Em reunião nesta semana, o presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Hélio Magalhães, e outros três conselheiros defenderam a permanência de André Brandão no comando da instituição. A manifestação, registrada na ata do encontro, foi publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os conselheiros defenderam a “continuidade da gestão de excelência que vem sendo realizada pelo atual presidente do BB, em conjunto com toda diretoria executiva e seus mais de 90 mil funcionários”. E lamentaram a “possível e surpreendente substituição do presidente do Banco do Brasil ainda no início de seu mandato”.
“Todavia, caso o seja por qualquer razão alheia às atribuições deste Conselho, que eventual substituto esteja à altura de seu notável perfil técnico e profissional, aptidões essenciais para se liderar uma instituição com o porte e complexidade do Banco do Brasil S/A”, ponderaram.
André Brandão, segundo apurou O Antagonista, deverá confirmar sua saída da presidência do Banco do Brasil, no máximo, até o início da próxima semana.
Executivo da Caixa na presidência
O presidente da Caixa Seguridade, João Eduardo de Assis Pacheco Dacache, está entre os nomes cotados para presidir o Banco do Brasil (BB), substituindo André Brandão. A expectativa é de que a troca no BB aconteça ainda este mês.
O nome de Dacache já foi aprovado em partes e tem crivo do Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o jornal Estadão, ainda falta a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O avanço do nome de Dacache sinaliza o fortalecimento do presidente da Caixa no governo Bolsonaro, ao mesmo tempo que um menor poder de fogo de Paulo Guedes. O ministro da Economia vinha tentando trazer um nome de fora do universo de Brasília, seguindo sua agenda liberal. Dentre os cotados, cogitou o do ex-Itaú Unibanco Márcio Schettini.
Troca de comando é ruim
Outro que ganhou espaço para substituir Brandão é Márcio Schettini, ex-diretor geral de varejo do Itaú (ITUB4). De acordo com informações do Valor Econômico, outros nomes como Caio Ibrahim David, ex-diretor geral de atacado do Itaú, Gustavo Montezano, presidente do BNDES e Mauro Neto, vice-presidente corporativo do BB também estão no páreo.
Para a XP Investimentos mesmo com a experiência de Schettini, a troca do atual CEO é uma sinalização negativa. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.
Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários. A corretora cita a ampla experiência de Brandão e suas sinalizações positivas para ganho de eficiência do Banco do Brasil.
Além disso, a troca pode ser visto como uma interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.
“Um reconhecido nome sem independência teria problemas para implementar as mudanças estruturais de que o banco precisa”, argumenta. Não bastassem esses fatores, Brandão tem o amplo apoio dos conselheiros.