O Banco do Brasil (BBAS3) ganhou um novo preço justo do Itaú BBA, após ter as estimativas revisadas para cima. Analistas passaram a considerar um crescimento de dois dígitos para os resultados da estatal, além de um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de aproximadamente 20% em 2023 e 2024.
Para a instituição, os temores sobre o efeito de uma Selic menor no NII (margem financeira) – e nos resultados de 2024 – são exagerados.
“Concluímos que o BB pode mais do que mitigar o impacto negativo de uma taxa Selic menor no NII de mercado apenas deslocando parte de seus títulos não creditícios de cerca de R$ 430 bilhões em ativos de crédito“, avaliam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, do time de análise de Bancos e Serviços Financeiros.
O BBA não acredita que 2023 será o pico dos resultados para o Banco do Brasil. Para 2024, mesmo considerando resultados menores de Previ, o crescimento anual dos resultados deve ser de 10%, a R$ 38,8 bilhões, com ROE de 19,8%, avalia.
“Nossos números são 8% acima do consenso, o que acreditamos que gradualmente subirá conforme a dinâmica de NII fica melhor”, afirmam os analistas.
O cenário-base considera que o crédito crescerá para aproximadamente 53% dos ativos totais em 2024, levando a um crescimento do NII total de 12% no comparativo anual, apesar da queda esperada de até 6% do NII de mercado.
“Estender mais crédito também gera venda cruzada de serviços, o que contribui para um ROE melhor”, completam os analistas.
O BBA defende que qualquer participação de crédito nos ativos totais acima de 52% pode garantir um crescimento de dois dígitos de NII total ano que vem.
O crescimento da carteira de crédito esperado para 2024 é de 12% na base anual. Analistas esperam que o custo de risco fique estável.
O BBA elevou o preço-alvo das ações do Banco do Brasil ao fim de 2023, de R$ 48 para R$ 56. A recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) foi reforçada, sendo que a companhia é a top pick dos analistas dentro do universo bancário.
O BBA destaca que o papel negocia abaixo do valor patrimonial, o que é explicado principalmente pela percepção negativa dos investidores de que os resultados vão cair devido a taxas de juros mais baixas e mudanças políticas.