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Diretor do Banco Mundial no Brasil diz que privatização não substitui ajuste fiscal

Publicado em: 23/11/2017

O diretor do Banco Mundial no Brasil, Martin Raiser, avalia que o programa de privatizações do governo federal não poderá substituir o ajuste fiscal. Ele afirma que diversas estatais são mal geridas, mas o governo não pode ter pressa nos preparativos para as concessões.

Como avalia o pacote de privatizações?
De maneira geral, vejo de forma positiva. Em primeiro lugar, o Brasil é um destino potencial muito atraente para os investidores internacionais. O Brasil tem a oportunidade de atrair capital, em particular para o setor de infraestrutura, num momento em que o governo tem poucos recursos para investir. Em segundo lugar, há ampla evidência de que muitas empresas estatais são mal geridas. Investidores estratégicos poderiam fazer muito para melhorar a gestão dos ativos de infraestrutura e, com isso, aumentar a competitividade da economia como um todo.

É possível gerenciar a privatização de vários projetos ao mesmo tempo, com muitos deles sendo licitados em ano de eleição?
As licitações para concessões precisam ser muito bem preparadas. Se, na fase de preparação, o governo não abordar adequadamente os principais riscos, pode ter de assumir responsabilidades no futuro. É importante ver as privatizações como um caminho para se atingir maior eficiência. Isso exige negociação cuidadosa dos termos contratuais. E, ainda que o interesse internacional seja elevado, alguns investidores podem decidir esperar pelos resultados das eleições de 2018 antes de realizarem investimentos.

Parte das privatizações foi pensada como forma de fechar as contas públicas. Ter a arrecadação como meta é um bom caminho?
A experiência internacional sugere que o objetivo principal da privatização deve ser obter melhor gerenciamento de qualidade e maior eficiência, ao mesmo tempo em que transfere riscos que o setor privado tem condições de gerenciar melhor. O aumento das receitas nunca deve ser um objetivo primário. Sejamos claros: privatização não substitui ajuste fiscal.

Fonte: Época Negócios

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