Banco do Brasil admitiu que estuda antecipar o valor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) inativo para seus clientes. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16), o presidente do banco, Paulo Caffarelli, disse que considera essa medida “é uma modalidade considerada, mas ainda está sendo estudada”.
“Quando a gente fala em R$ 30 bilhões é um número significativo. Temos 63 milhões de clientes que podem utilizar esse recurso seja para quitação de dívidas ou aplicação desse recursos”, disse o presidente.
Segundo Caffarelli, existe uma perspectiva boa de redução de endividamento. “Estamos nos preparando agora pra que esse movimento aconteça e façamos uma abordagem para esses clientes”, disse.
Segundo o BB, a antecipação aconteceria da mesma forma que a linda oferecida às restituições do Imposto de Renda. Mas ainda não há um plano definido.
O Santander anunciou no mês passado que a liberação do dinheiro já está disponível para os clientes. O valor correspondente ao saldo do FGTS é liberado em até 24 horas na conta corrente, e o pagamento é realizado em uma única parcela, na data em que o valor for liberado pelo governo. Há também a possibilidade de liquidação antecipada do empréstimo, com abatimento de juros. A taxa do financiamento varia de 2,59% a 4,59% ao mês.
Resultados do BB
O Banco do Brasil anunciou ter registrado lucro líquido de R$ 8,034 bilhões em 2016, 44,2% abaixo dos R$ 14,4 bilhões obtidos no ano anterior. No quarto trimestre, os ganhos somaram R$ 963 milhões, representando uma queda de 61,3% sobre o resultado de um ano antes.
Sobre os resultados do BB, Caffarelli disse que o banco terá um crescimento sustentável e que a rentabilidade vai voltar a crescer, mas não é possível precisar quando. “Em 2017, 2018 e 2019 vamos crescer nosso grau de rentabilidade e nos aproximaremos dos nossos pares”, disse.
Para este ano, o banco espera ter um lucro líquido ajustado entre R$ 9,5 bilhões e R$ 12,5 bilhões. No crédito, o BB espera um aumento na carteira de crédito ampliada orgânica interna entre 1% e 4%, com grande participação da pessoa física e do crédito rural. Já para pessoas jurídicas, a expectativa é de redução entre 1% e 4%.
A expectativa do banco é que as rendas com tarifas tenha alta entre 6% e 9% neste ano. Já as despesas administrativas devem aumentar entre 1,5% e 4,5%.
Sobre rotativo e parcelado, Caffarelli disse que a carteira de rotativo representa R$ 2 bilhões da carteira do BB. “A carteira do rotativo representa menos de 1% da carteira do BB e qualquer movimento é marginal”, afirmou. O rotativo poderá ser parcelado em até 24 vezes, com taxas que variam entre 3,16% e 9,2%, de acordo com o cliente. Segundo Caffarelli, a medida vai facilitar para que o cliente tenha um endividamento de acordo com a sua capacidade de pagamento.
“No primeiro semestre de 2017 ainda deve ter oscilação na inadimplência. No segundo semestre isso deve estabilizar”, disse Cafarelli, reforçando que o BB tem a menor inadimplência do mercado.
Reestruturação
Com relação ao plano de aposentadoria incentivada, o BB não tem perspectiva de novas rodadas em 2017. Segundo o BB, o público-alvo era de 18 mil funcionários e a expectativa era de atingir 9 mil. As adesões resultaram em R$ 2,3 bilhões de redução de despesas de pessoal.
A meta era de fechar 402 agências e 274 foram fechadas até agora. E 358 agências se transformarão em postos de atendimento.
Brasilcap
Nesta quinta-feira (16), uma nova fase da Operação Lava-Jato fez buscas na Brasilcap e nos endereços de Marcio Lobão, presidnete da empresa de capitalização. A Polícia Federal investiga um suposto esquema de corrupção na hidrelétrica de Belo Monte.
Caffarelli confirmou a ação da PF e disse que a Brasilcap está disponível para dar os esclarecimentos necessários.
Sobre as construtoras citadas na Lava-Jato que possuem operações com o BB, Caffarelli informou que muitas já passaram por um acordo de leniência para continuar operando como banco.