SÃO PAULO – A Rossi Residencial informou em comunicado que seu conselho de administração aprovou os termos de acordo de renegociação de dívidas com Bradesco e Banco do Brasil, que, em conjunto, representam um montante de R$ 1,27 bilhão.
A dívida do Bradesco, avaliada em R$ 1,02 bilhão, terá sua maior parte quitada com a entrega de ativos que já eram utilizados como garantia do débito. Do montante, R$ 315 milhões em ativos terão efeito imediato de amortização, mas a empresa estima que o saldo total quitado com ativos possa chegar a R$ 755 milhões. O abatimento remanescente “poderá ser consumado ao longo de 2018, à medida que as transferências de todos esses ativos sejam formalizadas”, afirma o comunicado.
Os cerca de R$ 265 milhões remanescentes terão prazo alongado de pagamento. Serão dois anos de carência para o valor principal e juros. Nos cinco anos seguintes, ou seja, a partir de 2020, o pagamento será escalonado, sendo 5% no primeiro ano e cerca de 55% no sétimo e último ano do contrato.
Com relação ao Banco do Brasil, o saldo de R$ 250 milhões terá aproximadamente 35% abatido com os recebíveis provenientes da venda de imóveis que são atualmente garantia das referidas dívidas. Os 65% de saldo também terão prazo de pagamento estendido. A companhia não detalhou os prazos nesse caso.
Segundo fontes do mercado financeiro que acompanham a companhia, a negociação soluciona cerca de 90% da dívida corporativa da companhia e os termos do Banco do Brasil para quitação do saldo são semelhantes ao do Bradesco.
De acordo com a mesma fonte, a entrega dos ativos utilizados como garantia não deve afetar de maneira significativa o banco de terrenos da companhia.
A avaliação é de que, após a entrega dos ativos, o valor geral de vendas (VGV) do banco de terrenos seja da ordem R$ 4,5 bilhões. No terceiro trimestre de 2017, a parte da Rossi no banco de terrenos era avaliada em R$ 6 bilhões de VGV.
O movimento faz parte do processo de reestruturação da Rossi, anunciado em dezembro do ano passado. Na ocasião, a empresa ainda negociava com os bancos os termos dos acordos.
Após essa virada de página, a empresa pretende retomar de vez os lançamentos, após ficar dois anos e meio sem novos empreendimentos.
A expectativa do mercado é de que a alavancagem, de cerca de oito vezes no terceiro trimestre do ano passado recue para três vezes após a conclusão do acordo.