Dados preliminares de uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região mostram o avanço da Covid-19, com a chegada da variante Ômicron, mais transmissível que as anteriores, em agências e departamentos. Do total de bancários que responderam a pesquisa, mais de 88% relataram casos de Covid-19 ou gripe (Influenza) nos últimos 30 dias. A consulta segue até o próximo dia 15 de janeiro.
“A participação dos bancários na pesquisa é fundamental para que o Sindicato possa atuar junto ao banco a fim de cobrar que os protocolos sejam respeitados, e também para mensurar a situação na categoria, o que nos dá mais subsídios para cobrar novas medidas de proteção aos trabalhadores, e também as providências cabíveis do setor público”, destaca Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato.
“Os dados preliminares da pesquisa já apontam para um cenário de ampla contaminação nos locais de trabalho, que exige que o respeito aos protocolos seja redobrado, além da abertura de negociação com os bancos para a adoção de novas medidas de proteção para bancários e clientes. Diversos setores estão sendo impactados pela Ômicron, assim como pelo atual surto de Influenza, com fechamentos acarretados pelo elevado número de trabalhadores contaminados e afastados, e no setor bancário a situação não é diferente”, acrescenta Neiva.
No caso do Banco do Brasil, o protocolo foi unilateralmente alterado pelo banco, sem anuência do Sindicato, de forma a aumentar o risco de contaminação dos trabalhadores. O movimento sindical, por meio da Contraf-CUT, acionou o MPT (Ministério Público do Trabalho) contra a decisão do BB de alterar o manual de segurança sobre a Covid-19. Dirigentes do Sindicato dos Bancários reuniram-se, nesta quarta 12 de janeiro, com a administração das áreas de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil – Gepes – para tratar de diversos casos de contaminação que vêm ocorrendo nas dependências do BB, em busca de soluções para as demandas apresentadas.
“Tristemente, está havendo aumento de casos dentro do BB, notadamente nas dependências subordinadas à Diretoria de Operações no Centro Empresarial São Paulo – Cenesp. Porém, os descuidos ocorridos dentro da empresa podem estar relacionados à maior proliferação de doenças respiratórias atreladas à Influenza e à Covid-19, a começar pela impressionante mudança unilateral dos protocolos de segurança do manual para o trabalho presencial”, lamenta Getúlio Maciel representante da Comissão de Empresa BB e dirigente sindical do Fetec-CUT/SP.
Nas últimas duas semanas, chegaram ao Sindicato denúncias de descumprimentos dos protocolos que resultaram em mais de 250 funcionários do BB contaminados pelo SARS-COV2 na cidade de São Paulo, onde aproximadamente um terço desse número (80) pertence às dependências do Cenesp. Os descumprimentos de protocolo dizem respeito ao mau uso de máscaras nas unidades do BB e também à falta de dispensa adequada dos funcionários e de sanitização dos locais. Seguramente, esses números são maiores porque muitos ainda não foram informados aos sindicalistas.
“Nos causou espanto é que, apesar desses números, durante a reunião, bancários nos mandaram mensagens informando mais oito pessoas contaminadas nesta quarta-feira 12, no prédio do Cenesp, onde uma delas pertence ao grupo risco como imunossuprimida. Nesse caso, pedimos acompanhamento mais diligente da Dipes pela vulnerabilidade da situação. E pedimos também maior divulgação e acompanhamento dos casos para que a conscientização dos gestores reflita melhor os procedimentos de segurança e profilaxia”, afirma Getúlio.
Além da preocupação quanto ao alto número de pessoas contaminadas, foi pedido ao SESMT do Banco do Brasil que verificasse a qualidade da água distribuída nos prédios do Cenesp, cuja aparência turva vem causando desconfiança de má qualidade entre os trabalhadores, e receio de possível inadequação para o consumo, motivo pelo qual alguns bancários fizeram denúncias na Anvisa pelo telefone 156.
Os dirigentes também questionaram a cobrança de metas para os bancários do segmento PJ em relação às visitas aos clientes nesse momento de aumento dos casos da pandemia.
“A Gepes se comprometeu não apenas a diligenciar as demandas às áreas envolvidas, mas também a ajudar na resolução dos problemas, com foco na saúde e bem-estar dos colegas funcionários do BB. Nosso posicionamento é de que a implementação do trabalho remoto para todos os colegas que antes tinham essa condição ajudaria sobremaneira na solução dessas situações. Acompanharemos as soluções que serão encaminhadas”, afirmou Maciel.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região