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Bancos negam 44% de concessões a quem recebe menos que 5 salários

Publicado em: 30/07/2021

Levantamento divulgado pelo Serasa aponta desigualdade social na contratação de crédito no país. A pesquisa mostra que os bancos costumam negar 44% das solicitações de acesso a empréstimos, financiamentos e outras concessões financeiras para quem recebe menos de cinco salários mínimos por mês (R$ 5.500). Esse número cai para 18% entre os que ganham acima desse valor.

De acordo com Felipe Schepers, especialista à frente da pesquisa, apesar de receberem mais negativas, cidadãos de baixa renda são os que mais procuram por socorro financeiro. “Eles buscam mais informações sobre crédito, porém, mais da metade tem o crédito negado. A democratização das concessões de crédito está acontecendo, mas ainda não é algo uniforme”, disse.

Dos 2.068 entrevistados na pesquisa, 79% afirmam que utilizaram algum tipo de crédito na pandemia. O cartão de crédito foi a fonte mais utilizada por 62% dos brasileiros para comprar, principalmente, itens essenciais como produtos de higiene pessoal e alimentos. Apesar da demanda por crédito ter aumentado, os consumidores percebem taxas mais altas.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) explicou que, um dos fatores que eleva as taxas de juros dos bancos, é o risco de inadimplência. “Quanto maior esse risco, maior tende a ser a taxa de juros praticada. Os juros abusivos podem ocorrer pela diferença entre os juros recebidos e pagos pelo banco nos empréstimos e investimentos. É natural que os juros praticados nos empréstimos sejam superiores aos pagos nos investimentos que possuem a Taxa Selic como parâmetro”, diz o órgão, que integra o Ministério da Justiça. Segundo a pasta, a ampliação dos bancos digitais é um dos caminhos que poderá levar à redução das taxas. “Essa concorrência tende a ser benéfica ao consumidor para obtenção de juros menores.”

A expansão nacional dos bancos digitais é uma realidade, porém ocorre a passos lentos, segundo a gerente da Serasa, Amanda Rapouzo. Ela explica que o mercado de crédito no país ainda é muito concentrado em cinco grandes bancos, que detêm 79% das concessões de diferentes modalidades. “De cinco anos para cá, essa concentração caiu 2%, e a gente espera que iniciativas do Banco Central, como o open banking, gerem competição para reduzir o custo para o consumidor”, destacou.

Fonte: Correio Braziliense

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