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Bancos tiram terno e gravata para se aproximar dos clientes

Publicado em: 23/08/2018

A rigidez do quarteto terno, gravata, tailleur e salto está fora de moda nos bancos. Tradicionalmente usado como forma de transmitir credibilidade, o vestuário conservador das agências tem dado lugar a roupas mais informais.

Com o novo “dress code”, as instituições querem, além de motivar a equipe, deixar o cliente se sentir mais à vontade.

Ao mesmo tempo, os bancos tentam responder à concorrência das novatas do setor, as chamadas fintechs, que apostam em tecnologia e estruturas mais enxutas para vender proximidade do consumidor e atenção ao serviço.

Com mais de 200 anos, o Banco do Brasil lançou um guia de vestuário. No lugar de impor regras, no entanto, a instituição reforça que um estilo informal não é, necessariamente, um problema e que noções de bom senso podem ser relativas para uma instituição com mais de 4.000 agências e 100 mil funcionários espalhados pelo país. Isso inclui, segundo o Banco do Brasil, considerar que uma vestimenta formal pode intimidar certos públicos.

“No meu primeiro cargo de gerência, a primeira coisa que ganhei foi um terno. Paletó com gravata era o adequado, mas isso agora pode afastar alguns clientes”, afirma João Rabelo, vice-presidente de gestão de pessoas, suprimentos e operações do BB.

Terno e gravata, diz o banco, podem ser apropriados para certas ocasiões e regiões, mas não são obrigatórios. O que vale é a adequação.

“Uma funcionária que trabalha em uma cidade do agronegócio disse que faria mais sentido trabalhar de camisa, calça jeans e bota, porque é assim que o seu cliente se enxergava”, afirma Rabelo.

“As necessidades vão mudando, as características dos clientes também, e a gente precisa se adaptar. Principalmente no digital, os atributos são valorizados mais pela forma como o contato se dá e menos pelo vestuário”, diz Rabelo.

Nas agências digitais do Itaú, maior banco privado do país, o traje social ainda é recomendado, mas o jeans se tornou uma possibilidade, e a gravata, dispensável.

O Itaú flexibilizou seu “dress code” no fim do primeiro semestre para todos os 86 mil funcionários, inclusive aqueles das agências.

A esses, no entanto, é recomendado um “cuidado adicional”. Isso significa manter um traje social, mas sem a obrigatoriedade de gravata e paletó para homens e saltos para mulheres.

No Bradesco, às sextas-feiras, os empregados são incentivados a adotar uma atitude mais casual, e isso inclui deixar a gravata no armário.

“Vemos um processo contínuo, que é absorvido pelo cliente gradativamente. Muitas vezes, ele ainda gosta de ser atendido de maneira formal”, diz Glaucimar Peticov, diretora-executiva do Bradesco.

Tania Casado, diretora do Escritório de Desenvolvimento de Carreiras da USP, diz que a iniciativa dos bancos é positiva para funcionários, mas ressalta que a cultura organizacional das empresas não muda rapidamente.

“Os bancos são mais tradicionais que uma startup ou fintech, mas estão buscando alguma inovação. Do ponto de vista do empregado, oferecer essa liberdade de escolha é altamente positivo, mas alguns funcionários podem estranhar. Não vai funcionar em qualquer banco, algumas organizações têm mais facilidade para lidar com essas mudanças.”

Um risco, diz Casado, é haver exageros por parte dos funcionários. “Isso cria um problema lá na frente, caso a empresa tenha que voltar atrás na sua decisão.”

Fonte: Folha de S.Paulo

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