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Jornal do Brasil traz artigo com bancos oficiais e os seus altos salários

Publicado em: 05/04/2018

Numa economia em recessão era de se esperar que os bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fossem acionados, de forma contracíclica, para turbinar a economia. Por falta de demanda (a renda das famílias encolheu 3,2%, em 2015, e 4,3%, em 2016), os bancos privados, às voltas com a pepineira decorrente dos empréstimos contracíclicos de 2009/2010, em vez de baixar os juros, acompanhando a queda da inflação e dos juros básicos do Banco central, a taxa Selic, pisaram no freio. Resultado: engavetamento geral na economia, empresas vendendo menos e desemprego em alta, com as dívidas apertando a todos.

E uma das causas da fraca reação da economia – o PIB aumentou apenas 1% em 2017, graças à supersafra agrícola, que cresceu 14% no ano passado, mas já rateia no começo de 2018, com queda no comércio e no setor de serviços em geral, além do aumento de 5% no desemprego em fevereiro, foi o frustrante comportamento da CEF, do BB e do BNDES em 2017. Na CEF, o grande agente financeiro da construção imobiliária, desde que absorveu o BNH no governo Sarney e ficou com o monopólio dos recursos do FGTS, os créditos às empresas encolheram 23% no ano passado, enquanto os empréstimos às pessoas físicas caíram 8,6%.

Na Caixa, que nasceu, em 1861, como a Casa Monte Socorro, na qual os escravos confiavam suas poupanças para tentar comprar a alforria, o grande resultado veio do lucro, que cresceu inacreditáveis 202,6%, ancançando R$ 12,5 bilhões. Uma comemoração para lá de festejada entre os funcionários, que têm direito à participação nos lucros. Mais ainda para a diretoria, composta pelo presidente Gilberto Ochi, com salário de R$ 56.196,00 e os 12 vice-presidentes, cada qual aquinhoado com cargos, alguns com apadrinhamento político, e vencimentos de R$ 45.346,00, fora os benefícios que giram em torno de R$ 10.745,00.

É melhor do que ser ministro, cujo teto foi reduzido no ano passado para R$ 33.700 (mas é burlado por vários penduricalhos, como o auxílio moradia de (R$ 4.377) que beneficia os juízes em várias comarcas do Brasil. Melhor ainda se for um integrante da milionária diretoria do Banco do Brasil, cujos lucros cresceram 55% no ano passado, atingindo R$ 10,011 bilhões, apesar da redução de 12,3% na carteira de crédito.

No BB, o presidente, Paulo Cafarrelli ganha R$ 68.781 mensais. Ou mais que o dobro do teto. Cada um dos nove vice presidentes, recebe R$ 61.564 por mês, e cada um dos 27 diretores (o que num critério de indicação política contemplaria os 27 estados do país) cabem R$ 52.177 mensalmente. E ainda há dois novos cargos de alta remuneração: R$ 46.959 para o titular do Comitê de Auditoria e para o dirigente máximo do Comitê de Risco e Capital. No total, os ganhos anuais da diretoria passam de R$ 2 milhões.

Mais confortável ainda é a função de presidente do BNDES, remunerada por R$ 87.390 (duas vezes e meia acima do teto salarial) à qual renunciou esta semana o economista Paulo Rabello de Castro para concorrer à presidência da República pelo PSC, ao qual é filiado. Outros diretores do BNDES chegam a receber R$ 71.940 mensais. A média salarial da diretoria é de R$ 35.880, e o nível médio dos salários do banco está na faixa de R$ 25 mil. Mas a remuneração pode ser engordada com o rateio de R$ 265 milhões sob a forma de participação nos lucros, que implicava o pagamento de mais 4 salários por ano (o 13º e mais três). A questão está em discussão porque parte dos lucros do BNDES vem de dinheiro subsidiado do Tesouro Nacional, que fechou 2017 com rombo de R$ 124 bilhões.

Fonte: Jornal do Brasil

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