SÃO PAULO – O executivo Marcelo Odebrecht disse em seu depoimento para a força-tarefa da Operação Lava-Jato que a Caixa Econômica Federal seria um banco “mais suscetível a pressões de cima”. A delação foi divulgada pelo relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin
“Tenho que reconhecer”, disse Marcelo, avaliando que talvez isso se explique pelo caráter mais político das diretorias.
A avaliação foi feita em comparação com o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que seriam “menos suscetíveis”.
Ele relata que, se a presidente pedisse para um ministro resolver uma questão na CEF, “funciona”. “No Banco do Brasil, a gente sente que o corporativismo é mais forte e que uma pressão de cima funciona menos”.
Os comentários foram feitos após o ex-presidente do grupo Odebrecht relatar o processo de entrada da empresa no projeto da Arena Corinthians para a Copa do Mundo.
Isso se deu, segundo o executivo, por um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao seu pai, Emílio Odebrecht.
De início, o combinado seria que o financiamento seira arcado pelo BNDES, mas o repassador seria a Caixa. Depois, a ex-presidente Dilma Rousseff teria definido que a função de repassador ficaria a cargo do BB.
“Ela queria uma coisa mais segura, ‘confiável’, ela usou esse termo”, disse, complementando que Dilma não detalhou a razão dessa avaliação.
Posteriormente, o repasse voltaria a ser função da Caixa.
Fonte: Valor Econômico