A Defensoria Pública do Acre ingressou com uma ação civil pública na 1ª Vara Cível de Rio Branco na segunda-feira (6) pedindo que as agências do Banco do Brasil que foram desativadas voltem a funcionar no estado. O órgão afirma que a mudança é unilateral e prejudica os clientes, moradores e o comércio desses locais. Por isso, o órgão também pedei à Justiça o pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão.
O superintendente do Banco do Brasil no Acre, Paulo Amaral, disse que o banco ainda não foi notificado, mas que a partir do momento que tomarem conhecimento do processo quem deve responder é a diretoria do banco em Brasília. Ele explica que a decisão de desativação das agências foi uma decisão nacional amparada por um estudo de grau de utilização das agências.
“Os clientes das agências desativadas já foram transferidos para outras agências sem a necessidade de mudar cartões, senhas ou contas. Apesar das desativações, os bancos apresentam um fluxo normal de clientes e mantém o atendimento normal, inclusive em dias de grande fluxo, como os dias de pagamento de aposentados e de servidores públicos”, afirma.
Apesar do posicionamento do banco, o defensor público Celso Araújo diz que a justificativa não é válida e que em Assis Brasil, por exemplo, os moradores vão ter de buscar atendimento em uma agência de Brasileia ou Epitaciolândia. O Banco do Brasil nega que a agência do município tenha sido transformada em um posto de atendimento e diz que o local não entrou no cronograma de desativações e segue funcionando normalmente.
“Considerando que os clientes seriam prejudicados, a gente interpôs a ação civil pública cujo objetivo é que o banco seja obrigado a permanecer com o funcionamento dessas agências. O banco alega que está passando por uma certa reestruturação, é esse o fundamento, mas entendemos que além dos prejuízos aos moradores também haverá prejuízos aos comerciantes, especialmente na Estação Experimental [Rio Branco] e Assis Brasil”, afirma.
A defensora pública geral, Roberta de Paula Caminha Melo, diz que a Defensoria aguarda a decisão da juíza sobre a liminar. “Estamos aguardando a decisão e vamos dar continuidade ao procedimento. O objetivo é exatamente o restabelecimento desse serviço, há todo um prejuízo para todos os consumidores”, finaliza.
Desativação de agências
Em novembro de 2016, o BB divulgou que ao menos três agências no Acre iriam sofrer o impacto do plano de reestruturação da entidade. O BB anunciou que, em 2017, 402 agências seriam fechadas, 379 transformadas em postos de atendimento e 31 superintendências em diversos municípios encerradas.
No estado, houve o fechamento de duas agências na capital, a do Parque da Maternidade, que funciona no Centro, e a da Estação Experimental, que funciona no bairro de mesmo nome. A terceira agência atingida pelas mudanças seria no município de Assis Brasil que seria transformada em um posto de atendimento. Porém, a superintendência no Acre afirmou que a agência segue funcionando normalmente.
Colaborou Evely Dias, da Rede Amazônica Acre.
Fonte: G1