O Banco do Brasil promoveu recentemente um gerente-geral que tem no currículo uma série de denúncias por assédio moral. Ele passou de uma agência nível B (Heitor Penteado) para uma agência empresa (Itaim Bibi). A prática vai na contramão do que o banco propagandeia.
Ao visitar as agências da região oeste da capital, o Sindicato tomou conhecimento da extensão dos danos psicológicos causados aos funcionários que foram subordinados ao “administrador”. Ao longo de vários anos, os rituais de humilhação de bancários na frente de colegas de trabalho e de clientes foram corriqueiros nas agências por onde o gestor passou, principalmente na da Heitor Penteado. Além disso, o gerente proferia comentários ofensivos, muitos deles machistas, contra funcionários e funcionárias e utilizava-se do cargo para prejudicar subordinados.
“Fui vítima de assédio moral por parte desse gerente-geral, que me humilhou na frente de outros colegas. Fiquei tão mal que acabei afastada por alguns dias”, relata uma das vítimas. “Por vezes, ele deixava claro na agência que não queria os subordinados que lá trabalhavam, ameaçando a troca da equipe. Em outras, depreciava os funcionários, com comentários agressivos e por vezes machistas na frente de clientes”, acrescenta.
Para a dirigente do Sindicato e funcionária do BB Priscilla Semencio, é espantoso o despreparo de alguns gestores em lidar com subordinados. “Nós apuramos que há tempos esse gerente tem atitudes que envolvem constrangimento, irresponsabilidade no trato com colegas, agressões verbais e outras ações, entre elas a utilização da ferramenta de avaliação de desempenho GDP para descomissionamentos sem justo motivo”, salienta.
A dirigente sindical acrescenta que a Gepes (Gestão de Pessoas) afirma nunca ter tomado conhecimento das atitudes do “administrador”. E ressalta que a Superintendência de SP Capital, ao promover um gerente-geral com esse tipo de comportamento, faz vista grossa em relação à realidade pela qual passam seus colegas de trabalho. “Ou então este funcionário tem costas quentes, pois é impossível tais atitudes e adoecimentos passarem despercebidos”, enfatiza Priscilla.
“Nesse sentido, o Banco do Brasil autoriza implicitamente as ações praticadas no local de trabalho. Não considero apropriado e normal um gestor, claramente sem nenhum respeito no trato com seus colegas, se achar acima do bem e do mal e fazer da empresa uma extensão de suas relações pessoais, como se estivesse no quintal da sua casa! Gritar e se utilizar de comentários inadequados na frente de clientes e colegas não nos parece a forma mais ética que a diretoria do banco diz valorizar”, acrescenta a dirigente.
Priscilla Semencio informa que o Sindicato está monitorando todas as agências onde surgem apontamentos de casos coletivos ou individuais de humilhação e desrespeito.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região