Na manhã de ontem, horas antes do Itaú confirmar a compra da XP Investimentos, o Banco do Brasil comentou sobre o avanço da plataforma independente de investimentos no país.
De qualquer forma, a instituição acredita que o cenário financeiro está cada vez mais diversificado, em especial com o avanço da estratégia digital dos bancos.
“Já temos uma estratégia bem montada nesse sentido”, disse ele. “Cada um tem sua estratégia de mercado, mas estamos atentos a esses movimentos da concorrência”.
Há seis meses do início da maior reestruturação anunciada pelo banco em sua história, o BB já avançou em diversos pontos de seu plano de redução de custos e melhora de portfólio.
De janeiro a março, comparado ao mesmo período do ano anterior, a instituição cortou as despesas administrativas em 0,4% para 7,774 bilhões de reais.
Nos doze meses, o banco reduziu o número de funcionários de 109.864 para 99.964, fechou 551 agências e aumentou o número de autoatendimentos em 18%.
Na gestão de carteira, passou a direcionar esforços para ganhar a exclusividade de clientes, pessoas físicas e jurídicas, que tinham conta no BB, mas também em outros bancos.
Além disso, passou a dar atendimento diferenciado a empresas de faturamento entre 1 e 45 milhões de reais, por meio de agências especializadas.
“Mas nossa ideia não é focar nesse público e, sim, atender todos os tipos de clientes de forma distinta, de acordo com a necessidade de cada um”, explicou Caffarelli.
Efeito corte
A campanha de corte de custos do Banco do Brasil já surtiu efeitos nas despesas administrativas, além de reduzir as provisões para perdas com calotes, o que impactou positivamente os resultados do primeiro trimestre.
No período, o banco apresentou um lucro ajustado de 2,5 bilhões de reais, alta de 95,6% ante mesma etapa de 2016. Em termos líquidos, o resultado foi de 2,44 bilhões de reais, 3,6% acima do registrado um ano antes.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido foi de 10,4%, quase o dobro do registrado até março de 2016.
Porém, a retração no crédito contribuiu para um salto no índice de inadimplência. Nos três primeiros meses do ano, o índice de atrasos superiores a 90 dias atingiu 3,89%, um salto em relação aos 2,59% de um ano antes.
Fonte: Exame