Representantes da Fatma, da secretaria estadual da Agricultura e do Banco do Brasil firmaram um acordo na tarde desta quarta-feira com o objetivo de desburocratizar o acesso ao financiamento agrícola para produtores de supinos de Santa Catarina. Com a medida, o produtor poderá ter acesso ao crédito, por meio do Plano Safra, com a apresentação de um protocolo de pedido de licenciamento ambiental. Anteriormente, o produtor só conseguiria o crédito com a licença em mãos. A decisão é valida pelas duas próximas safras, até a metade de 2019.
De acordo com o presidente da Fatma, Alexandre Waltrick Rates, a decisão do órgão ambiental foi para dar prosseguimento a uma política já adotada desde o último ano de forma experimental e que tem funcionado de maneira bastante efetiva. Ele nega ainda que a decisão signifique um “libera-geral”.
— A fiscalização continuará a ocorrer da mesma maneira. A suinocultura é uma atividade cujo impacto já é conhecido. A gente confia muito nesse segmento e essa é uma maneira para que a fundação dê o aval ao agente financeiro — diz Rates.
Para o secretário Moacir Sopelsa, da Agricultura, não há dúvidas de que a desburocratização trará um efeito positivo para a produção de suínos dentro de alguns meses. Ele destaca ainda que a exportação de suínos foi o principal destaque na pauta de exportações catarinenses no primeiro semestre, com um aumento de 45%.
— Esse acordo é resultado de um trabalho conjunto bastante harmônico e feito rapidamente. Se pudéssemos caminhar sempre assim, o país estaria muito diferente — afirmou Sopelsa.
Quem também estava presente no anúncio foi o superintendente regional do Banco do Brasil, Oberti Finger. Segundo ele, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) exige que o financiamento só seja concedido a quem tenha licença ambiental. O acordo faz com que seja aberta uma exceção e que o dinheiro do empréstimo possa ser usado até mesmo para a realização das melhorias ambientais almejadas.
A decisão também foi comemorada também por entidades produtivas e representantes dos trabalhadores agrícolas. É o caso da Fetaesc, em que o vice-presidente Adriano Cunha, que lembra que a medida terá validade por 24 meses, mas que os resultados econômicos podem chegar mais rapidamente:
— É possível que algumas propriedades possam comercializar seus produtos dentro de sete ou oito meses.