O desenvolvimento tecnológico e os constantes investimentos, especialmente no setor financeiro, buscam tornar cada vez mais difícil, e especialmente caro, tentativas de invasões cibernéticas. Mas como destaca o CISO do Banco do Brasil, Rafael Giovanella, isso leva os criminosos a apostarem mais na engenharia social do que em talento como hacker. E isso exige preparar as pessoas como parceiros na segurança.
“Temos entre 10 e 15 bilhões de transações por dia, contatos, e temos 1,5 milhão a 2 milhões dessas transações bloqueadas por serem provavelmente espúrias. Esse é o mundo hoje. Mas é muito caro para um cibercriminoso atacar uma infraestrutura diretamente, buscar vulnerabilidades, atacar com negação de serviço, é muito caro. Então buscam o mais frágil, quem não tem tanta capacidade de se defender. Por isso a gente vive na era da engenharia social”, disse Giovanella ao participar do Cyber Gov 2023, promovido pela Network Eventos e pelo portal Convergência Digital.
“O cibercriminoso é mais um engenheiro social do que um hacker, alguém com profundo conhecimento em tecnologia. Então busca iludir os elos da corrente para conseguir abrir a porta e entrar. Nosso maior desafio é fortalecer a capacidade das nossas pessoas, para que sejam agentes da boa segurança da infraestrutura tecnológica”, completou o CISO do Banco do Brasil.
Para ele, essa perspectiva deve fazer parte das discussões sobre a criação de uma agência nacional de cibersegurança. “O importante é conseguirmos disponibilizar para toda a sociedade melhores práticas, padrões, comportamentos que a gente deve adotar em todas as organizações para fortalecer a segurança cibernética do país. Somos um dos países mais atacados no mundo, o que mostra diferentes níveis de maturidade nas nossas empresas”, destacou.
“O criminoso cibernético vai buscar o caminho mais fácil. Se somos bastante atacados é porque o Brasil é um caminho fácil. Então é importante dar luz a esse assunto e a proposta de criação de uma agência demonstra a preocupação nacional com um assunto. E temos que preparar o arcabouço para que o país todo, empresas, pessoas, possam estar mais preparados para se defender e reduzir a atratividade do criminoso”, afirmou Giovanella. Assista a entrevista com o Ciso do Banco do Brasil, Rafael Giovanella.