O grupo formado pelos bancos Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Federal, SICOOB e Santander anunciou na última sexta-feira, durante o 11º Fórum Internacional de TI Banrisul, a criação de um novo serviço para os correntistas, com base em blockchain, nomeado de Sistema Financeiro Digital – SFD – que permitirá transferências de recursos entre clientes dos cinco bancos.
O anúncio foi realizado em conjunto no painel formado pelo gerente executivo da Unidade de Transformação Digital do Banrisul, Ranieri Fernandes; pelo gerente de Arquitetura Corporativa do SICOOB, Márcio Rodrigues; pelo gerente da Divisão de Engenharia de Software do Banco do Brasil, Bruno Schmidt; e pelo gerente executivo de Arquitetura de TI da Caixa Econômica Federal, Paulo da Costa.
O moderador do painel, Julio Brunet, diretor do Banrisul, disse que o projeto é resultado do trabalho colaborativo dentro do sistema empresarial mais competitivo do Brasil, que é o sistema financeiro, para a criação de um ecossistema digital onde todos poderão desenvolver suas aplicações. “Eu tenho muito orgulho que o Banrisul, junto com os demais bancos parceiros, esteja a escrever as linhas de código do que pode vir a ser um padrão para as transações financeiras ou não no País. Hoje, estamos fazendo história aqui”, frisou.
Márcio Rodrigues, do Sicoob, mostrou como funciona, atualmente, o Sistema de Pagamento Brasileiro. “É muito improvável que essa estrutura pare, mas se parasse teríamos um caos no sistema financeiro brasileiro. Por isso, é necessário pensar em novos modelos”, afirmou. Ele declarou que, com essa tecnologia se firmando, acredita-se que todos os produtos bancários podem ser revisitados e remodelados. “A adesão das instituições financeiras, assim como dos clientes, é espontânea. Essa é a primeira rede permissionada de blockchain em instituições financeiras do Brasil, e a única de que se tem conhecimento”.
Paulo da Costa destacou que essa tecnologia é realmente disruptiva. “Mudamos a nossa forma de trabalhar, criando um ambiente para desenvolver e estruturar essa aplicação”. Ele salientou que “temos um grande desafio que é cultural. As pessoas ainda não conseguem pensar em um modelo sem intermediários, mas essa tecnologia oferece novas possibilidades”.
Bruno Schmidt explicou a estruturação do projeto. “O Banco do Brasil criou um laboratório para estruturar este projeto e os bancos disponibilizaram funcionários para trabalhar em conjunto”.