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Banco do Brasil é principal alvo de ataques de quadrilhas no Maranhão

Publicado em: 27/06/2019

Segundo dados do CAOp-Crim (Centro de Apoio Operacional Criminal), com informações fornecidas pela Seic (Superintendência Estadual de Investigações Criminais) e pelo Sindicato dos Bancários do Estado do Maranhão, de janeiro deste ano até ontem (26), foram registrados 16 casos de arrombamentos a bancos no estado. Deste total, 50% das ocorrências aconteceram nas agências do Banco do Brasil, sendo cinco delas na capital, São Luís.

O último ataque foi na agência do João Paulo, ocorrido na madrugada do dia 26 (por volta de 3h), em que os criminosos utilizaram explosivos para estourar os caixas eletrônicos da agência. De acordo com informações da polícia, eles não conseguiram pegar o dinheiro, e fugiram em seguida em um veículo não identificado. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Combate a Roubo a Instituições Financeiras da Seic. Esse foi o segundo ataque a banco neste mês de junho na capital.

Desde o início do ano foram registrados arrombamentos nas agências/terminais do Banco do Brasil, na Alemanha (17 de janeiro); Banco do Brasil, no Calhau (23 de janeiro); Caixa Econômica, Monte Castelo (24 de fevereiro); Banco do Brasil, do Anil (14 de março); Banco do Brasil, em Santa Inês (9 de abril); Banco do Brasil, no Calhau (3 de junho); Banco do Brasil e Bradesco, na cidade de São Bernardo (dia 4 de junho); Bradesco, na cidade de Penalva, também no dia 4; e o mais recente, à agência do BB no João Paulo, dia 26.

No ano passado foram registradas 22 ações criminosas contra instituições financeiras, segundo informações do Sindicato dos Bancários do Maranhão. Dessas, 12 foram em agências do Banco do Brasil, sete na agência do Bradesco, duas na Caixa Econômica e uma no Santander.

No mês de janeiro deste ano, ocorreram dois assaltos a caixas eletrônicos em menos de uma semana. O primeiro no dia 17 de janeiro, na agência do Banco do Brasil na Alemanha, e o outro, dia 23 em um dos terminais da agência que ficava em frente à AABB (na avenida dos Holandeses). O serviço não retomou mais.

No ataque do dia 3 deste mês à agencia do BB que fica na avenida dos Holandeses, os criminosos explodiram parte da agência. Segundo informações da polícia nenhum valor foi roubado, mas a agência ficou bastante danificada, com parte de seu acesso ainda não liberado.

No último dia 25, a Polícia Civil apresentou Joel Maia Reis e Alexandro Falcão Olimpo, suspeitos de participar desse assalto, e autuados pelos crimes de integrarem uma associação criminosa, responsável pela explosão contra instituições financeiras. Outro suspeito, identificado como Paulo Roberto Gomes Silva, também foi preso, mas está hospitalizado. De acordo com a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), as investigações apontam que os suspeitos são responsáveis por planejar e executar a ação criminosa.

Em coletiva quando da apresentação dos acusados, o delegado Pedro Fernandes, da Seic, disse que “o grupo é responsável, também, pela prática de diversos crimes ocorridos na cidade, entre eles, roubos a estabelecimentos comerciais, instituições financeiras, homicídios e ainda os crimes de tráfico de drogas”. Disse ainda que Joel Maia Reis “era um dos líderes da quadrilha, pois agia dando ordens, mesmo atrás das grades”.

Insegurança preocupa Sindicato dos Bancários

Depois do Banco do Brasil, as instituições mais atacadas são a Caixa Econômica, com 4 ocorrências (tentativa de assalto/arrombamento) e Bradesco com 2 (saidinha bancária). O Banco do Brasil totaliza 10 ocorrências, incluindo saidinha bancária.

Inclusive foi essa última modalidade de assalto que vitimou Camila Ribeiro Sousa Cardoso, 23 anos, baleada depois de uma troca de tiros durante tentativa de assalto, ocorrido no último dia 9, na agência do BB, Jaracati.

Na época o Sindicato dos Bancários se posicionou. “Diante de mais esse caso de violência, que demonstra a total falta de segurança pública, na capital, o SEEB-MA cobra providências do Estado, a fim de elucidar o crime e punir exemplarmente os culpados. O Sindicato exige, ainda, uma punição severa ao Banco do Brasil por descumprir, de forma contínua, a lei estadual (10.605/2017) que obriga as instituições financeiras a possuírem vigilância armada 24h em todos os dias da semana”, disse a nota da instituição.

Para o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan, o crescimento dos ataques a bancos em São Luís é preocupante, mas poderia ser evitado se os bancos cumprissem a “Lei da Vigilância Armada 24h” e se a “Lei da Segurança Bancária” fosse aprovada pela Assembleia Legislativa e pelo Governador Flávio Dino. “É necessário que não somente o Sindicato, mas o poder público, cobre das instituições financeiras o cumprimento da lei que determina a presença de vigilantes durante a noite nas agências. Além disso, é de suma importância a aprovação do projeto de lei da segurança bancária, bem como mais investimento nos serviços de inteligência e no policiamento ostensivo, a fim de garantir segurança para a população maranhense”, afirmou.

Ação Civil
No dia 7 deste mês o Instituto de Proteção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/MA) ingressou com uma Ação Civil Pública contra seis bancos em atuação no Maranhão, em virtude do descumprimento da referida Lei. O descumprimento desta determinação gera multa diária, com aplicação em dobro em caso de reincidência.

Em 2017, o Procon/MA notificou todos os bancos atuantes no Maranhão para que, no prazo de 30 dias, se adequassem à legislação, garantindo o serviço de vigilância armada 24 horas nas suas agências. Com o fim do prazo, os recursos administrativos foram julgados improcedentes, sendo realizada a inscrição na Dívida Ativa do Estado das seguintes instituições financeiras: Bradesco, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Santander.

Para a presidente do Procon/MA, Karen Barros, os bancos devem prezar pela segurança dos usuários. “Não podemos permitir o descaso com os direitos do consumidor. Nosso objetivo é garantir a prestação de um serviço com qualidade, priorizando sempre a segurança dos cidadãos maranhenses”. Entramos em contato com a assessoria do Banco do Brasil para falar sobre a situação, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.

Fonte: O Imparcial

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