveis da empresa. E houve quem afirmasse, de forma enfática, que Novaes foi um dos piores presidentes que o Banco do Brasil já teve. Por isso, a sensação de alívio.

Segundo os funcionários, em vez de se focar na gestão do banco, Novaes só se preocupava em criar polêmicas, como a privatização do banco, além de ser extremamente ideológico. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, quando convidou Brandão para assumir a presidência do Banco do Brasil, disse que precisava de um gestor, de um executivo.

Fonte: Blog Correio Braziliense

Mesmo sem tomar posse, André Brandão já dá as cartas no Banco do Brasil

Publicado em: 18/09/2020

Ainda sem ter assumido oficialmente o cargo de presidente, André Brandão já dá as cartas no Banco do Brasil. Ele, que deverá tomar posse na próxima semana, segundo fontes, vem se reunindo virtualmente com os principais executivos da instituição a fim de dar as diretrizes que serão a tônica de sua gestão.

Brandão, que substituirá Rubem Novaes no comando do BB, quer agilizar uma série de processos, uma vez que o banco corre contra o tempo para ampliar sua competitividade no mercado. Há projetos cujos prazos de execução terminam no fim deste mês. Boa parte, na área de tecnologia, que receberá investimentos totais de R$ 2,3 bilhões.

Quem teve contato com o executivo destaca a vontade que ele tem demonstrado para assumir o cargo afim de promover uma “revolução” no BB. Nas conversas, tem destacado os potenciais da instituição.

Desafios do BB são enormes

Para Brandão, no entanto, os desafios do Banco do Brasil são enormes, sobretudo por causa das mudanças que estão sendo promovidas pelo Banco Central no sistema financeiro. O objetivo é ampliar substancialmente a competição no mercado, não apenas entre os grandes bancos, mas com novos atores, como as fintechs. O PIX, que permitirá pagamentos e transferência eletrônica 24 horas, é um desses instrumentos.

Além das diretrizes operacionais, o futuro presidente do BB indicou que pode promover algumas mudanças no alto escalão do banco, o que é natural uma vez que ele quer estar cercado de pessoas mais alinhadas com seu estilo de gestão. Nada será feito, porém, de forma atropelada. Não há porque gerar turbulências desnecessárias.

Está certo, por exemplo, que Brandão terá participação direta na escolha do sucessor de Joaquim José Xavier da Silveira, que renunciou a uma vaga no Conselho de Administração do Banco do Brasil. O comunicado do desligamento foi encaminhado na sexta-feira (11/09) à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Fonte: Correio Braziliense

Posse de André Brandão no BB deve ocorrer até o fim deste mês

Publicado em: 10/09/2020

A expectativa é grande no Banco do Brasil quanto à chegada de seu futuro presidente, André Brandão. Se nada atrapalhar os planos da instituição, ele tomará posse na segunda quinzena de setembro.

Brandão ainda continua nos Estados Unidos por causa da burocracia para se desvencilhar de seu cargo do HSBC e para cumprir todas as regras exigidas pelo governo norte-americano para a repatriação dele para o Brasil.

Ele estimava aportar no Brasil no fim de agosto, uma vez que todo o processo para a sua posse na presidência do BB está andando de forma acelerada. Agora, a previsão é de que chegue ao país por volta de 15 de setembro.

Mesmo de longe, no entanto, Brandão já vem tomando ciência de tudo o que acontece no BB, de projetos que estão sendo tocados e de estratégias que vêm sendo adotadas para melhorar os resultados da instituição.

Entre os empregados do BB, a ansiedade é grande. Todos se perguntam que linha Brandão seguirá no comando do banco. A tendência é de que ele seja muito mais agressivo do que o presidente demissionário, Rubem Novaes.

Brandão tomará posse às vésperas de mudanças importantes para o mercado financeiro, como a implantação do PIX, sistema de pagamento e de transferência de recursos 24 horas por dia.

Todos os bancos estão correndo para não serem surpreendidos pela concorrência. Nas instituições privadas, a ordem é usar todas as armas disponíveis para garantir uma parcela do mercado. Com o BB não é diferente.

Fonte: Blog do Correio Braziliense

Futuro presidente do BB quer “prata da casa” na alta cúpula e vê privatização difícil

Publicado em: 03/09/2020

De malas praticamente prontas para retornar ao País e assumir o comando do Banco do Brasil, André Brandão, egresso do HSBC, é favorável à agenda liberal, mas entende que a privatização do conglomerado, rechaçada pelo presidente Jair Bolsonaro, não é tarefa ‘tão simples’, dizem fontes próximas, que concordaram em falar na condição de anonimato ao Broadcast. O executivo tem desenhado os planos de sua gestão a partir de uma transição virtual, necessária tanto pela distância – ele ainda está em Nova York – quanto pela pandemia, e, embora venha da iniciativa privada, defende um perfil ‘o mais prata da casa possível’ na alta cúpula depois da debandada de profissionais na gestão atual.

Uma agenda de videoconferências online está prevista para ocorrer com vice-presidentes do banco nos próximos dias enquanto Brandão não chega no Brasil. Sua volta está prevista para a segunda quinzena de setembro e a ideia da equipe econômica, segundo duas fontes, é realizar a cerimônia de posse até o fim do mês. A data ainda não estaria fechada, mas pode ocorrer a partir do dia 21 de setembro, quando o novo presidente do BB, que tem 55 anos, já estará instalado em solo brasileiro após pouco mais de 4 anos fora.

Por ora, Brandão tem sido munido de informações por integrantes do conselho de administração do banco, dentre eles, o chairman Helio Magalhães, ex-Citi, do qual é próximo, e ainda o demissionário presidente do BB, Rubem Novaes. Também tem mantido contato com o ministro da Economia, Paulo Guedes, quem lhe fez o convite para o cargo. Foram poucas conversas até aqui. O futuro chefe de Brandão quer pautá-lo assim que ele chegar ao País, em um tradicional tête-à-tête.

Um esboço do que será a gestão do executivo a frente do BB, porém, já começa a ser desenhado. Brandão vê urgência em trabalhar os pontos fortes da organização e em paralelo tocar uma agenda de desinvestimento de algumas atividades, já em curso, conforme fontes relatam ao Broadcast. Nessa lista, a principal missão é preparar o banco de varejo com 38,3 milhões de correntistas para a arena que se transformou o setor com o ataque digital de fintechs e, mais recentemente, as big techs, gigantes da tecnologia.

Outros negócios que saltam aos olhos de Brandão, conforme o relato das fontes, incluem o setor de agronegócios, do qual o BB é líder mas enfrenta crescente concorrência dos pares privados, e ainda relacionados ao comércio exterior.

Agenda de desinvestimentos

Se de um lado quer reforçar áreas de expertise do banco, do outro, o futuro presidente deve avançar na agenda de desinvestimentos. Ele ainda não teria batido o martelo quanto aos negócios alvo – prefere tomar o prumo das coisas antes, mas, nos bastidores, o que se espera é continuidade em relação ao que já está encaminhado.

“A agenda liberal faz sentido, mas a questão é timing e como. A agenda de privatização é do ministro [Paulo Guedes] e do presidente [Jair Bolsonaro]”, resume uma fonte, próxima a Brandão, ao comentar sua visão sobre desinvestimentos. “Tem gente que fala que o governo deveria simplesmente privatizar o banco. Não é tão simples assim. Dá para fazer uma agenda paralela”, acrescenta o executivo.

Um negócio que Brandão mostra interesse em deslanchar, segundo apurou o Broadcast, até por sua experiência nesse universo, é a joint venture com o suíço UBS na área de banco de investimentos. O negócio recebeu o aval do Banco Central na semana passada, conforme revelou o Broadcast, e a expectativa é de que esteja de pé em meados de outubro.

O futuro presidente do BB também deve dar tração nas negociações com o Bradesco, do qual o banco tem várias sociedades no mundo. A Cielo é a principal delas e também a mais difícil por conta da Cateno, da qual o BB detém 30%. O executivo criou uma boa proximidade junto à Cidade de Deus, sede do banco privado, quando capitaneou a venda da operação brasileira do HSBC. A pessoas próximas, ele tem dito que a relação pode ajudar e que o foco é ser um intermediador a partir de um contato franco com o Bradesco, mas com o objetivo principal de atender aos interesses do BB.

“André [Brandão] é hábil no trato difícil, equilibrado sob qualquer pressão e correto ao deliberar”, diz um experiente executivo do setor e que trabalhou ao lado de Brandão.

Gestão compartilhada

Ainda que não seja um ‘banqueiro de varejo raiz’, Brandão não demonstra se intimidar com questionamentos levantados no mercado quanto ao seu perfil de ‘banco de atacado’ – ele começou a carreira em tesouraria. O executivo tem sinalizado que sua gestão será ‘compartilhada’, contando com o apoio dos vice-presidentes do BB. Quando capitaneou a operação brasileira do HSBC, posto que ocupou por quatro anos, eram cerca de mil agências e um contingente ao redor de 10 mil pessoas. Como comparação, o BB tem uma rede de 4.367 agências e 94.350 funcionários.

De cara, Brandão terá de nomear um vice-presidente para a área de negócios de atacado. Com a morte repentina de Walter Malieni, aos 50 anos, o cargo está vago desde o início de agosto. Por ora, o vice-presidente corporativo do BB, Mauro Ribeiro Neto, acumula a cadeira como interino. O atual presidente do BB preferiu deixar a escolha para seu sucessor, que já teria sinalizado preferência por uma sucessão interna e o ‘mais prata da casa possível’. Sua postura teria agrado até mesmo executivos do banco ainda ressabiados, diz outra fonte.

Nos corredores do banco, a expectativa em torno de sua chegada é grande e positiva. Passada a euforia inicial, os questionamentos sobre o currículo do executivo e ainda o histórico do HSBC, envolvido em escândalos financeiros, foram colocados de lado. “Falta ainda ele dizer a que veio, mas ninguém vê descontinuidade”, afirma uma pessoa próxima ao banco.

Mais rentabilidade

No polêmico duelo entre market share ou margem, internamente, espera-se que a gestão de Brandão seja voltada à rentabilidade. O executivo já teria ventilado em conversas reservadas que o foco na tríade – redução de custos, melhora do retorno e das receitas – será mantido. Por consequência, essa seria a melhor estrada para diminuir o desconto das ações do banco frente a seus pares na bolsa brasileira.

A gestão atual, de Novaes, e também a anterior, de Paulo Caffarelli, hoje na Cielo, focaram em posicionar o BB na cola dos pares privados em termos de retorno. Isso antes de a pandemia varrer os indicadores das grandes instituições financeiras no País. Como consequência, a rentabilidade do BB, no critério mercado, saltou de 8,4% ao fim de 2016 para 17,7% ao término do ano passado. Com o efeito da covid-19, que obrigou os bancos a reforçarem seus colchões para perdas, o indicador caiu a 11,9% em junho último, assim como se viu nos privados.

Também há uma torcida para que o futuro presidente ajude a posicionar o BB na agenda ESG, sigla em inglês para resumir práticas responsáveis nas áreas ambientais, sociais e de governança. Por ora, os rivais privados, que se uniram em meio à covid-19, têm tido mais holofote no tema, em grande evidência na atualidade.

No mercado, analistas ouvidos pelo Broadcast estão ansiosos para saberem a lista de desinvestimentos que Brandão abraçará, mas reforçam a importância da rentabilidade. Cobram a necessidade de o BB fechar o ‘gap’ junto aos privados ainda que não tenha o mesmo poder de fogo do lado de receitas de prestação de serviços. Além de ter vendido o controle da Cateno para a Cielo, que captura parte relevante dos ganhos com cartões, abriu o capital do negócio de seguros, sob o guarda-chuva da BB Seguridade.

Estilo discreto

Para Brandão, a presidência do BB agrega uma importante marca em sua carreira. De estilo discreto, o novo posto vai lhe exigir mais aparição e trato com o ambiente político, o que aparentemente não o assusta. Além disso, o convite veio a calhar. Sua carreira no HSBC, onde entrou em 1999, estava com os dias contados uma vez que ele tinha planos de voltar ao Brasil com sua família, apurou o Broadcast.

Brandão substituirá o economista Rubem Novaes, escolhido para capitanear o BB durante o governo Bolsonaro. Aos 75 anos, ele avalia ser a hora de passar o bastão a alguém mais jovem e mais ligado à geração digital. Pesou ainda o cansaço com o ambiente de Brasília.

Fonte: Estadão

André Brandão é confirmado no comando, em meio à gula do Planalto por cargos no BB

Publicado em: 20/08/2020

O Banco do Brasil recebeu no dia 14 de agosto a comunicação formal do Ministério da Economia sobre a indicação de André Guilherme Brandão para a presidência da instituição. Agora, o BB vai iniciar os procedimentos de governança necessários para confirmar a elegibilidade do executivo – ex-presidente do HSBC no Brasil e que era head de Global Banking e Markets para as Américas da instituição.

Brandão vai entrar no lugar de Rubem Novaes, que deixou o posto no mês passado. Em entrevistas, Novaes alegou que sua saída estava atrelada à necessidade de “dar lugar a alguém da geração digital”. Mas ele criticou também o que chamou de “cultura apodrecida de Brasília”, referindo-se a dificuldades para fazer aprovar propostas de cunho liberal dentro do governo.

Recentemente, em meio a comentários sobre a demora para a oficialização do nome de Brandão no cargo, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, teve de acalmar os ânimos do mercado. Nesta semana, ele disse que o executivo estava confirmado no cargo, mas precisaria de mais alguns dias para se desvincular da sua função no setor privado. Brandão ainda teria, por exemplo, de vender as ações que detinha no HSBC antes de começar a trabalhar no banco público.

Planalto de olho em cargos

A saída de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil reacendeu, entre integrantes do Palácio do Planalto, o apetite para abocanhar algumas funções estratégicas na instituição, em especial, nas áreas de comunicação e marketing. Para isso, tiraram da gaveta o discurso de que, passados quase dois anos de governo Bolsonaro, ainda não houve a despetização total do maior banco público do país.

Citam, como exemplo, Paulo Rogério Caffarelli, que presidiu o BB e, hoje, está no comando da Cielo, empresa de maquininhas de cartões na qual a instituição tem participação acionária, mas é controlada pelo Bradesco.

Na cabeça desse povo, Cafarelli, que foi secretário executivo de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, é petista e deixou uma série de seguidores no Banco do Brasil. Em nota enviada ao Blog, diz que é um técnico e sempre exerceu, de forma profissional, todos os cargos pelos quais passou, seja no governo, seja na iniciativa privada.

Veja a nota de Caffarelli:

“Gostaria de registrar que sou técnico concursado e exerci vários cargos no Banco do Brasil por mais de 37 anos de carreira. Ocupei a secretaria executiva do Ministério da Fazenda entre 2014 e início de 2015, presidi o Banco do Brasil na gestão do presidente Michel Temer por um ano e meio, como ocupei cargos importantes no BB na gestão Fernando Henrique Cardoso. Portanto, é totalmente descabido e leviano tentar vincular o meu nome a qualquer partido político. Sempre exerci minhas funções de forma profissional, seja no governo ou na iniciativa privada. Registro ainda que não tenho qualquer ingerência na atual gestão do Banco do Brasil.”

Fonte: IstoÉ Dinheiro (com Blog do Correio Braziliense)

 

Em meio à sucessão, diretoria do Banco do Brasil define estratégia para 2021

Publicado em: 14/08/2020

A alta cúpula do Banco do Brasil esteve reunida entre os dias 9 e 10 de agosto para definir a estratégia da instituição para o próximo ano. Faltou somente uma pessoa no debate: André Brandão. Atualmente no HSBC, ele substituirá o economista Rubem Novaes no comando do BB. O encontro se tornou comum na agenda da instituição e abre a pauta do planejamento para o exercício seguinte. No ano passado, também ocorreu em agosto.

Internamente, o presidente do Conselho de Administração do BB, Helio Magalhães, que é quem dá as cartas, defendeu a importância da realização do evento. Assim, André Brandão já chega com a pauta estratégica do banco encaminhada, mas ainda a tempo de participar do debate, que só termina no fim do ano. Fora que é preciso seguir com a governança do BB. Por outro lado, soa estranho definir a direção da instituição sem o principal executivo presente.

Panos quentes

Em meio a burburinhos quanto à demora da oficialização de Brandão para presidir o BB, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tratou de acalmar os ânimos. Disse essa semana que o executivo está confirmado no cargo, mas precisa de uns dias para se desvincular da sua função atual. Como atualmente mora nos Estados Unidos, ele pode demorar até 40 dias para assumir o BB.

Nada é certo

Enquanto isso, Novaes diz que fica. Até mesmo porque uma nomeação só está certa quando publicada no Diário Oficial da União (DOU), disse ele, ontem. Às vezes, nem assim, alfinetou o economista.

Por falar nisso…

A presença de Novaes foi cobrada na teleconferência de resultados do BB com analistas e investidores hoje – embora ele nunca tenha participado. O motivo foram as falas do executivo sobre a estratégia de desinvestimentos do banco, principalmente quanto à Cielo, da qual é sócio com o Bradesco. Novaes sinalizou que negócios podem ser ?destrinchados? a depender do interesse de cada sócio. Ele já havia falado sobre o tema em outras oportunidades, mas o mercado se animou.

Não é tão simples

As ações da Cielo subiram e chegaram a entrar em leilão no pregão de ontem. O mercado parece que ainda não entendeu – ou parte dele – que desatar os “elos” entre BB e Bradesco não é tão fácil assim. E a Cielo é a principal pedra no caminho. Hoje, a ficha parece que caiu e as ações voltaram ao território negativo. No entanto, a venda ou abertura de capital da bandeira de cartões Elo, antecipada essa semana pela Coluna, poderia se materializar mais rapidamente.

Com a palavra

Procurado, o Banco do Brasil “informa que inicia anualmente, em agosto, a revisão do Planejamento Estratégico com participação de membros dos conselhos de Administração e Diretor. O evento de hoje marca o início do processo que se estende até novembro”.

Fonte: Estadão

Banco do Brasil: data de sucessão ainda não está definida

Publicado em: 06/08/2020

Apesar de André Brandão do HSBC já ter sido indicado para a presidência do Banco do Brasil (BB); o processo de transição segue lento. Presidente do BB, Rubem Novaes alegou que “oficialmente, nada nos foi informado” e disse que, por isso, ainda não sabe até quando fica na instituição para passar o bastão ao seu sucessor. Ele reforçou, contudo, que está na hora de colocar o Banco do Brasil nas mãos de alguém mais jovem.

“Meu compromisso é aguardar até que haja a definição do meu sucessor. E não é só a definição. Tem alguns passos para serem tomados até que a pessoa esteja apta a assumir. Estou aguardando”, afirmou Rubem Novaes, ao ser questionado sobre o assunto, durante a apresentação dos resultados financeiros da instituição no primeiro semestre deste ano, nesta quinta-feira (06/08).

Sobre o nome do seu sucessor, Novaes ainda alegou que “oficialmente, não nos chegou nada”. “A experiência que a gente tem no governo é que, enquanto as coisas não saem no Diário Oficial, às vezes até depois do Diário Oficial, as coisas mudam. Então, enquanto não ficar tudo definido, a gente não vai saber ainda o momento de passar o bastão”, brincou.

Em entrevista à TV Record nessa quarta-feira (05/08), o ministro Paulo Guedes confirmou o nome de Brandão. Ele disse que a indicação foi do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e já foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro. Afinal, se encaixa no perfil jovem, experiente e focado buscado pelo governo. Guedes alegou, por sua vez, que um contrato como esse não é fechado de um dia para o outro. Por isso, revelou que Brandão só deve estar liberado do HSBC dentro de 30 a 40 dias.

Caminho entulhado de burocracia

Quem conhece bem os trâmites para a nomeação do presidente do Banco do Brasil sabe que o processo é complexo e burocrático. Há um longo caminho a ser percorrido, cheio de ofícios da Casa Civil para o Banco do Brasil, da instituição para o Planalto, da sede do governo para o Diário Oficial e do BB para à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Posso dizer que o comportamento do governo neste momento em relação ao Banco do Brasil é correto. Qualquer declaração fora de contexto pode estimular especulações no mercado, pois o BB tem ações negociadas em Bolsa”, explica um técnico. Além disso, a instituição está em período de silêncio, pois deve publicar o balanço do segundo trimestre ainda nesta semana.

Por conta das declarações de Bolsonaro no domingo, a CVM, órgão de fiscaliza e regula o mercado de capitais, questionou o Banco do Brasil sobre a indicação de André Brandão para o comando da instituição. Em resposta à indagação, o BB disse que a decisão cabe ao presidente da República.

Fonte: Blog Correio Braziliense

Escolhido para presidência do BB, André Brandão deve acelerar venda de ativos

Publicado em:

Embora seja mais conhecido pelo trabalho em banco de investimento do que no segmento de varejo, o escolhido para presidir o Banco do Brasil, André Brandão, segundo fontes do setor financeiro, poderia agilizar a agenda de venda de ativos do BB. Essa é uma das agendas prioritárias para a equipe econômica. “Brandão é o verdadeiro ‘lorde inglês’. Tem experiência em atacado e pode ajudar na venda de ativos. Também tem postura para lidar com grandes clientes e receber investidores”, disse um banqueiro, na condição de anonimato.

Em relação à venda de ativos do BB, algumas agendas já andaram, como a venda de ações de IRB Brasil Re e Neoenergia, o início da parceria com o UBS em banco de investimento e a abertura de capital do BV (ex-Banco Votorantim). Mesmo assim, a gestão de Rubem Novaes teria deixado a desejar nesse quesito – além de ter sido “atropelada” pela pandemia de coronavírus.

Brandão também pode ajudar nas conversas com o Bradesco, que tem uma série de sociedades com o BB, pois participou da venda do HSBC ao banco.  A Cielo deu o primeiro prejuízo trimestral de sua história no início deste ano, impactada pela pandemia e pela pressão concorrencial.

O BB, assim como seus rivais, também sofre pressão em relação à evolução tecnológica que está transformando o setor com a chegada de fintechs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conheça mais do novo “futuro” presidente

A ala “pragmática” do governo obteve uma vitória com a indicação de André Brandão, executivo atualmente no HSBC, para a presidência do Banco do Brasil, em substituição a Rubem Novaes, de 74 anos, que anunciou sua saída do cargo no início da semana passada. A escolha de Brandão foi antecipada na manhã de sexta-feira, 31, pela colunista Sonia Racy, do Estadão.

Novaes pediu demissão em meio a um desgaste e também por causa da pressão de dirigir o banco. Apesar de ser um nome com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, o executivo era também ligado ao “guru” Olavo de Carvalho, que tem criado polêmicas e atrapalhado a pauta do governo no Congresso. Além disso, o desempenho do BB na área de crédito também seria insatisfatória. Em meio à pressão, ele avisou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia que estava de saída no dia 24.

O governo vive neste momento uma “limpa” da área ideológica, justamente para agradar o mercado financeiro e principalmente o Legislativo e os partidos do chamado Centrão, que agora formam a base de apoio do governo Bolsonaro. Ao escolher um nome de mercado – Brandão tem 17 anos de HSBC e mais de uma década de Citibank -, o consenso é de que o nome reforça o cacife de Guedes no governo. A confirmação do executivo no cargo depende de ritos internos do BB e do governo. Mas ele já aceitou a função.

Executivo já depôs em CPI

Desde 2003 no HSBC, André Brandão atuava como chefe global da instituição para as Américas. Desde que vendeu o banco de varejo para o Bradesco, em 2016, o HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento – área chamada de “atacado” no jargão do mercado. Antes de chegar ao HSBC, o executivo permaneceu mais de dez anos no Citibank (outra instituição que, recentemente, saiu do segmento de varejo no País, que foi adquirida pelo Itaú Unibanco).

Em 2015, o executivo depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava supostos crimes de evasão de divisas de brasileiros que tinham contas na agência de Genebra, na Suíça, do banco. Na época, ele negou que a instituição brasileira tivesse acesso a dados dos correntistas fora do País.

Brandão enfrentava, no HSBC, um movimento de redução de cargos executivos. Segundo reportagem da Reuters publicada no mês de abril, ele permaneceria no cargo de dirigente para as Américas até o fim do ano, quando “novos anúncios seriam feitos”. Outros diretores regionais do banco foram demitidos desde o início de 2020.

Fontes do mercado financeiro consultadas pelo Estadão disseram que Brandão é um visto como um respeitado executivo de mercado e que sua indicação para o Banco do Brasil manda uma mensagem positiva em termos de gestão.

Fonte: Infomoney e Repórter Diário