A crise produzida pela atual pandemia do Coronavírus mudou drasticamente as previsões feitas no começo do ano para a maioria dos setores da economia. Dentre eles, o setor financeiro registrou cifras inesperadas que foram variando no decorrer dos meses e dependendo principalmente da reativação de outras atividades assim como do acesso ao crédito por parte dos cidadãos.
Já em abril deste ano, época na qual o vírus Covid-19 tinha irrompido no país, o Banco Central do Brasil (BCB) projetava uma perspectiva de redução na rentabilidade do sistema bancário, reforçada diante das incertezas e impactos da pandemia, conforme o publicado no Relatório de Estabilidade Financeira publicado semestralmente. Mesmo assim se estimava que, por causa dos níveis de rentabilidade, uma maior pressão sobre ela não representaria risco relevante para a estabilidade do setor.
Confirmando o projetado pelo Banco Central, o Banco do Brasil por exemplo, um dos bancos mais importantes do país, começou o ano registrando uma queda do 20% do lucro líquido no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2019. Já no segundo trimestre deste ano, o lucro líquido caiu ainda mais registrando a soma de R$3,311 bilhões: 25,3% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado. De fato os quatro grandes bancos de capital aberto do país -Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil- mostraram uma queda no segundo trimestre do 36,5% com um lucro líquido combinado de R$ 13,525 bilhões. Um dos principais motivos deve-se às despesas com provisões para perdas no crédito e quedas nas receitas na prestacao de servicos.
Ainda assim nem todos os números são negativos. Segundo o Banco do Brasil, mesmo com a queda do lucro, a produção de negócios continua forte por causa do crescimento da carteira de crédito com um mix adequado, entre outras. No caso do BB a carteira de crédito ampliada cresceu 5,1% em um ano.
Neste crescimento sobressai o desempenho do crédito consignado que, em doze meses subiu um 14,6%. É que alguns créditos consignados com suas respectivas taxas estão sendo a opção mais econômica no mercado para quem precisar de ajuda financeira, sempre que conte com alguns dos ingressos requeridos para esta modalidade de crédito, claro.
O consignado é um tipo de crédito pessoal que apresenta diferentes modalidades com diversas taxas de interés cada uma: Consignado Setor Privado, Consignado Setor Público e Consignado do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). Para poder ser titular dele, a pessoa solicitante deve contar com carteira de trabalho assinada tanto no setor público como privado, ou perceber algum tipo de benefício do INSS. A principal caraterística deste tipo de empréstimos é que o Banco cobra as parcelas diretamente descontando o valor da folha de pagamento mensalmente. Por causa disso, e o baixo risco de inadimplência que aquilo implica, as taxas do Consignado são as menores do mercado: a taxa mais cara das três modalidades é de 2,15% em média, correspondendo ao Consignado Setor Privado.
Isto explica por quê, em época de crise, o consumo do consignado tenha aumentado em 20%, ainda mais levando em conta que a média dos créditos pessoais atualmente oferecem taxas mensais do 5%.