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Falta verba para renegociar dívida de produtor, diz executivo do BB

Publicado em: 25/05/2018

Na semana passada, a Câmara dos Deputados propôs aos bancos a criação de uma linha de crédito a produtores endividados. Nesta terça-feira, dia 22, o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner, declarou que faltam recursos para o refinanciamento de dívidas. Ele orientou o produtor a procurar novas modalidades de seguro para não ser pego desprevenido mais adiante.

O Banco do Brasil é o principal responsável pela oferta de crédito agrícola no país. Pela proposta parlamentar, os agricultores teriam prazo de pagamento de 25 anos, com dois de carência para renegociar os valores. A taxa de juros sugeridas é de 4,5% ao ano.

De acordo com Hübner, os bancos não têm capital para abraçar essa solução no prazo previsto. “A não ser que haja uma solução por parte do Tesouro. Está se discutindo que alternativas são viáveis para colocar à disposição de alguns produtores com dificuldade para fazer frente aos seus compromissos”, diz.
O banco deve apresentar uma contraproposta de linha de crédito especial aos produtores endividados, mas ainda não deu detalhes sobre as condições. A expectativa é que a proposta seja apresentada antes da divulgação do Plano Safra 2018/2019.

No entendimento do banco, é mais viável a prevenção aos endividamentos do que a renegociação. O seguro faturamento tem sido divulgado aos produtores como forma de garantia de renda, em caso de sinistro na lavoura, e também para que não percam a capacidade de investimento.

O seguro faturamento está disponível desde 2011 e cobre a renda esperada de determinada atividade. É diferente do seguro agrícola, mais popular, e que protege o custeio firmado junto aos bancos. No último Plano Safra, 62 mil apólices foram contratadas, mas apenas 11 mil eram de seguro faturamento. Nesta terça, o Banco do Brasil falou da modalidade de seguro a produtores rurais. A ideia é aumentar a adesão para diminuir riscos à cadeia produtiva e à instituição financeira.

Consultor em seguros rurais do Banco do Brasil, Luiz Antônio Digiovani afirma que um produtor rural, mesmo usando toda a tecnologia disponível para uma boa safra, pode ter resultados negativos por questões climáticas. Sem estar protegido, nesse caso lhe restaria fazer a renegociação de dívida, enquanto que, com o seguro, receberia indenização pelas perdas. “Com a complementação indenizatória do seguro, o produtor, apesar de ter um ano ruim, vai poder continuar na atividade, usando tecnologia novamente”, diz Digiovani.

Fonte: Canal Rural

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