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Covid-19: desencontro de informações preocupa funcionários do BB

Publicado em: 27/07/2020

A semana passada foi tensa para os bancários do Banco do Brasil. Antes mesmo do pedido de demissão do presidente Rubem Novaes, eles foram surpreendidos com uma orientação interna, amplamente divulgada pela empresa, que estimulava irresponsavelmente a convocação indistinta de praticamente todos os funcionários para retorno ao trabalho presencial, a partir do dia 27 de julho, desconsiderando toda a preocupação, cuidado e cautela com o processo de prevenção e combate à pandemia da covid-19.

Mas, felizmente, após muitas discussões e troca de mensagens preocupantes entre os funcionários, inclusive muitos deles associados da AGEBB, nos grupos digitais de comunicação, uma reunião entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) com representantes de diversos setores administrativos do Banco do Brasil reverteu a decisão da empresa de retomar o trabalho presencial em massa em São Paulo no dia 27. Além de representantes da Comissão de Empresa, o encontro reuniu o Comitê Gestor Estadual de Crise Covid-19, composto pelos principais administradores da Gepes São Paulo, Gepes Sede SP, PSO Plataforma de Suporte Operacional, Super PF I e Super Varejo Especializada SP.

“Ficou acordando que não haverá retorno em massa dos trabalhadores, e que nos casos necessários, os funcionários em teletrabalho seriam convidados ao trabalho presencial levando-se em consideração a especificidade do serviço, a necessidade e a situação especifica de cada funcionário”, disse o dirigente sindical e representante da CEEB pela Fetec-CUT/SP, Getúlio Maciel. Ele lembra, porém, que tal decisão deverá ser criteriosamente avaliada, considerando-se a situação de coabitação com pessoas do grupo de risco, questões de saúde, e situações referentes a filhos, pais, familiares que necessitam de cuidados e precaução devido ao momento de pandemia.

Para isso, as áreas do BB em São Paulo também se comprometeram a recepcionar e tratar essas situações que requeiram essa atenção, e buscar a melhor solução possível que atendesse a necessidade de atendimento à população, em conjunto com a salvaguarda vida e saúde desses funcionários e seus familiares.

BB fará avaliações

A Dipes já havia ratificado o entendimento de que, no seu comunicado a administradores, não havia nenhuma menção de convocação de funcionários, tampouco de obrigatoriedade, para o retorno do dia 27, seja de trabalhadores regulares ou autodeclarados coabitantes com grupos de risco, mas que apenas “funcionário com a autodeclaração de coabitação (com pessoas que fazem parte de grupos de risco da Covid-19) passa a se enquadrar nas formas de trabalho disponíveis, como os demais funcionários do banco que não pertençam ao grupo de risco, a partir de 27 de julho”. Esse posicionamento acabou jogando a responsabilidade no colo dos demais gestores de unidades do BB pelo chamado dos funcionários ao retorno, colocando-os numa situação em que poderiam assumir os riscos sobre a saúde de seus colegas, sem apoio da empresa.

Alívio para associado

Um gerente associado da AGEBB no interior paulista, que prefere não se identificar, assustou-se com a primeira notícia, mas está mais aliviado após ouvir de seu próprio superior de que poderá continuar em casa. “Além de morar com pessoa do grupo de risco, também sou grupo de risco, pois tenho hipertensão. E calhou que quando voltei de férias, no início da pandemia, declarei coabitação sem me atentar que deveria me autodeclarar”, disse.
O associado da AGEBB acha um absurdo o BB chamar de volta ao trabalho presencial funcionários que estão atuando em home office. “Não faz sentido. O escritório é um poço de contaminação, pois é um lugar fechado, com ar-condicionado ligado direto e 30 pessoas na mesma sala. Não há distanciamento social que resolva. Meu caso, felizmente, foi contornado”, afirma.

Fonte: AGEBB 

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