O foco para Invepar deve ser o refinanciamento de dívida em vez de venda imediata do controle, disse nesta segunda-feira o presidente da Previ, um dos principais sócios da empresa de concessões de infraestrutura.
Durante o congresso anual dos fundos fechados de previdência complementar, José Mauricio Coelho, afirmou que a Invepar pode emitir novas dívidas ou prorrogar o vencimento da dívida atual, em vez de procurar um investidor para assumir o controle da empresa e injetar dinheiro. A Invepar perdeu 1,2 bilhão de reais nos últimos dois anos.
Em agosto, a Previ, caixa de previdência dos empregados do Banco do Brasil, rejeitou uma oferta vinculante do fundo soberano Mubadala para adquirir a Invepar, na qual possui participação de 26 por cento. A concessionária detém a concessão do aeroporto internacional de Guarulhos, entre outros ativos.
Coelho disse que a Previ considerou a oferta muito baixa, então uma alternativa melhor agora seria refinanciar a dívida. A dívida da Invepar inclui 650 milhões de reais em debêntures que a Mubadala comprou no fim do ano passado.
Coelho também disse que o fundo está adiando para 2019 a listagem na bolsa das ações da Neoenergia, na qual detém uma fatia de 38 por cento. A Neoenergia fez uma tentativa anterior fracassada de IPO em 2017.
A Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, deve se concentrar na captura de sinergias da fusão anunciada em junho do ano passado com a Elektro, disse Coelho.
A Previ pode vender uma pequena fatia que tem na Vale, como parte dos esforços para levantar dinheiro para pagar beneficiários. Ainda assim, ele disse que a Previ não tem pressa e que ainda vê potencial de alta para as ações da Vale.
A Vale representa 19 por cento dos ativos totais da Previ. As ações da mineradora subiram 52 por cento nos últimos 12 meses.