A Cassi, Caixa de Assistência que administra os planos de saúde dos funcionários do Banco do Brasil, precisa de R$ 1,4 bilhão até o início de 2020 para formar a reserva de segurança exigida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Desse montante, a Cassi dispõe de aproximadamente R$ 500 milhões. Mas enfrenta dificuldades para convencer sua patrocinadora, o Banco do Brasil, e seus associados a dividirem a fatura para não quebrar. A Cassi já está sob direção fiscal da ANS, devido sua delicada situação financeira.
Sem as reservas exigidas pela ANS, a decisão do órgão regulador pode ser dramática. O problema é que nem o Banco do Brasil nem os associados ao plano querem abrir o bolso para compor as reservas de R$ 1,4 bilhão.
Para aumentar as contribuições dos associados a fim de reforçar as reservas da Cassi, dois terços dos associados têm que votarem a favor da medida. O BB, por sua vez, sofre com as limitações impostas pelo governo para contribuir com os planos de saúde de seus empregados.
Flexibilização
Quem acompanha de perto a situação da Cassi garante que ainda há solução. A operadora atende mais de 670 mil pessoas. Em 2018, registrou rombo de R$ 377,7 milhões, depois de um deficit de R$ 206 milhões em 2017 . Nos primeiros seis meses deste ano, o resultado foi positivo em cerca de R$ 80 milhões.
Na avaliação de Anderson Mendes, presidente da Unidas, associação que reúne as operadoras de autogestão, como a Cassi, a exigência de reservas tão altas por parte da ANS não condiz com a atual realidade do mercado. Não por acaso, as operadoras recorreram ao Congresso na tentativa de flexibilizar as regras dos planos de saúde.
Mendes acredita que as regras que regem o mercado precisam passar por uma atualização, de forma a incluir mais gente no mercado e não afastar aqueles que desejam ter planos de saúde. Desde 2014, as operadoras perderam 3 milhões de associados, a maior parte, no sistema de autogestão.