Mais uma leva de descomissionamentos voltou a fazer parte da rotina dos trabalhadores do Banco do Brasil. O BB, como apurou o Sindicato dos Bancários, está usando o descomissionamento como uma ameaça para que os colegas cumpram metas abusivas.
Esse cenário faz parte desde a reestruturação de 2016. Muitos funcionários tiveram que mudar de agência, de local de trabalho e de função sem treinamento. Mas o pior é que estão sendo penalizados justamente por uma política que usa a GDP de forma distorcida.
A diretora do SindBancários e funcionária do Banco do Brasil, Bia Garbelini, diz que a equação de dificuldades a crise econômica pela qual o país passa dificulta a comercialização de produtos nas agências. “A GDP é um instrumento de avaliação que tem por objetivo ajudar o colega a saber onde tem que melhorar. O colega é avaliado a cada seis meses e tem três ciclos ou 18 meses para melhorar. O problema é que a avaliação deveria ser de 360 graus, olhando todos os aspectos do desempenho do trabalhador, mas está sendo usada como um instrumento de terror e descomissionamento”, explica a diretora.
Para Bia, o banco realiza uma distorção da GDP, instrumento de avaliação que a Campanha Nacional 2018 dos bancários conseguiu manter no Acordo Coletivo Aditivo do BB. “Além de usar a GDP como instrumento de terror, a diretoria cria regras para jogar um funcionário contra o outro. Eles estão fazendo uma disputa interna que não é boa para os trabalhadores nem para a saúde do banco. Concentram as carteiras de clientes com mais recursos e punem os colegas que pegam carteiras sem nenhuma rentabilidade”, acrescentou Bia Garbelini.