A Polícia Federal em Goiás realiza, nesta quarta-feira (26), a Operação Sine Causa, que pretende recolher provas do desvio de R$ 12 milhões do Banco do Brasil por meio de linhas de créditos a empresários e laranjas. Segundo a PF, um dos investigados é ex-gerente do banco e trabalhou na agência de Crixás, no norte goiano, – uma das seis cidades onde são cumpridos mandados de busca e apreensão.
A assessoria do Banco do Brasil informou por e-mail que a fraude foi descoberta pela instituição em 2011 e os funcionários envolvidos foram demitidos no final de 2012, após responderem a um processo administrativo. “O BB ofereceu notícia-crime às autoridades competentes em 2013. Todas as informações necessárias à investigação foram repassadas às autoridades”, diz a nota (veja íntegra abaixo).
As investigações apontam que o grupo, junto com esse ex-gerente, fraudavam os financiamentos de três linhas de crédito no banco: Financiamento de Desenvolvimento Rural (FCO Rural), Financiamento para Investimento dos Médios Produtores Rurais (Pronamp Custeio) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A PF disse que os desvios só foram possíveis por causa da participação do funcionário do banco. Segundo a corporação, ele facilitava a abertura de contas e aprovava os créditos em “prazos meteóricos” – uma delas foi aprovada no mesmo dia em que foi pedida.
No total, são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. Além de Crixás, onde o ex-gerente trabalhou, também há alvos em Anápolis, Goiânia, Nova América, Nova Crixás e Rubiataba.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a operação foi batizada de Sine Causa, do latim, por causa dos valores que o grupo desviou “sem causa legítima”.
Nota do Banco do Brasil
“Em relação à operação Sine Causa, o Banco do Brasil informa que mantém estrutura dedicada à prevenção a fraudes. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar, com soluções administrativas que vão desde a advertência e suspensão até destituição do cargo, até a demissão sem justa causa e demissão por justa causa.
Em relação ao fato noticiado, a fraude foi descoberta pelo BB em 2011 e os funcionários envolvidos, inclusive o que foi detido pela Polícia Federal, foram demitidos no final de 2012, após responderem processo administrativo.
O BB ofereceu notícia-crime às autoridades competentes em 2013. Todas as informações necessárias à investigação foram repassadas às autoridades.
A apuração realizada permitiu, antes mesmo da conclusão do processo disciplinar, aprimorar os processos e adotar medidas preventivas.
O Banco não informa valores envolvidos, mas antecipa que não houve prejuízos aos seus clientes”.