O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil (BBAS3), Renato Naegele, afirma que a expectativa do banco é de receber pedidos de crédito que somem um volume de R$ 2 bilhões durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do Brasil, que está em seu terceiro dia nesta quarta (27). Na última edição presencial do evento, em 2019, o banco contabilizou R$ 1,2 bilhão em pedidos de crédito.
De acordo com o VP do Banco do Brasil, apesar da alta dos custos de produção e da escalada da Selic nos últimos meses – hoje em 11,75% ao ano -, a demanda por crédito rural continua forte.
Naegele destaca que o setor vem de cerca de quatro safras com altas margens de lucros. No ciclo 2021/22, apesar de os custos terem subido, a guerra na Ucrânia elevou os preços das commodities.
Em 23 de março, o Banco do Brasil começou a aceitar pedidos de crédito para a próxima safra, que começa em julho. Segundo o executivo, até o momento a procura pelos recursos ainda pelo agro não está maior do que há um ano.
No entanto, ele pondera que o ritmo normalmente começa a acelerar a partir de junho.
“Lançamos em março para o produtor ter mais uma opção de crédito, até porque tem a suspensão das linhas com equalização”, explica, referindo-se ao congelamento nos bancos, desde o início de fevereiro, de novos pedidos para diversas linhas do Plano Safra, com taxas subsidiadas, por falta de recursos.
Banco do Brasil tem ‘reserva polpuda’
No Banco do Brasil, cerca de R$ 3,5 bilhões estão congelados no momento, mas os recursos já estão comprometidos para os produtores, de acordo com Naegele. “Isso é dinheiro para médio e grande produtor, do Pronamp (programa focado nos médios) e para investimentos. Deixamos os produtores apresentarem suas propostas, acolhemos, mas não estão aprovadas por uma questão de sistema. Só posso aprovar quando o Tesouro der autorização”, disse o executivo.
Desempenho de BBAS3 na bolsa
As ações BBAS3 sobem 0,56% no intradia desta quarta-feira (27), a R$ 34,11. No acumulado de 2022, as ações do Banco do Brasil sobem cerca de 18,3%.
Se considerarmos a janela dos últimos 12 meses, são 14% de alta, ao passo que nos últimos 6 meses foram 17% de valorização nas ações ordinárias do Banco do Brasil.