O maior grupo segurador do País, BB e Mapfre lança hoje um núcleo voltado para a oferta de coberturas específicas e com preços mais competitivos para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Expectativa é elevar o número de produtos para o setor.
O grupo já conta com mais de 20 coberturas específicas para esse público e, de acordo com o superintendente-executivo de massificados do BB e Mapfre, Tulio Carvalho, apesar de a média de preço dos seguros empresariais ser entre R$ 850 e R$ 1.000 por ano, a classificação de risco adequada permite a redução de preços.
“Como a característica de risco varia muito no segmento, montamos um produto estrutural com as coberturas básicas e criamos produtos específicos que conversam tanto com a necessidade de proteção como com a capacidade de pagamento”, explica.
“Só olhando como um todo eu consigo transferir efetivamente o benefício do preço”, acrescenta o executivo.
O movimento da seguradora é voltado, principalmente, pelo aumento no volume de Micro Empreendedores Individuais (MEIs), que já são mais de 6 milhões no Brasil, segundo dados da Serasa Experian. Só entre janeiro e maio deste ano, foram instalados mais de 955 mil novos negócios do País sendo que desse total, 79% foram de MEIs (756,3 mil).
Neste sentido, além das coberturas específicas para os empreendimentos, a aposta da seguradora é também vincular o produto com a contratação do seguro residencial.
“A abertura cada vez maior de novos negócios viabilizou a conexão dessas duas coberturas, exatamente porque o lugar de trabalho desses empreendedores é, muitas vezes, a própria residência. A ideia é que, mesmo com o orçamento apertado, a cobertura básica seja acessível”, afirma o superintendente-executivo.
Ele pondera, no entanto, que o fato de que “apenas 30% das empresas terem seguros” é um reflexo da baixa oferta do mercado segurador, onde o “corretor não tinha o costume de explorar o potencial de venda”. “Se alguém comprava um seguro automóvel, por exemplo, não havia a pergunta se ele era empresário ou se tinha algum outro tipo de proteção que precisaria”, diz.
O mercado, porém, já tem visto uma ampliação do leque de ofertas aos clientes.
De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privador (Susep), a contratação das coberturas básicas – de incêndio tradicional, roubo e microsseguros de danos – somaram mais de R$ 132,2 milhões em prêmios diretos no primeiro semestre deste ano, alta de 28,3% em relação a igual período de 2016 (R$ 103,0 milhões).
“O cenário está mudando, mas ainda está bastante aquém do potencial do setor”, complementa Carvalho.
Pacote básico
O superintendente do BB e Mapfre pondera, ainda, a necessidade do “pacote básico”, que conta com proteção contra incêndio, danos elétricos e roubos, por exemplo.
Segundo dados que o executivo passou ao DCI, de junho de 2016 a julho deste ano, foram R$ 70 bilhões em sinistros para essas coberturas no grupo segurador. Do total, 43% corresponderam a ocorrências de incêndio (R$ 30,1 bilhões).
“Por isso, a conscientização é importante. Apesar de o incêndio não ocorrer com frequência, ele é oneroso quando acontece. A análise é sobre não ser um gasto, mas, sim, um investimento para o pequeno negócio, que raramente conseguiria sobreviver em casos assim”, conclui Carvalho.